1. Como surgiu a vontade de ensinar a arte da dança para outras pessoas?

Então, é uma coisa que eu acho que já nasceu comigo desde criança. Sempre tive muito amor pela dança e aos 13 anos, morava em Canoinhas nessa época, eu entrei para o estúdio de dança lá, onde dançava danças urbanas, o nosso famoso lá de Canoinhas Street Company, da professora Eliete, que foi a minha mentora e sempre lembro dela, sempre vou citar ela. Então a partir daí eu sempre tive essa vontade, esse desejo, e acabei cursando educação física por conta da dança, gosto muito da profissão também, mas, o que me motivou a fazer educação física foi a dança, porque eu sabia que teria oportunidade de um dia trabalhar com isso.

Confesso que diante de muitas realidades, nunca pensei que um dia eu ganharia a vida com a dança, e hoje motivo todos os amantes da dança, que sim, é possível, desde que haja muita dedicação, que você procure muito se formar. Eu sempre falo que dança, por mais que a gente faça coreografias, e dance músicas, mas precisa de muito estudo e conhecimento para essa área.

Então, eu comecei a trabalhar com dança escolar, e a partir daí o amor pela dança foi só crescendo, o retorno dos alunos, o carinho e o reconhecimento dos pais foi cada vez mais me motivando para chegar até onde eu cheguei.

2. Você trabalha com qual estilo de dança?

As minhas origens são as danças urbanas, mas devido aos meus trabalhos e experiências, eu fui entrando para o balé. Eu sou professora de balé, mas nível básico para crianças, ballet baby class, ballet infantil, trabalhamos jazz para iniciantes, e dança livre. Eu falo dança livre, porque tem aquela liberdade de você não colocar nenhuma técnica, de você colocar aquela música e deixar fluir os movimentos. Trago um pouquinho da dança contemporânea, também, nas minhas aulas, e hoje uma novidade que estamos cada vez mais especializando, é o Stiletto Dance, Heels Class, que é a dança sobre salto alto, que é um amor que eu estou tomando cada vez mais, e trazendo essa novidade para os nossos municípios.

3. De onde vêm as suas inspirações para as coreografias?

Eu sigo alguns professores nas redes sociais, procuro sempre estar acompanhando-os lá, para a gente se atualizar, saber o que eles estão trazendo.

Uma ferramenta clássica de qualquer professor, que não me deixa negar, é o YouTube. A gente sempre está lá seguindo alguns canais, alguns professores. Muitas vezes eu deixo a música fluir, a gente sente aquilo e a coisa vai desenrolando, mas, eu tenho alguns grandes nomes que eu sigo nas redes sociais e eu estou sempre acompanhando eles lá para poder estar sempre atual, junto com eles.

4. O que uma pessoa precisa ter para adentrar nesta área? Seja como um hobbie ou até mesmo como carreira?

Primeiro de tudo, você tem que ter amor pela dança. Isso parece até clichê, mas é o mais real possível. Você tem que amar a dança, você tem que sentir, você não tem que olhar a dança só como uma coreografia. As trends, você vai lá dançar por dançar. Não, você tem que sentir emoção, aquela coisa que quando você ver uma coreografia, uma apresentação de balé, uma apresentação de qualquer que seja o ritmo, estilo, técnica, aquilo te arrepie, aquilo te emocione, do momento que aquilo é uma coisa muito de alma. Então, quando você começa a sentir isso dentro de ti, você já pode sentir que talvez tenha um dom para aquilo, e aos poucos desenvolver e procurar conhecimento, procurar estudar muito a história da dança, os fundamentos da dança, assim você já está pronto para estar na área.

5. Qual é o maior desafio para um professor de dança?

É a gente manter o interesse dos alunos. Às vezes, você começa com a criança de 3 anos de idade e ela vai te seguindo, porque os alunos são fiéis a você, mas a pessoa ela vai crescendo, ela vai se desenvolvendo e ela vai gerando novos interesses. Então precisa estar sempre trazendo algo de diferente, algo novo para você conseguir manter o seu aluno, e isso nem sempre é fácil, porque às vezes vem novas prioridades na vida.

Esse é um desafio muito grande, você manter o interesse dos alunos, das crianças, dos adultos, porque eu trabalho desde criancinhas até os idosos, então você sempre tem que estar sabendo qual o interesse deles e o que eles gostam para conseguir prender aquela vontade deles de sempre estarem ali.

6. Quais os passos que a pessoa tem que tomar para ter uma carreira na dança?

Primeiro de tudo, você pode escolher qual faculdade você vai cursar. Você pode fazer faculdade de artes, você pode vir para educação física, porque uma das disciplinas do curso de Educação Física, é a dança, e até mesmo hoje nós temos as faculdades de licenciatura e bacharelado em dança, então é uma dica que eu dou. Não adianta ser apaixonado por dança e começar a sair dando aulas, você tem que ter um estudo, um conhecimento por trás disso, uma base, um fundamento, para que dali em diante você trabalhe sua linha de pensamento, de prática e tudo mais.