Muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de decisões políticas. Isso acontece devido à exclusão histórica das mulheres na política e que reverbera, até hoje, no nosso cenário de baixa representatividade feminina no governo. A vereadora e atual presidente da câmara de vereadores de Mafra, Dircele Dittrich Pinto fala sobre o tema na entrevista dessa semana. Além disso falamos sobre de que forma os projetos da câmara estão sendo implantados no município e quais são eles. Acompanhe a entrevista completa:

Como você ingressou na política, conte um pouco da sua trajetória?

No trabalho político eu nunca havia vivido ele antes. Porém, às vezes na vida da gente acontece circunstâncias que nos levam a tomar certos caminhos. Sempre fui ativa na questão da área social, sou evangélica, da Assembleia de Deus e na igreja a gente sempre trabalha atendendo pessoas e também na área da educação. A minha primeira formação é pedagogia, sempre estive inserida nessa área de estar com pessoas, ouvir problemas e ajudar. Foi aí que eu pensei: se eu posso estar pontuando e reivindicando alguma coisa, por que eu não me insiro na política para tentar ajudar com mais facilidade, com mais efetividade. Foi onde surgiu o desejo de estar na política. Eu me filiei a um partido político, já estava acompanhando o trabalho do Podemos em Mafra, achei muito interessante e comecei a participar com eles, mas até então eu estava analisando.  Para qual partido iria me filiar, como seria e realmente eu abracei o projeto do Podemos, que é o projeto de uma mafra melhor, uma mafra empreendedora

Agora, fale sobre a importância de uma presidente da câmara de vereadores, pelo o que você é responsável e o que os vereadores são responsáveis no município?

 Nós, vereadores, fiscalizamos as obras do executivo, nós legislamos e criamos leis também. Como presidente cabe a mim as questões administrativas da casa. Questão de contratação de pessoal, questão financeira da câmara onde o recurso que vem do executivo para a câmara é aplicado e como ele é aplicado. Recai sobre a presidência essas responsabilidades.

É um serviço e um aprendizado diário porque você lê e relê lei orgânica, regimento interno para estar por dentro do que está acontecendo para levar questões que precisam ser alteradas e demandam de alteração. O mundo vai evoluindo dia a dia e nós também temos que acompanhar essa evolução.

Vamos falar sobre os projetos da câmara, poderia contar para nós algum projeto que já foi realizado, está sendo encaminhado ou vocês pretendem fazer ainda?

Desde o início do ano nós começamos a diagnosticar o que poderíamos fazer. A parte administrativa, os nossos técnicos, nossos comissionados dentro da casa, são todos especialistas. Temos uma equipe de advogados, assessores legislativos como a assessora jurídica, diretora, são todos advogados, pessoas competentes que estão alí auxiliando. Então, estamos diagnosticando e levantando o que precisa ser alterado dentro da casa. Desde o início nós temos um programa, um sistema que a gente atua, que antes era tudo impresso utilizando da assinatura impressa. Nós fizemos essa alteração, hoje é tudo digital. Os vereadores pelo celular fazem assinatura e isso eliminou a maior parte dos papéis que eram utilizados, visando a economia e a praticidade.

Nos trabalhos com relação aos projetos de lei que eu coloquei para votação e que já foram sancionados é o de políticas públicas de autismo. Foi aprovado e já está funcionando. O projeto das carteirinhas do autista também, agora a parte de regulamentação executiva está  fazendo a emissão das carteirinhas.

Iniciamos no agora no começo de agosto a “Câmara nos bairros”. Tivemos o primeiro encontro lá em Augusta Vitória com a região ali de Bela Vista, Rio do Ferro e foi muito legal. Estar no meio da comunidade sabendo as demandas daquele local, e saber o que realmente está acontecendo. Podemos trazer essas demandas para cá. Além disso, fizemos indicações para executivo, lá surgiu ideias de projetos para serem colocados.

Notamos muito que há uma predominância maior de homens na política e as mulheres na minoria. Você percebe essa diferença no seu dia a dia na câmara? Como você se sente em ser a única mulher representando na câmara no momento no município?

A mulher tem uma forma diferente, ela vive as situações e tem algo emocional que é muito forte, que é nosso. Nós não somos apenas razão, nós somos eu acredito que mais ainda a emoção do que razão. Então, a representatividade da mulher é muito importante em todas as áreas e a gente percebe que está crescendo. Acredito que na política ainda não, ainda está muito aquém, mas a gente vem em outras áreas. Na nossa prefeitura, por exemplo, 50% do executivo são mulheres. Precisamos estar tratando muito disso.

Me sinto realmente privilegiada de estar representando as mulheres na Câmara de Vereadores. No início eu vou confessar, que levei aquele choque de saber que eu seria a única mulher e após já a presidência mas acredito estar fazendo um ótimo trabalho assim como meus colegas falam isso também.

Qual a dica que você daria para as mulheres que gostam e querem ingressar na política?

Quero deixar algo dito para as mulheres: sonhe, não ouse sonhar e desistir do sonho porque tudo é possível. Nós mulheres temos uma determinação e a partir do momento que a gente determina aonde a gente quer chegar nós conseguimos. Depende apenas de nós.  Não fique com medo. Com medo de dar um passo.

Quero conversar com todos os mafrenses e pedir que continuem se cuidando em relação a pandemia. Ainda não acabou. Precisamos nos cuidar com a máscara, álcool em gel e todas as medidas de segurança.  Ficamos felizes que os estabelecimentos que estavam fechado há muito tempo estão abrindo novamente, só pedimos os cuidados.

Desejo que Deus abençoe a todos os mafrenses ainda mais agora que estamos nos aproximando dos 104 anos da nossa cidade então que Deus abençoe a todos.

Confira o vídeo da entrevista: