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Desvendando os Mitos da Alimentação: Uma Conversa Esclarecedora com a Nutricionista Jaqueline Hack
Data de Publicação: 24 de novembro de 2023 15:13:00 Em mais uma entrevista da coluna Saúde e Equilíbrio, a nutricionista Jaqueline Hack Pinheiro fala sobre como ter uma alimentação saudável nos dias atuais.
1. Fale um pouco sobre você!
Meu nome é Jaqueline Hack Pinheiro, sou nutricionista formada há quase 11 anos, atuo nas cidades de Mafra e Rio Negro, tenho meu consultório na Casa da Ana em Rio Negro. Minha grande paixão é o atendimento em consultório e melhorar a qualidade de vida das pessoas por uma nutrição adequada.
Hoje, o meu público principal trata a questão do emagrecimento feminino e a busca de melhora de exames bioquímicos, essa busca por uma vida mais saudável.
2. Qual a importância da alimentação para o nosso organismo?
A nossa alimentação é o que vai constituir o nosso corpo. Quando a gente pensa no que estamos comendo, tem que imaginar que aquilo ali vai fazer parte do meu corpo, então eu sempre peço para os pacientes terem esse autocontrole no carrinho de supermercado, porque a partir do momento que você pega um carrinho de mercado você entende que o que você está colocando lá dentro vai constituir o seu corpo pelos próximos meses.
3. Alimentação saudável é a mesma coisa que fazer dieta?
Não, não é. O conceito de dieta é simples, é o que se come dentro de um dia, só que o “fazer dieta” veio num contexto de fazer e seguir algo extremamente calculado, pesado e planejado. Seguir um estilo de vida saudável não precisa ser necessariamente calculado, pesado, não precisa seguir sempre nessa linha, isso vai depender de qual fase a pessoa está e qual seu objetivo.
Existem estilos de abordagem, tem um estilo de dieta que a gente chama de quantitativa, onde são passadas as gramas, as porções e tem que ser exatamente aquilo ali. E existe um estilo que é o qualitativo, que é o que a maioria das pessoas precisam, que é melhorar a qualidade do que se come, porque para ela não vai fazer diferença se for uma colher a mais de arroz, mas para um atleta vai, mas para quem busca um estilo de vida melhor, em ter mais saúde, um estilo qualitativo já vai atender o que essa pessoa precisa.
4. Além do emagrecimento, o que mais a alimentação saudável pode fazer pelo nosso corpo?
A questão da prevenção de doenças, a longevidade, hoje a gente consegue pensar num idoso de 75, 80 anos que ainda consegue praticar atividades físicas devido a um estilo que ele seguiu durante a vida.
Isso é muito difícil de medir, tem uma paciente minha que ela conseguiu fechar nos -40kg com dieta, e a gente estava conversando que conseguimos medir quantos quilos ela perdeu, mas a gente não consegue medir o diabetes que ela não teve, o problema de tireoide que ela não teve, a pressão alta, então tudo isso fica muito no imaginário e seja algo muito distante.
A gente tem que tratar a obesidade como uma doença, isso não é gordofobia, ninguém fala para o diabético aceitar o diabetes, isso não é uma questão de aceitação.
5. Fazer dieta significa passar fome?
Não, não precisa passar fome. Quando a gente pensa em emagrecimento, uma das máximas que eu acredito muito na prática clínica é emagrecer com a menor restrição possível. Se o paciente começa a emagrecer e ele já corta muito, ele vai travar esse emagrecimento muito rápido, ou se ele diminui muito as calorias que ele precisa, ele vai perder muita massa muscular. Se a gente conseguir perder peso com a menor restrição possível, eu consigo manter isso ao longo do tempo até o objetivo, segurando essa massa magra e depois estimulando para que venha a musculatura.
6. Onde as pessoas mais tem dificuldades com a alimentação?
A dificuldade é entender que o novo hábito tem que querer todo dia e a cada nova refeição. Quando eu entendo que se na primeira dificuldade eu desistir, eu vou ter que recomeçar de novo, eu brinco que a gente tem que dar valor para aquela senhorinha, a “dona” constância, então eu ser constante nas minhas atitudes vai fazer com que eu tenha um resultado melhor. É só pensar, se você perdesse meio quilo desde a primeira vez que eu tentei emagrecer, com quanto quilos você já estaria?
Aí que mora a importância de unir a equipe multidisciplinar, porque se eu falo para uma pessoa obesa que para emagrecer é só fechar a boca, aí sim eu estou sendo gordofóbica, porque veja tudo que está relacionado com a alimentação, desde a questão ambiental, psicológica, então a alimentação é multidisciplinar.