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Eleições na OAB

Data de Publicação: 26 de novembro de 2021 15:07:00 Confira a entrevista com Jeison Maikel Kwitschal, eleito presidente da OAB de Mafra

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Giulia: Como foram as eleições?

Jeison: Iniciamos esse projeto algumas semanas atrás, em especial para buscar os colegas. Primeiro passo de todo esse projeto era saber se as ideias, nossas intenções eram bem vistas e aceitas pelos colegas. Em especial para montar uma chapa, Mafra tem uma particularidade, pois são 34 componentes. Para iniciar esse desafio sabemos que é necessário encontrar colegas com a mesma “pegada”, mesma vontade. Saímos conversar com eles e convidá-los a voltarem a se interessar pelo OAB, voltar a buscar compromisso com a instituição e com a finalidade de melhorar nossa advocacia local. Desde então fizemos essas visitas, fomos muito bem recebidos, atendidos e conseguimos o principal objetivo naquele momento: conseguir esse grupo, respeitando todos os requisitos de uma eleição, a paridade, três anos de advocacia e estar adimplente com a tesouraria da constituição. Definimos as possibilidades de inserção dos cargos e deixamos abertos a todos que quisessem participar desse projeto. Inscrevemos nossas chapas e participamos da eleição, que ocorreu ontem, e acabamos logrando êxito. Estamos muito felizes por tudo o que conquistamos. Eu, em especial, por saber que o grupo encontrado e as pessoas envolvidas são pessoas que sabemos que estarão comprometidas, inclusive agora na realização desse projeto.

 

Giulia: Como ocorreu a votação?

Jeison: Pela primeira vez em nossa seccional, tivemos a votação eletrônica. Tivemos a opção de fazer a eleição presencial, mas não optamos por esse formato. Opção essa que os colegas aderiram de forma ampla, praticamente 80% deles fizeram a escolha por essa forma, em especial pela facilidade que tem, votar em praticamente 30 segundos. Essa eleição também vinculava a questão estadual, o advogado não votava só a nível local, mas a nível estadual também, e mesmo assim levou 30 segundos. Santa Catarina foi um dos cinco estados do Brasil que optou por essa forma eletrônica, então já coloca a advocacia um pouco à frente nesse sentido. O próprio resultado saiu em meia hora, toda a apuração aconteceu pela seccional de Florianópolis, e após isso já tínhamos o resultado. Logramos êxito com quase 60% dos votos válidos em Mafra e Itaiópolis e no apoio concedido pela chapa estadual da Dra. Cláudia Prudence, que também é a primeira mulher eleita como presidente da nossa seccional, então é algo muito bacana de se estar participando nesse momento. Só nesse período eleitoral ela veio duas vezes à Mafra, inclusive ela conheceu a cidade de Itaiópolis, algo muito importante para nós, visto que além de fazer parte da nossa subseção até então não tinha tido um contato tão grande com a campanha a nível estadual. Conseguiremos muitos ganhos para as cidades com esse contato. Na nossa região vários colegas ganharam, então sabemos que vamos ter voz à nível de conselho do presidente, e voz com as decisões importantes da nossa classe.

 

Giulia: Quantas chapas foram inscritas em Mafra?

Jeison: Em especial pela dificuldade que temos para compor uma chapa, somos 330 colegas na subseção. Duas chapas com 34, como houve aqui em Mafra, já dá quase 25% dos colegas, então sabemos que não é algo tão fácil. Fazer com que eles se interessem por esse tipo de demanda também não é muito fácil, as pessoas acabaram perdendo o interesse pela instituição ao longo do tempo. Temos duas chapas, a do Dr. Rafael Elias, nosso atual presidente, que estava concorrendo a reeleição e a nossa. Claro, independentemente de quem está ganhando ou perdendo o objetivo de ambas as chapas é o mesmo: o melhor para advocacia e o melhor para os colegas, são apenas divergências de como chegar nessa finalidade. A advocacia como um todo precisa entender que eleição é uma coisa e o trabalho é outra. Passou o período eleitoral, precisamos voltar a conversar e a se reunir, se unir. Nosso nome de chapa já falava sobre isso, “União faz a Ordem”, então nosso principal objetivo é reunir nossos colegas.

 

Giulia: Você esperava sua vitória? Era algum sonho seu?

Jeison: Dizer que a gente não esperava, nenhum candidato diz isso. Se ele diz isso, talvez nem esteja interessado. Esperávamos a vitória sim, trabalhamos pra isso, muito. Foram semanas de muito trabalho, meu, da minha equipe, dos meus candidatos à diretores, candidatos à conselheiros. Tive o prazer de fazer visitas com os cincos candidatos à diretores e à conselheiros. Eu, nos meus quase 11 anos de advocacia, nunca vi acontecer. Saber que o pessoal estava envolvido com o projeto, tinha abraçado essa ideia, estava se propondo desde já a executar esse trabalho foi muito bacana. Claro, acreditávamos no sucesso, trabalhamos para isso. Mas falar que era um sonho meu, não. Ninguém nasce sonhando em ser presidente da OAB. É uma construção, trabalhamos isso por etapas. Sou formado pela UNC Mafra, adoro a instituição pela qual participei, sou formado e pós-graduado aqui. É uma instituição forte que teve muito trabalho em trazer esse curso para cá. Quando você entra na faculdade você não imagina estar em uma instituição forte como a OAB, as coisas vão acontecendo naturalmente. Claro, você saber que pode contribuir de alguma forma, seja para sua classe ou para a sociedade, acaba se tornando um sonho. Não temos pessoas, temos uma ideia. Ideias são maiores que pessoas

 

Giulia: Quais são seus projetos para executar em seu mandato?

Jeison: Cuidamos de elaborar todo um contexto de propostas para os colegas, iniciamos todo um trabalho de coleta de informações. Temos o prazer de dizer que quem montou nossas propostas não fomos nós, apenas consolidamos as informações e as ideias que vieram dos nossos próprios colegas. Também deixamos muito claro em nossa campanha que quem faz a advocacia é o advogado, então nada mais justo de ele dizer o que ele quer. É com isso que quero trabalhar: conversando com os colegas, voltando aos escritórios, conhecendo a realidade do dia-a-dia deles, seja em Itaiópolis, seja aqui em Mafra, ou até mesmo em Rio Negro. Entender tudo isso, saber das dificuldades deles, saber o que eles esperam da instituição, para nós é muito importante. O primeiro passo é unir os colegas, não da para fazer uma instituição forte sem estarmos unidos. A pandemia acabou aflorando ainda mais nossa distância, então é algo que pretendemos romper, de forma presencial. Somos um órgão de classe, precisamos cuidar dos nossos advogados. Com certeza nosso principal foco é tirar o estigma de que a OAB só serve para pagar boleto, anuidade, é um discurso que eu realmente não gosto de ouvir. Vamos trabalhar, vamos fazer essa mudança.

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