Por Carla Taíssa

Após a suspensão das aulas, tanto da rede pública como privada, como medida de combate à Covid-19, estudantes, pais e professores tiveram que adaptar a rotina de aprendizado ao isolamento social. Para se ter dimensão dos impactos desta medida, Rio Negro tem 832 alunos matriculados em pré-escolas, 4.156 no ensino fundamental e 1.538 no ensino médio, segundo dados escolares do Censo de 2018.

O Diário de Riomafra conversou com pais, alunos e professores envolvidos na tarefa de adotar uma nova rotina. A maioria defende as aulas a distância como forma de garantir, em parte, "a normalidade" nesses tempos de pandemia. E trazemos, hoje, o relato de Laisla Carolina Sousa de Oliveira Ratochinski, de 17 anos. Ela estuda no colégio Bom Jesus e está no terceiro ano do Ensino Médio.

“Estou com grandes dificuldades para me adaptar, temos muitos conteúdos para estudar e as maiores dificuldades são para tirar dúvidas e manter uma rotina controlada com a pandemia”, conta Laisla. “Também me coloco no lugar de outros alunos que precisam prestar vestibular neste ano, e que o colégio não disponibiliza tantos recursos”.

A estudante explica que suas aulas estão ocorrendo de segunda à sexta, por meio do aplicativo do colégio, algumas são por ligações e outras por vídeos aulas. Segundo Laisla, em seu colégio em os alunos têm boa assistência, em alguns dias da semana temos ligações com os professores para tirar dúvidas e podemos enviar mensagens com perguntas por meio do aplicativo também. “Porém, várias outras pessoas não possuem o mesmo acesso, o que dificulta ainda mais seus estudos”, enfatiza.

Psicólogos e psicopedagogos afirmam que o ensino a distância é importante para manter, pelo menos, parte da rotina, bem como estimular e ativar as funções cerebrais que auxiliam no aprendizado. E Laisla segue essa dica em seu dia a dia. “Minha rotina de estudos está sendo intensa. O Bom Jesus possui um cronograma especificando quais matérias são postadas, em torno de 5 por dia, assisto os vídeos aulas costumo fazer resumos sobre o conteúdo e resolvo os exercícios do livro.”

A jovem também conta sobre seu sentimento em relação a esta situação da pandemia. “Acabo me sentindo impotente por não poder fazer nada. Mas deve-se parar para refletir sobre o que estamos vivendo e aprender a dar valor as coisas que realmente importam.” E ela também revela seus desejos para o futuro. “Quero que os próximos meses sejam produtivos em questões de aprendizagem, pois a maioria das datas dos vestibulares não mudaram, e em relação a pandemia estou pensando positivo para que até lá tudo esteja mais normalizado”, finaliza.