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Um ano da tragédia no Ninho: polícia retoma investigações ainda sem culpados apontados

Um ano da tragédia no Ninho: polícia retoma investigações ainda sem culpados apontados

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Dentro das quatro linhas, o Flamengo fez uma temporada memorável em 2019. Conquistou o Brasileirão, a Copa Libertadores da América, sem contar seu elenco que vale mais de 500 milhões de reais. Porém, fora dos gramados, o clube está às voltas com o caso do incêndio no Ninho do Urubu.

Neste sábado (8), a tragédia completa um ano. No incêndio, um alojamento da divisão de base, onde a equipe morava e treinava, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, sofreu um incêndio que fez dez vítimas fatais. E até hoje, sete famílias seguem brigando com o time rubro-negro na Justiça para obter indenizações pela tragédia.

Por outro lado, as investigações da polícia civil do Rio de Janeiro ainda estão em curso, depois que o Ministério Público devolveu o inquérito por duas vezes, a última no dia 19 de dezembro, para a apuração de novas informações. Possíveis culpados pelo incêndio que deixou dez adolescentes mortos e três feridos ainda não foram apontados, tampouco qual será o enquadramento jurídico.

A expectativa é de que este mês a polícia entregue o inquérito pela terceira vez ao MP. De acordo com a 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro) novas diligências estão sendo feitas.

Investigações

Oito pessoas haviam sido indiciadas pela polícia por homicídio e tentativa de homicídio com dolo eventual no fim do primeiro semestre do ano passado, antes de o MP pedir investigações adicionais à Polícia Civil, que foram concluídas em agosto. O caso voltou ao MP e continuou até dezembro, quando foram solicitadas à polícia informações sobre fatos novos adicionados ao inquérito. O prazo para a polícia devolver novamente o caso à promotoria é de 45 dias e acaba neste mês.

Indenizações

Em fevereiro de 2019, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Rio mediaram conversas entre o clube e os familiares. E neste momento houve o primeiro impasse. Eram pedidos um milhão de reais, mais uma pensão mensal de 10 000 reais, para cada família, mas o time não concordou. Decidiu pagar 5 000 reais mensais e recorreu aos tribunais.

Em outubro, a Justiça do Trabalho indeferiu o pedido de Tutela de Urgência do MP para penhora de 100 milhões de reais para garantir o pagamento das indenizações. O juiz, no entanto, extinguiu o processo, indicando que o tema seria resolvido na área cível.

Há dois meses, por decisão do Tribunal de Justiça, o Flamengo foi obrigado a dobrar a pensão para 10 000 reais – isso até que se chegue a uma determinação judicial definitiva. Respondendo por danos individuais causados pelo acidente, o clube tinha a guarda dos adolescentes.

A única a entrar na Justiça até agora foi Rosana de Souza, mãe de Rykelmo, que morreu aos 16 anos. Está pedindo 6,9 milhões de reais. Os outros pais ainda aguardam negociação com o clube, embora reconhecem que não há diálogo em curso.

Os outros 16 atletas que estavam no Centro de Treinamento (CT) no dia do incêndio foram indenizados, inclusive três feridos que estavam no alojamento sugado pelo fogo. Uma cláusula de sigilo impede a divulgação dos valores.

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