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Poetisa com 85 anos de idade conta sua história

Poetisa com 85 anos de idade conta sua história

Data de Publicação: 2 de outubro de 2020 14:50:00

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Aos 10 anos de idade Romilda Liebel começou com sua paixão por escrever. São 7 livros de poesias escritos e atualmente com 85 anos ela continua com sua paixão por escrever. E ela conta um pouco de sua história para o Diário Entrevista desta semana. Confira!

Por Aline Cardoso

Ela lembra com muito carinho da época em que era criança e começou a escrever “havia um jornalzinho da escola, em que cada um escrevia alguma coisa, o professor dizia sempre pra eu escrever por primeiro, e as histórias vinham na minha memória. Aquele jornal passava o mês inteiro na casa dos pais dos alunos. Foi aí que comecei a escrever as minhas primeiras histórias”.

Com o passar dos anos dona Romilda se casou, teve seus 7 filhos, formou sua família e acabou parando por muito tempo com as poesias. Porém no ano de 2006 ao ser convidada para uma viagem, comprou um caderno e uma caneta para registrar tudo que via durante os passeios. Em uma noite, quando todos da viagem estavam reunidos leu seus registros “foi só risada, e desde então nunca mais parei, comecei a escrever de novo”, comentou dona Romilda.

Começou a enviar suas poesias a um programa de rádio da época e então com incentivo do radialista montou seu primeiro livro A fé partilhada em 2015. “Dei todos de lembrancinha em meu aniversário de 80 anos em 2015” disse a poetisa. Desde então já são 7 livros escritos.

Para dona Romilda as inspirações para escrever saem de cada detalhe que ela observa da vida “tudo me inspira, sempre com um lado bom. Me inspiro na natureza, em árvores, flores, tudo” contou.

Em seu segundo livro O testemunho da graça guarda uma de suas poesias mais especiais “Lembrando o passado” que conta um pouco das suas lembranças da infância. Emocionada ela declama:

Nasci em uma bela palhoça,

Bem pertinho lá da roça,

Um riacho com tantas pedrinhas rolando,

As águas cristalinas davam alegria de estar brincando.

 

De madrugada com alvorada,

No barulho da passarada,

Até hoje fazem festa,

O sabiá orgulhoso toma conta da floresta.

 

Não esqueço aquele tempo,

Faz chorar até o pensamento,

Nos galhos das árvores fazíamos balanço,

Que belo tempo, o de criança.

 

Meus cabelos cacheados,

Longos e enrolados,

Minha mãe fazia duas tranças

Com uma fita amarrava as pontas.

 

Corria, pegava o caderno e a sacola,

Depressa ia ao rumo da escola,

O professor pegava o apito

Não necessitava dar um só grito.

 

Até três, a turma toda em forma,

Hasteava a bandeira, cantava o hino porque era norma, o professor me olhava, eu já sabia,

Romilda vai declamar tua poesia.

A poetisa com apenas a 3º série do primário escreveu seus livros “eu comprei um dicionário e quando eu tinha dúvida eu olhava, não sabia onde usava o cedilha, dois esses, dois erres, quando eu chegava em uma palavra que eu achava esquisita, abria o dicionário e via como era” contou.

Seis livros escritos e impressos. O 7º livro de dona Romilda está em produção na gráfca.

Segundo dona Romilda enquanto ela puder irá continuar escrevendo “o Edson diz não pare, o padre diz não pare, o médico diz não pare. Louvo a Deus por ter chego no sétimo, que é o número da perfeição, mas se eu puder continuar escrevendo eu escrevo” comentou. Portanto seu projeto é não parar por aí.

Dona Romilda deixa sua mensagem “aquele que pode estudar, que estude. Eu tenho uma pequena história que começou nos 80 anos de idade, demorei pra escrever. A poesia é a coisa mais linda!”

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