Quem nunca cometeu um exagero em relação a quantidade de comida, na hora de comprar, de praticar exercícios, jogando ou até mesmo ingerindo algum tipo de bebida? Pois bem, de vez em quando, esse comportamento pode fazer parte da nossa rotina e não estar comprometendo nossa saúde. Para algumas pessoas isso pode ser erroneamente confundido com uma compulsão ou um transtorno obsessivo compulsivo. No entanto, é sempre bom observar se os comportamentos exagerados não estão sendo recorrentes e causando problemas na vida. Se isso estiver acontecendo é necessário atenção e para prevenir problemas futuros é importante procurar ajuda. Uma das maiores dúvidas, é como identificar o excesso, visto que é comum e faz parte da natureza humana ter desejos.  

Quando uma pessoa perde o controle diante de determinada atividade, deve ficar atenta, pois, pode se tratar de um transtorno obsessivo compulsivo (TOC). O transtorno obsessivo compulsivo é caracterizado pela presença de obsessões e compulsões. A obsessão é irracional, geralmente executado para aliviar a ansiedade e a sensação de desconforto. A própria pessoa, em uma ação inconsciente, passa a observar um conjunto de regras que devem ser seguidas rigidamente, criadas por si mesma, obtendo prazer em cumpri-las, mas no decorrer do tempo, quando não consegue parar, passa ter sentimentos de culpa seguido de mal estar.

Compulsões, são comportamentos repetitivos e impulsivos, geralmente indesejados visto que, a pessoa o realiza de forma descontrolada para obtenção de bem estar, prazer e satisfação diante da angústia. O problema é que na maioria das vezes, essa busca pela satisfação, se dá quando a pessoa se depara com situações conflituosas, sensações desagradáveis e frustrações. Isso faz com que a busca pelo bem estar promova a procura descontrolada por comprar, comer, beber, jogar, trabalhar, entre outros. Funciona como um alívio para a ansiedade e acontecem automaticamente. O grande problema, é que esses comportamentos não oferecem bem estar pleno, levando a conseqüências desastrosas para a saúde ou prejuízos financeiros.

A repetição desses comportamentos acaba acarretando num processo de dependência se tornando patológico. Por isso, se faz necessário observar se não está havendo a busca excessiva pelo corpo perfeito, exigências demasiadas para a perfeição no trabalho, gastando mais do que o necessário em compras, com expectativas irrealistas em relação aos jogos ou sentindo-se impotente diante da comida. Se isso estiver saindo do controle, é válido considerar a possibilidade de procurar ajuda profissional. O tratamento poderá promover bem estar através do auto conhecimento libertando da obsessão compulsiva.

Autor

Fernando Braulio Pimentel, Psicólogo CRP 08/27411- PR  12/IS-19279-SC