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Entendendo o Lipedema: uma conversa sobre sintomas e tratamentos

Entendendo o Lipedema: uma conversa sobre sintomas e tratamentos

Data de Publicação: 14 de junho de 2024 10:08:00 No mês de junho inicia a campanha de conscientização sobre o lipedema, e a empreendedora Laís Weber, portadora da doença, conta sobre seu diagnóstico, tratamentos e como sua vida mudou após a descoberta dessa condição.

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1. Como o lipedema afeta o corpo das pessoas?

O lipedema é uma condição genética, de causa inflamatória, então quando o lipedema não é tratado, ele causa uma inflamação muito grande, principalmente nos membros inferiores, comprometendo o sistema linfático e o sistema vascular.

Quem tem essa condição, sente as pernas muito pesadas, é como se você amarrasse pesos de academia e tentasse caminhar com eles. As pernas ficam muito inchadas, principalmente em dias mais quentes, sensação de formigamento na perna, entre outros sintomas.

Quando essa gordura está muito inflamada, aparentemente ela parece celulite, então esses nódulos ficam muito aparentes, comprometendo também a autoestima da mulher, gerando um efeito cascata, onde a mulher não se sente bem fazendo exercícios físicos, não gosta da própria aparência, isso acaba causando sedentarismo e consequentemente a obesidade.

 

2. Quais foram os primeiros sintomas que você sentiu?

Antes de eu descobrir o lipedema, sempre sentia a minha perna pesada, cansada, aquela sensação de inchaço, formigamento, pés muito gelados pelo comprometimento da circulação, dores. Quando tentava fazer exercícios, como a corrida, era muito difícil, doía, e foi muito importante eu ter o diagnóstico para saber o que estava acontecendo com o meu corpo.

 

3. O diagnóstico precoce ajuda a tratar a doença?

Com certeza. O lipedema não tem cura, mas ele tem um tratamento, que tem duas vertentes, onde um é o tratamento conservador, já o outro é a cirurgia.

O tratamento conservador consiste em você mudar completamente o teu estilo de vida, esse é um tratamento que dura a vida inteira. Você tem que cuidar desde a alimentação, com uma dieta direcionada e anti-inflamatória, onde tem que cortar glúten, lactose, álcool, açúcar, e fazer todo esse direcionamento para a sua alimentação. Exercícios físicos também são direcionados, então alguns não podem conter tanto impacto, porque pode levar a inflamação.

A drenagem linfática também ajuda bastante, então com o diagnóstico precoce, além de você procurar e conseguir um tratamento, você também consegue aceitar as condições do seu corpo.

 

4. Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico tem que ser clínico. O autodiagnóstico é muito comum, porque você vê fotos, você tem as informações, mas o certo é procurar um especialista.

 

5. Você descobriu a doença no ano passado. Como você diria que ela impacta a sua vida atualmente?

Eu descobri no ano passado, vendo os stories de uma advogada querida aqui na cidade, e vi que ela tinha feito a cirurgia de lipedema em 2021 e estava comemorando um novo estilo, falando como que foi o processo, e quando vi as fotos dela, na hora eu já pensei “eu acho que tenho lipedema”.

Nisso, conversei com ela e ela me indicou a médica vascular dela de Curitiba. Na consulta é feita uma anamnese, alguns exames, e ela direciona para o tratamento ou cirurgia.

São quatro graus de lipedema, e quando fui diagnosticada com o grau 2, eu já tinha a vida mais ou menos saudável, então a gente tentou o tratamento conservador, e depois optamos pela cirurgia. Fiz a cirurgia dia 16 de novembro de 2023.

A cirurgia é basicamente uma lipoaspiração, porém um pouco diferente das comuns. Você fica com todas as incisões abertas durante uns 10 dias, então vai a profissional na sua casa, você fica “vazando” esses líquidos por esses furinhos durante esses 10 dias. No meu caso, foram 6,5 litros de gordura tirados, então você tem que reaprender a caminhar e a fazer a sua rotina.

Essa dieta conservadora eu tenho que continuar com ela pra vida toda, porque essa cirurgia não é a cura, se você não cuidar o lipedema volta.

 

6. O que você gostaria de dizer para as pessoas que sofrem com essa condição?

Eu gostaria de dizer para as pessoas procurarem mais a respeito disso. O sistema de tratamento conservador é muito importante, ele não é a cura, mas ajuda muito a desinflamar e ter qualidade de vida.

É muito importante que a gente tenha uma rede de apoio, que haja a troca de informações. Eu tenho no meu Instagram (@lais_weber), todo o processo da minha cirurgia, então quem quiser conversar comigo lá, eu vou ter o maior prazer de responder e ajudar.

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