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Conheça o conodonte, microfóssil com cerca de 295 milhões de anos encontrado em Mafra

Conheça o conodonte, microfóssil com cerca de 295 milhões de anos encontrado em Mafra

Ancestrais dos peixes atuais, exemplares têm trazido informações sobre o entendimento da evolução dos primeiros vertebrados, abrindo novas perspectivas de estudos paleontológicos

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Em Mafra no Cenpáleo que fica na  Universidade do Contestado (UnC) no Norte catarinense, foram descobertos recentemente centenas de exemplares de aparelhos completos de conodontes bem preservados e inéditos até então para a Bacia do Paraná, o que atraiu o interesse de diversos pesquisadores brasileiros e até estrangeiros e abre perspectivas de estudos na área.

Os conodontes muito possivelmente eram presas das diversas espécies de peixes que existiam no grande mar que cobria a região naquele tempo.

Morfologicamente, eles eram muito parecidos com as enguias atuais, possuíam corpo alongado e tinham simetria bilateral. Estima-se que seus corpos tinham entre 2 e 3 milímetros de largura e 40 milímetros de comprimento, apresentavam barbatanas, olhos e dentes. São os dentes que formam os vestígios mais encontrados na região por serem estruturas mais resistentes.

Atualmente, os estudos sobre conodontes possibilitam entender o clima e a biogeografia dos oceanos na Era Paleozoica, além de funcionar como uma importante ferramenta na datação relativa de rochas sedimentares e na indústria do petróleo.

Os conodontes de Mafra não são os mais antigos conhecidos, mas chamaram a atenção de pesquisadores do mundo todo porque estão muito bem preservados, embora só encontramos o que seria o aparelho mastigatório deste animal.

Não encontramos o resto do corpo porque seu esqueleto rudimentar era cartilaginoso e muito frágil, portanto difícil de preservar como fóssil.

Mesmo assim, na região de Mafra já foram encontrados centenas de espécimes que hoje são objeto de pesquisas, inclusive são muito utilizados na pesquisa do petróleo por serem excelentes termo-marcadores. Isto é, esses dentes sofrem alterações nas suas propriedades, principalmente na cor conforme o processo de transformação da crosta atua para formação das rochas (pressão e temperatura), este fóssil poderá nos trazer informações sobre os valores de temperatura atingidos na formação das rochas da Bacia Sedimentar do Paraná, e consequentemente indicar a possibilidade da formação de petróleo ou não na região.

Entender como este organismo surgiu, vivia e desapareceu, contribuiu para o conhecimento da humanidade sobre a vida na Terra, são pequenas janelas que se abrem para o passado". Comentam o coordenador do Centro Paleontológico, Dr. Luiz Carlos Weinschütz e o professor Everton Wilner, ambos da UnC. Fonte: G1 Santa Catarina

 

 

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