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Uso indiscriminado de medicamentos: tome cuidado

Uso indiscriminado de medicamentos: tome cuidado

Data de Publicação: 9 de abril de 2021 14:01:00

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Muitas pessoas recorrem ao uso de medicamentos ao se depararem com algum incômodo ou alguma doença, porém se automedicar sem a devida orientação pode ser extremamente perigoso para a saúde. A compra de remédios analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos sem prescrição médica pode aliviar momentaneamente sintomas, que deveriam ser investigados por um médico. A automedicação é determinada pelo uso de remédios escolhidos pelo paciente ou por indicações recebidas de amigos e familiares.

O uso indiscriminado de medicamentos se diz respeito ao consumo excessivo e frequente de remédios, inclusive quando há prescrição médica feita por um médico. Nesses casos, é comum que o paciente não respeite a dosagem recomendada, bem como os intervalos de uso.

A automedicação é a prática de consumir medicamentos sem a devida instrução ou orientação médica, em outras palavras, é a ingestão de fármacos por conta e risco do indivíduo. É uma prática muito comum, pois é vista como uma solução rápida e prática para o alívio imediato de alguns sintomas, porém pode trazer consequências mais graves do que se imagina. A cultura da automedicação é extremamente perigosa.

O uso de fármacos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que sua utilização inadequada pode esconder determinados sintomas. Se o remédio for antibiótico, a atenção deve ser sempre redobrada, pois o uso abusivo destes produtos pode facilitar o aumento da resistência de microorganismos, o que compromete a eficácia dos tratamentos.

Outra preocupação em relação ao uso do remédio refere-se à combinação inadequada de vários fármacos diferentes de uma vez. Neste caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro. O uso de remédios de maneira irracional e sem o devido acompanhamento pode trazer, ainda, consequências como: reações alérgicas, dependência e até a morte.

A cultura da automedicação e o uso indiscriminado de medicamento possui diversas causas e pode ser um conjunto de fatores. A variedade de produtos fabricados pela indústria farmacêutica, a facilidade de comercialização de remédios e a própria cultura e comodidade assimilada pela sociedade que vê na farmácia um local onde se vende de tudo; além da grande variedade de informações médicas disponíveis, sobretudo em sites, blogs e redes sociais, também está entre os fatores que contribuem para a automedicação. Esta atitude dos pacientes também pode decorrer da dificuldade de ter acesso a uma consulta médica, além da falta de conhecimento das perigosas consequências de ingerir uma droga sem prescrição. 

Você provavelmente conhece alguém que sempre toma aquele comprimido quando tem dor de cabeça ou dor nas costas ou alguém que sempre usa descongestionante nasal mesmo quando não está doente, porém, por mais inofensiva que essa prática possa parecer, ela pode gerar um vício a ponto do princípio ativo não causar mais efeito e a pessoa que faz uso desses medicamentos com frequência necessitar de doses maiores ou fármacos mais fortes.

Outro problema da automedicação indiscriminada é o fato de que os princípios ativos interagem um com os outros podendo eliminar o efeito ou potencializar o efeito um do outro, além da interação poder causar efeitos colaterais indesejados ou até outras complicações.

Muitas pessoas atualmente utilizam outras alternativas para alívio de dores e incômodos ao invés de consumir fármacos.

Porém, um equívoco comum é que tomar grandes doses de vitaminas ou minerais é seguro. Este não é sempre o caso. Por exemplo, doses elevadas de vitamina A podem influenciar a saúde dos ossos. Grandes doses de vitamina B6 podem afetar nervos e causar uma condição dolorosa chamada neuropatia periférica. Não se observa benefício no uso extra de vitaminas para a maioria dos idosos, exceto em casos em que há recomendação do profissional de saúde. Por isso, assim como fármacos tradicionais, devem ser tomados com cautela e orientação médica.

Autora

Gabriela Ferreira é farmacêutica, doutora em Ciências da Saúde, pós-doutora em Engenharia e Ciência dos Materiais e pós-doutora em Farmacologia. Atualmente é pesquisador convidado do Instituto Ânima, professora presencial e online da Sociedade Educacional de Santa Catarina (UniSociesc) e Grupo Ânima, respectivamente. Coordenadora do curso de Biomedicina da UniSociesc de São Bento do Sul/SC. Tem experiência na área de Bioquímica, Farmacologia e Biomateriais.

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