A internet, ao longo dos anos, transformou-se em um componente indispensável na vida cotidiana de bilhões de pessoas ao redor do globo. Desde os primórdios, com as primeiras conexões discadas, até os dias atuais, com a expansão da banda larga e das redes 5G, a acessibilidade à internet passou por um desenvolvimento notável. Contudo, apesar do progresso significativo, o cenário global da acessibilidade ainda enfrenta desafios substanciais que não podem ser ignorados.

Nos anos 1990, a internet começou a ganhar popularidade, especialmente em países desenvolvidos. O acesso, inicialmente, era limitado, marcado por conexões lentas e custos elevados, o que restringia o uso da rede a um público mais seleto. Mesmo assim, rapidamente reconheceu-se o potencial transformador da internet como uma ferramenta de comunicação, educação e negócios. Todavia, essa fase inicial de expansão criou uma divisão clara entre as nações com infraestrutura tecnológica avançada e aquelas sem acesso adequado.

A partir dos anos 2000, o cenário começou a mudar com o advento da banda larga e a crescente popularidade dos dispositivos móveis. A conectividade móvel, em especial, desempenhou um papel crucial na ampliação do acesso à internet em regiões remotas e em desenvolvimento. Governos e empresas de telecomunicações começaram a investir em infraestrutura para conectar comunidades rurais e países em desenvolvimento, resultando em um aumento significativo na penetração da internet globalmente. Contudo, as disparidades entre diferentes regiões ainda persistiam.

Embora a conectividade tenha avançado substancialmente, a acessibilidade à internet continua a enfrentar obstáculos importantes. Em muitas partes do mundo, o alto custo da conectividade, a qualidade da infraestrutura e a falta de alfabetização digital são barreiras que precisam ser superadas. Segundo dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT), cerca de 2,9 bilhões de pessoas ainda estão desconectadas. Esse dado é alarmante, principalmente em áreas rurais e países de baixa renda, onde a internet é vista como uma ferramenta vital para o desenvolvimento econômico e social.

Nos últimos anos, o debate sobre a acessibilidade à internet evoluiu, e muitos argumentam que o acesso à rede deveria ser considerado um direito humano. A pandemia de COVID-19 evidenciou ainda mais essa necessidade, à medida que o trabalho remoto, a educação online e o acesso a serviços essenciais passaram a depender da internet. Esse contexto revelou a urgência de políticas públicas mais robustas e de maiores investimentos para garantir que o acesso à internet seja universal e equitativo.

Diversas iniciativas globais estão sendo desenvolvidas para enfrentar as lacunas de acessibilidade. Programas como o “Internet para Todos” da ONU e parcerias entre governos e empresas de tecnologia buscam conectar as regiões mais remotas do planeta. Além disso, novas tecnologias, como satélites de órbita baixa, estão sendo exploradas como soluções viáveis para oferecer conectividade em áreas onde a infraestrutura terrestre é inviável.

A acessibilidade à internet no mundo evoluiu de forma significativa, mas ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que todos possam se beneficiar das oportunidades proporcionadas pela conectividade. É essencial que governos, empresas e a sociedade civil unam esforços para eliminar as barreiras restantes e assegurar que a internet seja uma ferramenta verdadeiramente global e inclusiva.

Alison Ariel
Analista de Redes e Dados, Empreendedor do ramo de Tecnologia da Informação, Sócio Proprietário da A&A Soluções em Tecnologias e Sócio da Devs From Tomorrow