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Álcool em gel 70% pode causar incêndio no carro, fato ou fake?

Álcool em gel 70% pode causar incêndio no carro, fato ou fake?

Data de Publicação: 5 de maio de 2020 09:14:00

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Os cuidados contra o coronavírus fazem com que, ao sair de casa, as pessoas carreguem máscaras para proteger o rosto e um recipiente contendo álcool para desinfetar as mãos. E o fato de o álcool ser inflamável, começou a circular pelas redes sociais alguns relatos de que a substância pode incendiar o veículo, caso seja exposto ao sol. Sendo assim, é importante sabermos se essas notícias são verdadeiras ou falsas.

O álcool, por ser um combustível, pode sim ocasionar algum tipo de dano ao carro. Mas, para isso acontecer, é preciso que haja algum agente externo, como uma faísca ou uma fonte de calor. Porém, Agora, a autocombustão do álcool é muito improvável, já que exigiria uma temperatura de 300 graus Celsius, para que haja a combustão do mesmo.

Mesmo assim, é preciso tomar cuidado. Se o carro tiver que ficar no sol, evite deixar o álcool dentro ou não deixar o frasco exposto ao sol. Deixe embaixo do banco ou dentro do porta-luvas. E, mesmo à sombra, sempre se certificar que o frasco de álcool está fechado. O ponto de fulgor do álcool (etanol 100%) é de 16,6 graus Celsius, ou seja, já a partir desta baixa temperatura ele se volatiliza e pode, quando em contato com uma fonte externa (chama ou faísca), até explodir.

É importante dar uma atenção especial para o álcool na forma líquida, que, devido à falta do gel no mercado, começou a ser mais utilizado. O álcool líquido é mais perigoso porque é mais volátil, diferente do gel, que prende o álcool dentro da sua estrutura. Além de não espalhar, o gel não volatiliza com tanta facilidade, por isso é mais seguro. Já o líquido gera mais vapor, que pode saturar o ambiente e, se der uma faísca, por exemplo, pode ocasionar uma explosão.

Então, apesar de um incêndio, por álcool em gel, nessas condições ser improvável, não é recomendável transportar e nem deixar grandes quantidades de álcool 70% no carro com as janelas fechadas e exposto ao sol. Aconselha-se transportar o álcool com você em quantidades menores para usos eventuais e evite deixar ambientes com muito calor.

 

Autora

Gabriela Ferreira é farmacêutica, doutora em Ciências da Saúde, pós-doutora em Engenharia e Ciência dos Materiais e pós-doutora em Farmacologia. Atualmente é pesquisador convidado do Instituto Ânima, professora presencial e online da Sociedade Educacional de Santa Catarina (UniSociesc) e Grupo Ânima, respectivamente. Coordenadora do curso de Biomedicina da UniSociesc de São Bento do Sul/SC. Tem experiência na área de Bioquímica, Farmacologia e Biomateriais.

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