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Páscoa, ressurreição para a vida
A Páscoa era comemorada primeiramente pelos Judeus em um contexto de escravidão. A páscoa judaica é conhecida como Pessach, palavra hebraica que significa passagem. É festejada de acordo com o calendário hebraico apesar de que pode coincidir com a data em que se celebra a Páscoa Cristã. Os judeus comemoram a libertação da escravidão, a passagem para a libertação. A Páscoa Cristã, celebra a ressurreição de Jesus Cristo após o sacrifício e morte na Cruz. Os cristãos celebram a ressurreição para a vida.
É Páscoa, e esse ano em meio a uma crise provocada pela pandemia mundial, coronavírus. Isso faz com que, mais do que nunca, tenhamos que nos libertar da escravidão e ressuscitarmos. Mas para que isso aconteça, teremos que identificar onde é que estamos aprisionados e por que a dificuldade para ressurgirmos.
Sociedade liberta e ressuscitada é aquela que resiste as tentações do ter, do poder e do prazer como único sentido para a vida. A aquisição, o comprar, tornou-se um fim em si mesmo, a ponto de se esquecer a razão pela qual comprou e acreditar que se não consumir não existimos. Observamos nos últimos dias, quando houve a necessidade de nos distanciarmos fisicamente, enquanto alguns setores se voluntariavam para ajudar, outros aproveitavam para se beneficiar e em alguns casos superfaturar em cima de produtos de necessidades básicas e urgentes ou oferecendo um trabalho incompleto mas cobrando valores integrais.
Mas é Páscoa. A esperança renasce. É possível celebrarmos a ressurreição, é possível comemorarmos a libertação. Mas para isso, vamos precisar mudar de paradigma, e ao invés de perguntarmos o como as pessoas vão sobreviver a tudo isso, precisaremos nos questionar qual vai ser o tamanho do desapego que nos fará ressuscitar. É possível que paremos de nos preocupar com o término da pandemia Covid19, e uma vez libertos e ressuscitados, passemos a usufruir de novos hábitos de generosidade e livre para escolher não precisar de tudo.
Nessa Páscoa, somos convidados a pensar no que realmente é importante para nós. Ainda podemos nos alegrar com as pequenas coisas. Viver um encontro consigo mesmo e momentos de solidariedade, fraternidade com o próximo e a renovação da vida. Que amanhã não tenhamos vergonha do que fomos hoje e façamos da ressurreição de Cristo, a nossa ressurreição. Jesus ressuscitou para nos mostrar que a vida vence a morte. Vivamos como ressuscitados e não como derrotados. Uma feliz Páscoa a todos.
Fernando Pimentel
Graduado em Psicologia pela faculdade Pitágoras de Londrina. Graduado em Filosofia e Teologia pela Faculdade Vicentina (FAVI) de Curitiba. Pós Graduado em Metodologia de Ensino de Filosofia e Sociologia pela Universidade do Contestado (UnC) de Mafra.