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Criação de abelhas rainhas: com quadros articulados para núcleos

Criação de abelhas rainhas: com quadros articulados para núcleos

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A apicultura brasileira vem ganhando destaque através do potencial produtivo e das técnicas que priorizam a qualidade do mel. Além, dos fatores como o clima favorável e florada abundante que tornam o país competitivo. Entretanto, a escassez de um programa de seleção nos apiários e de substituições frequentes das rainhas acarreta em atrasos no aumento da produtividade.

  A rainha é a única fêmea fértil do enxame, sendo responsável pela postura dos ovos dos quais originará todos os indivíduos da colmeia, inclusive a sua substituta. Quando os óvulos são fecundados, se originam as fêmeas diplóides (2n), que podem se tornar rainhas férteis ou simplesmente tornam-se operárias inférteis, essa variação ocorre devido ao tipo e a quantidade de alimento que recebem na fase larval.

A diferença entre operária e rainha está principalmente relacionada à sua alimentação. A rainha é alimentada com geleia real durante toda a sua vida, enquanto que as operárias recebem, nos primeiros três dias, um alimento menos rico que a geleia real, denominado de geleia de operária.

As rainhas em seu voo de acasalamento podem receber material genético de mais de 10 machos, que transferem cerca de 100 milhões de espermatozoides ao final do acasalamento, mas somente de três a cinco milhões migram para a espermateca. Sendo que a rainha pode viver até três anos podendo em condições de abundância de alimento produzir de dois a três mil ovos por dia diminuindo com a idade e a oferta de alimento.

 Em relação à produtividade da colmeia tem uma relação direta com características de sua abelha rainha, o fator idade um dos pontos principais para melhor eficiência na produção. Sendo que em rainhas jovens produção do feromônio responsável por manter a união da colônia tem altos índices, inibindo a produção de outras rainhas, demonstrando a presença de uma rainha ativa reduzindo a enxameação.

As rainhas improdutivas diminuem ou até mesmo cessam a produção nos apiários. A fim de evitar esta redução, é necessário prover novas rainhas. A eliminação de rainhas de baixa qualidade e a sua substituição por outras mais produtivas, resistentes a doenças, menos agressivas e com baixas tendências a enxameação.

Em nossa realidade, durante o outono e inverno onde os recursos alimentares e intempéries climáticas que ocorrem nas referidas estações climáticas, sendo de grande importância selecionar e destacar essas características na escolha para uma futura rainha na formação da colônia.

A criação de rainhas consiste em atender a demanda de pequenos produtores principalmente na melhoria das colmeias, implantando abelhas rainhas com bom potencial produtivo.

Passo a passo:

a) Selecione uma colmeia com características indesejáveis para ser orfanada;

b) Certifique-se de que a colônia a ser orfanada possui alimento (mel e pólen) e boa quantidade de abelhas jovens, o suficiente para alimentar bem as rainhas a serem criadas;

c) Capture e retire sua rainha, deixando-a órfã;

d) Selecione outra colônia com características desejáveis para ser matriz, a que fornecerá as larvas a partir das quais serão criadas as novas rainhas;

d) Transfira um quadro contendo cria, com menos de três dias de idade, da colônia matriz para a colmeia órfã. (esta deve ter o formato de um “C” figura 1)

 

Figura 1. Fase de transferência das larvas para as cúpulas.

e) Após 2 ou 3 dias faz-se uma revisão na colmeia órfã, destruindo-se todas as células reais que não foram construídas no quadro introduzido;

f) Sete dias após a introdução do quadro confere-se o número de realeiras criadas e em condições de serem utilizadas, para que sejam preparadas as colônias para recebê-las.

f) De oito a dez dias após a introdução do quadro, faz-se uma nova revisão. Desta vez recortando com cuidado as células reais, que já devem estar operculadas, transferindo-as para as colmeias em que se deseja substituir as rainhas. Ao serem introduzidas as realeiras devem ser colocadas em protetores para evitar que sejam destruídas e as colônias que irão recebê-las devem ser orfanadas com pelo menos 24 horas de antecedência.

A fim de facilitar o trabalho na criação de rainhas podemos utilizar quadros articulados (figura 2) cuja invenção foi obtida por um apicultor e que rendeu bons resultados em sua propriedade. O quadro articulado consiste em um quadro de alça dividido ao meio e adaptável para os núcleos de fecundação. As dobradiças metálicas (chapa zincada), muito funcionais e fáceis de fabricar, permitem a fixação do “duplo quadro” ou “quadro dobrado” na câmara do Nucléolo.

Uma vez que deixamos de ter dois nucléolos por módulo, ou seja: desta forma cada caixa só nos permite colocar uma única rainha ou alvéolo real. A vantagem deste método, além da versatilidade do quadro, tem a ver com a população acrescida de amas para cuidar da rainha/alvéolo real, uma vez que trabalhamos com um quadro duplo:

 

Figura 2. Ninho articulado para facilitar o manuseio da rainha.

Projeto de Extensão “Conexão Unisociesc”

¹ Docente do curso de Medicina Veterinária - Unisociesc

² Acadêmico do curso de Medicina Veterinária – Unisociesc

*Informações obtidas junto a Embrapa

Autores:  Karina Aline Mateus¹; Igor Egon Malschitzky²

Autora

Gabriela Ferreira é farmacêutica, doutora em Ciências da Saúde, pós-doutora em Engenharia e Ciência dos Materiais e pós-doutora em Farmacologia. Atualmente é pesquisador convidado do Instituto Ânima, professora presencial e online da Sociedade Educacional de Santa Catarina (UniSociesc) e Grupo Ânima, respectivamente. Coordenadora do curso de Biomedicina da UniSociesc de São Bento do Sul/SC. Tem experiência na área de Bioquímica, Farmacologia e Biomateriais.

 

 

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