Por Aline Cardoso

O jornal Diário de RioMafra está trazendo no decorrer deste mês de outubro mulheres para contar suas histórias com o câncer de mama. Nesta edição quem conta sua história é a Kenia Almodova Baldassim de 25 anos de idade. Confira!

Kenia descobriu seu câncer de mama em 03 de abril de 2020 “tenho prótese de silicone e senti um nódulo durante o banho, ele estava bem saliente não doía, achei que poderia ser algo relacionado a prótese como um ponto interno, ou um nódulo qualquer como várias mulheres tem, nunca tinha feito um auto exame na vida, senti por acaso” contou.

Após ter constatado o nódulo ela procurou fazer um ultrassom para ver se estava tudo certo com a prótese “não achei que meu nódulo poderia ser alguma coisa, muito menos um câncer” ressaltou. Porém no dia do ultrassom o médico disse a ela que em e relação a prótese estava tudo correto e que o problema era o nódulo. Então Kenia foi orientada a procurar um mastologista para ser realizada uma biópsia.

“Eu mesma fui no laboratório pegar o resultado da minha biópsia, quando abri e li carcinoma mamário invasivo, foi um choque, eu não saberia descrever com palavras, eu iria morrer?! Eu agendei com um médico, queria saber como seria meu tratamento, ele falou, cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Foi o pior momento, eu queria chorar, sair correndo. Na minha cabeça uma pessoa que passa pela quimioterapia era uma pessoa fraca, careca e sem vida, e eu não queria me sentir doente, não queria perder meu cabelo. Eu estava tão bem e esse nódulo nem doía” lembrou Kenia.

Depois do choque do diagnóstico segundo Kenia ela começou a entender melhor sobre a doença “entendi que o meu câncer de mama é só meu, não é de ninguém, e assim eu comecei a evitar as comparações que me deixavam paranoica”, falou.  

Com o apoio de sua família ela seguiu enfrentando a doença “as vezes sou eu que tenho que acalmar eles e falar vai ficar tudo bem.”, e durante seu tratamento kenia conheceu pessoas que segundo ela são sua ‘família de alma’ “pessoas que passaram pela mesma coisas que eu, e elas me diziam vai ficar tudo bem.”

Para a jovem o câncer trouxe um ensinamento muito importante “não sofrer e dar importâncias para coisas bobas que acontecem no dia a dia, as vezes a gente reclama por tantas coisas né, talvez hoje eu aproveite mais meu tempo, e tenha um olhar mais simples” disse.

Sua cirurgia já foi realizada e ela já passou pela quimioterapia. Dará início agora a radioterapia. “Sabe de uma coisa eu estou muito bem. Fisicamente estou careca, me sinto bonita, me sinto feia, me sinto feliz, me sinto triste, me sinto como uma pessoa "normal", ninguém é feliz o tempo todo”, relatou.  De acordo com ela o tempo para finalizar o tratamento não tem data, Kenia terá que tomar uma medicação pelo mínimo de 5 anos.

Ela ainda destaca o quanto é importante o autoexame “vamos me usar como exemplo, eu tenho 25 anos, nunca bebi, nunca fumei, não tenho histórico na família e tenho uma vida normal. Achei que isso nunca poderia acontecer comigo. Mas pode sim gente, e a maior prevenção é sem dúvidas a mamografia e o auto exame que podemos fazer em poucos minutos em casa”.

A jovem que aos 25 anos de idade luta contra uma das doenças que mais atingem as mulheres no mundo deixa sua mensagem de conscientização “eu não desejo que você tenha câncer de mama, eu não desejo que você passe por tudo que eu passei, eu desejo que você entenda que o câncer não escolhe faixa etária de idade, classe social, cor. Ele escolhe pessoas e você não está livre de ser uma delas então faça o seu auto exame, sua mamografia, alguns minutos pode salvar sua vida”, finalizou.