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Médico, Alfredo Bittencourt, cumpre desafio de 1.200 km de bicicleta até o Chuí

Médico, Alfredo Bittencourt, cumpre desafio de 1.200 km de bicicleta até o Chuí

Data de Publicação: 12 de março de 2021 13:49:00

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Foram 1.200 quilômetros percorridos de Curitiba ao Chuí no Rio Grande do Sul divisa com Uruguai e quem cumpriu esse desafio foi o médico nutrólogo Alfredo Bittencourt de 64 anos de idade. Ele contou tudo sobre essa viagem em uma entrevista cedida ao Diário Entrevista dessa semana. Confira!

- Quando surgiu sua vontade por andar de bicicleta?

Atividade física foi sempre uma coisa que me atraiu. Sempre estive na atividade física, em uma modalidade ou outra, mas o que me incentivou mesmo na bicicleta foi a necessidade de me aproximar do meu sobrinho que na época era adolescente. Queria uma atividade que me aproximasse dele e o que me pareceu saudável foi a bicicleta. A gente começou com viagens curtas e depois de um tempo o prazer e a paixão pela bicicleta só aumentou.

A atividade física é uma maneira de você se sentir mais vivo, mais próximo do seu ideal e para sua performance pessoal, como ser humano. Você consegue melhorar seu desempenho e sentir mais real e ainda faz bem para o espiritual e emocional porque é uma atividade que exercita o nosso cérebro.

- O que te motivou pedalar até o Chuí? Já era um objetivo seu pedalar por tantos km assim?

Eu gosto de viagens longas, eu gosto de percurso, de criar metas e chegar até elas. A viagem até o Chuí foi como se fosse uma prévia de uma viagem que eu pretendo fazer que é até o Ushuaia. O Chuí são 1.200 quilômetros e eu queria ter uma previsibilidade do meu desempenho nesse tipo de terreno e nesse caminho. Até o Ushuaia são 5.000 quilômetros.

- Para pedalar dessa forma é necessário todo um preparo físico e um bom condicionamento, como foi o seu preparo? Sua rotina, seus hábitos alimentares, precisou mudar alguma coisa no seu dia a dia?

Quando você realiza uma coisa nem sempre você valoriza e nem sempre você percebe que está fazendo essa sequência de raciocínio. Eu fui me preparando emocionalmente durante alguns anos par ir até o Ushuaia e no final do ano de 2019 e início de 2020 eu fui de carro para lá e conhecer a estrada, decidir por onde eu ia e qual o trajeto que eu iria fazer. Começa por aí, pelo preparo emocional. Você tem que ter um planejamento estratégico, de tempo, despesas e até de condicionamento físico para você ver se irá vencer aquela dificuldade. São muitos detalhes, a bicicleta que você vai usar, o material que você vai carregar, a logística de quem vai te acompanhar. Eu recebi o apoio de um amigo que me acompanhou de carro por todo o trajeto. Você conseguir fechar essa ideia e juntar todas essas necessidades não é muito fácil.   

- Foram quantos dias longe de casa até chegar no seu destino?

Foram 8 dias, fazendo em média 150 quilômetros por dia. Saí numa sexta-feira dia 12 de fevereiro e cheguei lá no dia 19 de fevereiro.  

- Como foi durante a viagem, suas paradas para descanso e alimentação?

A parte de hidratação estava no carro. A alimentação, na maior parte do trecho têm restaurantes então estava meio que programado para fazer as refeições. Foram feitas refeições tradicionais de restaurante. Como eu queria também que meu amigo estivesse bem a programação sempre foi parar e almoçar bem. Já a noite era o que tinha para comer, dependendo do lugar onde íamos dormir. Carregar comida era difícil, embora eu tivesse proteína, isotônico, entre outras coisas, mas somente isso não fazia bem o tempo todo.

- É um desafio que não tem como prever tudo que pode acontecer, mas houve alguma situação que você nem imaginava que poderia ter acontecido? Conte sobre ela.

Existem muitas coisas. Você tem que trabalhar muito com seu físico e emocional. Você fazer 150 km em um dia é uma coisa agora você fazer no outro dia mais 150 km é pesado. Dia após dia, nesse ritmo, então chega um momento que você tem alguma exaustão física e superar isso é o problema. Como eu não pedalo nessa frequência todos os dias, iria sentir dor, e isso também precisei controlar. Mas o desafio maior de tudo é você se dispor a fazer. Em todas as viagens que eu já fiz não aconteceu nenhum evento absurdo, o maior evento é a superação. 

- Existe mais alguma viagem de bike prevista vindo por aí?

Sim, a próxima vai ser 5.000 km até o Ushuaia. Com a pandemia já tive um entrave, preciso de 2 meses no mínimo para fazer essa viagem. Como é uma região muito fria é preciso ser feita no verão, provavelmente em dezembro e janeiro dos próximos anos.

- Gostaria de deixar alguma mensagem aos nossos leitores?

É interessante que você tira alguns aprendizados, e o maior é faça pois você só tem o hoje, não espere o momento perfeito. Comece. Seja sua viagem, um curso, um investimento, um trabalho, aquilo que move você, comece a fazer. O dia que temos real mesmo em nossas mãos é o hoje, o primeiro passo tem que ser dado.   O impossível só é impossível até que você resolva fazer.

Confira a entrevista em vídeo abaixo: 

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