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Dia da Liberdade de Imprensa: entenda o direito da informação

Dia da Liberdade de Imprensa: entenda o direito da informação

Data de Publicação: 5 de junho de 2020 10:23:00

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O dia 7 de junho é marcado pela comemoração da liberdade de imprensa. Direito dos profissionais da mídia de fazer circular livremente as informações. A data é celebrada por profissionais da área e para isso trouxemos a jornalista e pós-graduada em Comunicação Audiovisual Joyce Silva, para falarmos um pouco sobre o assunto.

Joyce Silva

Por Aline Cardoso

O que é a liberdade de imprensa para os jornalistas?

A palavra liberdade não pode ser encarada como sinônimo de permissividade. A liberdade de imprensa deve estar pautada na ética e na responsabilidade, que consiste em relatar a veracidade dos fatos à sociedade civil ao noticiar, informar, denunciar, escrever e detalhar tudo aquilo que é ou pode vir a ser de interesse público. O artigo 220 da nossa Constituição diz que a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição (...). Para os futuros jornalistas, diante de tantos meios e fontes, estes tem o dever de ouvir atentamente, analisar os fatos, entrevistar as fontes necessárias e reportar em forma de notícia, independente do meio de propagação, com a probidade inerente à atividade jornalística.

E paras as pessoas que acompanham a imprensa, em geral, o que eles precisam entender sobre essa liberdade?

A mesma informação pode ter diferentes redações e interpretações dependendo da pessoa que a recebe. Não podemos confundir liberdade de imprensa com liberdade de pensamento (que consta no inciso IV do Artigo 5º da Constituição de 1988). Mas, vale lembrar que a Constituição também instaurou limitações à manifestação do pensamento com o objetivo de garantir a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas.

Democraticamente, hoje temos a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, mas na sua visão como jornalista, essas duas liberdades conquistadas, se relacionam de que forma?

Como citado acima, como jornalista, tenho compromisso com o cidadão em relatar a veracidade dos fatos, seguindo o que preconiza o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. O Capítulo II, artigo 5º, diz que é dever do jornalista lutar pela liberdade de pensamento e de expressão (...); respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão (...). Ou seja, o respeito entre jornalistas, empresas jornalísticas e cidadãos deve ser mútuo.

Você acha que existe algum limite entre elas?

Limite. Leis. Regras. Estes tem o papel fundamental de reger a vida em sociedade, estabelecendo a organização e as condutas necessárias ao desenvolvimento coletivo. Tanto liberdade de imprensa como liberdade de expressão precisam seguir estas regras a fim da manutenção da harmonia da coletividade.

Em sua carreira já passou por alguma situação em que sua liberdade de imprensa de alguma forma foi prejudicada?

Em mais de 20 anos de atuação profissional sempre me pautei pela ética e em todos os locais onde trabalhei. Nunca me senti prejudicada ou fui cerceada em minha conduta profissional, pelo contrário, houve respeito mútuo. E quando passei por alguma situação com a qual não concordasse, expus meu ponto de vista. O jornalista deve estar sempre muito bem informado para poder argumentar diante de diferentes situações e posicionar-se. 

Gostaria de deixar alguma mensagem sobre o assunto aos nossos leitores?

As pessoas devem ver o jornalista como um aliado, como alguém que está trabalhando por ele na apuração dos fatos. Nessa pandemia, por exemplo, se não fossem os meios de comunicação, talvez muitas informações corretas deixassem de chegar ao cidadão. Devemos ser vistos como porta-vozes, pois cada matéria, foto, vídeo, áudio ficará registrado. Ajudamos a construir a história por meio do nosso olhar desnudo diante dos fatos, levado hoje à sociedade. Amanhã o que eu disse virou passado, ficou registrado, virou história.

 

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