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Mobilidade e Flexibilidade

Mobilidade e Flexibilidade

Confira a entrevista com Matheus Alves, personal e treinador, por Taci Picksius

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Taci: Hoje nós estamos com Matheus Alves, personal e treinador. Vamos trazer o tema mobilidade e flexibilidade. Pra quem não conhece, o que isso seria?

Matheus: Conceituando, a mobilidade é, de forma geral, deixar a articulação mais móvel, fazendo com que ela trabalhe seus movimentos angulares de forma mais fácil. Fazer com que a pessoa torne o seu movimento articular livre de limitações e dores, que ela consiga fazer movimento sem sentir dor ou precisar compensar com outros tipos de movimentos. A flexibilidade em si, trabalha a questão muscular. Deixar o músculo mais flexível, deixando com que o movimento da pessoa se torne mais fácil, sem perigo de lesão, estiramento ou coisas parecidas que envolvam a flexibilidade muscular.

 

Taci: Quais seriam os exercícios ou dicas para as pessoas utilizarem em seus treinos?

Matheus: A gente consegue analisar a pessoa através de exercícios. Existem vários testes de mobilidade e flexibilidade, para a gente identificar como a pessoa irá aplicar isso para ela. Desde mobilidade de quadril, de tornozelo, mobilidade toráxica, de ombro. É o que a gente vai procurar, o máximo possível do enfoque do treino. Por exemplo, exercício de perna. Outro dia focar em mobilidade de tornozelo, de quadril ou toráxica. Ou a pessoa vai fazer um treinamento de costas, aplica mobilidade de ombro, mobilidade toráxica. São exercícios específicos para aquele dia. Também tem as questões especiais, por exemplo a pessoa tem inabilidade X, por exemplo, no tornozelo. “Vou treinar costas hoje, posso fazer mobilidade de tornozelo?”, pode. Assim ela vai estar estimulando o que está ruim, para conseguir uma desenvoltura melhor no treino do dia seguinte, que pode ser de perna. São exercícios específicos que a gente consegue trabalhar em busca do treino. O treino x, trabalhamos mobilidade para isso, o treino y, para aquilo.  Conseguimos dividir isso por dias de treino, como se fosse uma periodização de treino normal, porém envolvendo flexibilidade e mobilidade. Com isso, conseguimos sanar algumas limitações e melhorar o desempenho do treino para que a pessoa consiga não sentir dor e melhorar seu movimento. Quanto melhor a mobilidade, melhor a amplitude, o desempenho e o resultado.

Taci: E hoje você dá aulas de mobilidade pra alguns alunos. Como que seria o teu público? Qual seria faixa etária dessas pessoas?

Matheus: Eu trabalho com grupos a desde os vinte e três anos, até os cinquenta e quatro anos. Essa é a faixa etária que eu trabalho. Desde pessoas que venham a ter lesões ou que buscam um desempenho melhor no treino, que envolvem os benefícios. Então assim, é uma faixa etária bem ampla.  Todos podem aplicar, decorrente da especificidade de cada um.  Cada um vai ter o seu tipo de específico de mobilidade. Existem os graus também dificuldades, mas a faixa etária sim que é o trabalho sempre dos vinte e três em diante eu consigo encaixar em minhas aulas sem problema algum. A gente consegue dividir os treinos em graus de dificuldade, e, sendo assim a aula fica dinâmica e todos conseguem fazer igual, com suas limitações e especificidades.

Taci: Existem regras que digam “você não pode fazer treinos de força e flexibilidade”? Pode me ocasionar alguma lesão de fazer seguido?

 

Matheus: Não, é bem tranquilo. A gente fala que a flexibilidade pode ser adotada dentro do treinamento, intra-treino, pós-treino ou antes. Isso vai depender de pessoa pra pessoa. A flexibilidade a gente coloca como fator de modulação neuromuscular, que é colocar um músculo com insuficiência pacífica dentro de um exercício. Por exemplo, um alongamento entre séries. Você coloca um alongamento de um músculo X para poder deixar o outro mais ativo no exercício. Por exemplo, fazer uma cadeira extensora e alongar um posterior de coxa. Ou deixar o exercício com mais amplitude, você solta o músculo que tá sendo utilizado no mesmo exercício. Então, por exemplo, fazer um stiff que vai trabalhar o posterior de coxa e alongar o próprio posterior de coxa também no meio da série. O que vai diferenciar um pro outro você transformar um músculo numa forma geral, para insuficiência ou para melhora de amplitude é o grau de intensidade que você vai colocar naquele alongamento.  Você pode utilizar o alongamento de forma de melhora de amplitude ou colocar também ele como forma de insuficiência dentro do exercício, com maior qualidade com maior contração, tendo ele no caso numa forma contrária todo dia.

 

 Taci: Quando você faz aulas com seus alunos, você aplica isso com os seus alunos?

Matheus: Sim, aplico em todos os meus alunos, cada um tem as suas particularidades. Tem alunos que tem limitações de quadril, alunos que tem limitação torácica e além do fato de poder aplicar pra cada um específico, eu falo pra pessoa o porquê de estar fazendo isso. Ela tem que entender para que que serve. A mobilidade é necessária. Só pra quem já aplicou e quem faz sabe qual é a importância desse tipo de exercício pra pessoa. Tanto que antes do treino eu faço. Você consegue também modular isso aí dentro do treino, por exemplo, a pessoa tá treinando inferiores hoje, mas ela tem uma limitação torácica. Então eu posso colocar no intervalo de treino dela a mobilidade torácica, sem problema nenhum. Às vezes eu quero tornar o treino mais dinâmico pra ela, faço um exercício de perna, por exemplo, e faço uma embrulhada de membro superior, não tem problema nenhum. O que vai diferenciar isso aí é um aluno pro outro. Cada um tem uma particularidade, as vezes eu vou colocar a mobilidade antes do treino e entre o treino pra pessoa, ou até mesmo só antes do treino, não tem problema nenhum Um dos benefícios da mobilidade e da flexibilidade é a melhora da amplitude. A gente fala assim “músculo que não alonga não cresce”. E de fato, quanto mais limitado você for menos amplitude você tem, menos grupamentos musculares você agrega dentro daquele exercício, menos fibras musculares você consegue agregar, logo, menos resultado. Atletas buscam muito isso pela questão de além do fato deles serem atletas, de treinarem, eles precisam de prevenção de lesão. Além do fato deles conseguirem uma melhora do desempenho, a mobilidade articular pra eles vai trazer também a questão da prevenção da lesão. Isso pra um atleta é primordial. O cara não pode se machucar. Hoje em dia você vê muito atleta até fazendo pilates. O cara para de pensar só na questão de peso, de colocar mais carga, e começa a se preocupar com a prevenção e com a melhora do desempenho através de um exercício de amplitude grande.  Você vê assim, a pessoa reclama de dor lombar, às vezes só reclama de dor no ombro e muitas vezes o exercício é uma coisa que ela sabe fazer, porém ela tá limitada através daquela flexibilidade ruim ou daquela mobilidade ruim. São coisas assim que atrapalham o exercício da pessoa. Não é nem ela não saber fazer o exercício, mas a própria estrutura dela que está limitada. Eu sou um grande exemplo, eu não conseguia agachar, por que tinha muita dor lombar. Se eu fosse aumentar o peso doía a lombar, se eu fosse descer mais doía a lombar. Como? Se eu sei fazer exercício? Sei mostrar e sei fazer, mas como que tá me doendo? Foram coisas que fui aplicando no meu dia a dia, no meu treino, e foi melhorando. Pessoas que tiveram dores e hoje em dia fazem mobilidade articular ou flexibilidade, todas elas irão relatar que suas dores melhoraram. São coisas que melhoram na vida da pessoa, tanto por atleta de alto nível tanto pra quem só quer um bem estar de vida, sem limitações, abrangendo vários públicos.

 

Confira o vídeo da entrevista:

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