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Registrando histórias com Joni Lindner: fotografia por gerações

Registrando histórias com Joni Lindner: fotografia por gerações

Data de Publicação: 14 de janeiro de 2022 15:18:00 Joni Linder, mais conhecido como “Jonny da Lincolor” é um fotógrafo conhecido e admirado em nossa cidade e região. Confira nossa entrevista!

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Giulia: Qual sua história com a fotografia? Como você entrou nesse ramo?

Joni: Tudo começou com meu avô, mais ou menos 75 anos atrás, quando ele veio para Mafra. Meus avós são naturais de Joinville. Meu avô era marceneiro e ele começou com a parte da fotografia quando o irmão dele, que morava em Rio Negrinho, montou uma loja lá. Então meu avô resolveu vir a Mafra, pois era uma cidade que estava começando o seu desenvolvimento e crescimento. Aqui, resolveu abrir um ateliê fotográfico e assim começou com a história da fotografia. Meu pai continuou com a ideia do processo de fotos na época, já com a parte de impressão, laboratório. Nessa época já começava o laboratório em cores, pois quando era meu avô, as fotos eram em preto e branco. Eu sempre gostei desde criança da fotografia, mas comecei efetivamente fotografando há uns 22 anos atrás. Continuei com o estúdio e com alguns trabalhos de impressão. Eu também fazia alguma coisa de oratória, mas a minha paixão mesmo foi fotografar. São muitas gerações nesse ramo, e sou a terceira geração.

 

Giulia: Qual é a sua especialidade no mundo fotográfico e o que você mais gosta de fotografar?

Joni: Eu sempre gostei muito de fotografar pessoas. Tinha muita dificuldade, sou sincero em dizer isso, de fotografar as pessoas no início. Eu era muito tímido, tinha aquele receio de interagir com uma pessoa e mais ainda buscar foto em relação a isso. Foi um crescimento muito grande para mim, muito grande mesmo. Fotografar pessoas é realmente uma arte, tem que ter um dom, não é uma coisa fácil. Porém isso envolve várias áreas. Eu comecei fotografando infantil, aniversários, books e ensaios, e acabei apreciando e gostando muito dessa área, a fotografia social, um casamento, uma festa, tudo que envolve eventos. Há uns três anos atrás, busquei e achei bastante promissor o mercado corporativo, que quase não há exploração ainda. Tem alguns bons clientes hoje, em empresas que tem capital estrangeiro e algumas empresas nacionais. Mas eu, particularmente, gosto muito mais da fotografia social.

 

Giulia: Você registra os melhores e mais importantes momentos das pessoas, cite um momento emocionante que você tenha fotografado.

Joni: São vários. Um dia eu fotografei um casamento e a família deles era bastante querida e com esse tempo em que fizemos fotos, acabei fotografando o aniversário de 15 anos da filha deles. É muito assustador, porque você pensa: passaram quinze anos tão rápido acabo lembrando que eu fiz há pouco tempo atrás o casamento deles.

 Mas falando assim, mais emocionante, foi fotografar o parto do meu filho. Foi difícil buscar fazer, porque claro, é o seu filho que está envolvido, mas foi um momento muito emocionante com certeza. A fotografia tem a questão que você, através de uma imagem, eterniza um momento. Não só pela nostalgia, mas você tem ali a chance de criar toda uma perspectiva, uma história, um enredo único para aquele instante. Porque é o teu olhar daquele momento. Um outro mercado que eu acho muito bacana é o fotógrafo documental, o jornalista. Ele é um fotógrafo que realmente conta uma história com base naquele momento em que ele fez a imagem. É o que vai ficar, é o que vai ser o enredo daquela história, você passa talvez uma hora, duas horas daquele momento e ele não vai contar a história como é, mas aquele momento em que ele fotografou capturou realmente a história.

 

Giulia: Quais são os maiores desafios de um fotógrafo num mercado tão concorrido?

Joni: Hoje em dia o grande fator que vai diferenciar muito a fotografia é a tecnologia, que está evoluindo demais. O processo de evolução dessa tecnologia permite que o fotógrafo evolua junto, e quem não evoluir fica, ele não vai conseguir acompanhar. Cada dia, cada mês, cada ano é um lançamento de um novo processo, uma nova técnica. Estamos falando de algo que há seis anos atrás, onde não se falava em fotos de extrema qualidade em um celular, não se falava em filtros. Hoje em dia é tão fácil fazer uma edição numa fotografia, tem uma série de filtros, uma série de recursos que se o fotógrafo não acompanhar isso, vai ficar de fora do mercado com certeza. Hoje, a fotografia permitiu que qualquer pessoa seja um fotógrafo, antigamente para alguma coisa específica você precisava contratar um fotógrafo, hoje não, você pode simplesmente resolver isso com o celular. Temos que saber que não sabemos de tudo, todo dia se aprende algo novo.

 

Giulia: Muitas pessoas ficam tímidas na hora de tirar fotos. Como você lida com isso?

Joni: Como eu disse, a fotografia para mim era um desafio, interagir com as pessoas e capturar aquilo a essência dela. Mas quando uma pessoa é tímida, lógico, ninguém nasce com o dom de ser fotografado. O mais importante é você saber conduzir a modelo ou aquilo que você tá fotografando, a direção é muito importante na fotografia social e pessoal. A interação do fotógrafo com aquilo que você tá fotografando, modelo, casal, família é extremamente importante para o resultado. Você só vai conseguir um resultado bacana se você tiver essa sintonia com a pessoa que você está fotografando. E as maneiras para se fazer isso é lógico, brincar, tentar criar um ambiente descontraído, favorável para que isso flua naturalmente. Então a pessoa de repente olha e pensa, nossa, virei modelo! E é essa a intenção mesmo, que ela saia dali modelando.

 

Confira o vídeo da entrevista!

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