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Entrevista: Mafra e seu destaque econômico

Entrevista: Mafra e seu destaque econômico

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Por Carla Taíssa

Com a chegada do final do ano, o comércio varejista supera dificuldades políticas e econômicas de 2019 e pode crescer. E, para comentar o cenário econômico, o Diário de Riomafra entrevista Antônio Nahum Zaine, empresário e presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mafra (Sincomafra). Ele faz um balanço do ano, fala sobre a concorrência com o e-commerce e ainda comenta sobre as próximas eleições municipais. Confira a entrevista completa:

 

-Qual era a expectativa do comércio mafrense para este fim de ano? As vendas estão cumprindo estas expectativas?

Em se tratando de 2019, com a mudança do Governo Federal, sempre há uma expectativa maior. O que nos ficou evidente foi a dificuldade da aprovação da Reforma da Previdência e a demora da aprovação das demais Reformas, como a Tributária, que ficou para o ano que vem, e isso deixou os consumidores na dúvida se o momento era de compras. Houveram setores que ficaram fragilizados, como foi o caso dos cosméticos, que já entraram 2019 na recessão e no decorrer, foram usando da criatividade pra dar a volta por cima. Em tempos de dinheiro curto e de consumidores cada vez mais evitando gastos, a criatividade tem que imperar. E isso se aplica as vendas de final de ano. O comércio de final de ano é o melhor momento devido as compras de Natal, só que nos últimos anos, a clientela vem deixando tudo pra última hora, até porque, muitas empresas também pagam a última parcela do décimo terceiro salário depois da segunda quinzena. O comércio tem esse conhecimento e trabalha em cima disso. A expectativa no geral sempre é positiva e acreditamos que a reação pelas compras acompanhe o entusiasmo das festas de final de ano.

-E qual a expectativa para 2020?

Para 2020, esperamos que o mercado financeiro tenha uma projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB), pois é ele quem determina todo setor comercial em todo o País. Estamos no finalzinho de 2019 e com certeza, no aspecto meramente econômico, o ano não deixará saudades. Pelo contrário, as mudanças, as reformas que poderiam aliviar antes do final do ano as finanças federais demoraram demais em discussões. A expectativa de crescimento da economia em 2019 seguiu em menos de 1%, conforme Relatórios de Mercado Focus divulgados semanalmente pelo Banco Central. O consolo fica por conta do fato de que os analistas financeiros afirmarem que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário nos próximos anos. O nosso comércio, como todo o comércio fora dos grandes centros, é o último a sentir os reflexos da economia nacional. Sendo bem otimista, acredito que o ano vai ser de superação em todos os setores. Como 2020 será um ano de eleições municipais, também há a expectativa da injeção no comércio de mais dinheiro proveniente disso.

-Com o crescimento do e-commerce, quais os desafios e estratégias do comércio varejista para esse novo contexto?

Vejo o e-commerce de uma maneira positiva. Lojistas de todo o mundo estavam tranquilos em sua zona de conforto e de repente tiveram que se reciclar para enfrentar essa concorrência. Eu mesmo tive que me modernizar e adentrar nas redes sociais. De uma forma ou outra, o consumidor evoluiu e passou a ter opções que antes não tinha. A estratégia é atacar de igual-para-igual. Quem não se adequar ao processo, fica pra trás e perde a clientela. As nossas lojas, hoje, levam a propaganda institucionalizada até os nossos clientes através do seus smartphones. E volto a frisar, a criatividade tem que imperar, associada a promoções e atrações ao gosto da clientela.  

-Na sua opinião, o que Mafra precisa para crescer economicamente?

Penso que Mafra está crescendo e chamando a atenção de grandes lojistas e investidores. Se não fosse assim, não teríamos recebido empresas do porte da rede Condor, a Kromberg & Schubert e agora o grupo Germânia. Outras também mostraram interesse e devem aportar por aqui nos próximos anos. Se observarmos atentamente, Mafra mudou e vai mudar ainda mais. Temos que fazer a nossa parte e cobrar da classe política quanto a melhoria na infraestrutura que a cidade merece e tudo mais que a faça ser novamente a "Pérola do Planalto" de outrora. Pra nossa cidade crescer, não podemos deixar de pensar positivo.

-Quais suas expectativas para Mafra nos próximos anos? Você será pré-candidato a prefeito?

Respondendo de uma maneira coerente, espero que Mafra se alinhe politicamente, revelando novos líderes e políticos voltados para o crescimento em todos os setores da sociedade. Consciência política e ações coordenadas para as melhorias que a população precisa é uma das minhas expectativas. Quanto a ser candidato, digo que a ideia me agrada, mas sei que isso deve ser um propósito no qual tenho que me preparar e tomar conhecimento de tudo o que envolve a política local. Desde pequeno trago a intenção política comigo, apesar de nunca estar envolvido. Talvez, devido ao amadurecimento, a formação em direito e a visão empresarial, hoje me sinta apto em ingressar nela. Mas ainda é cedo pra falar disso, vamos terminar esse ano atendendo os amigos e clientes das lojas Zaine.

 

  

 

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