Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Política de Privacidade do jornal Diário de RioMafra
Natal é Vida que Nasce
Data de Publicação: 22 de dezembro de 2021 14:50:00 Confira a coluna do psicólogo Fernando Pimentel
É tempo de Natal, e esse período é associado a fechamentos de ciclos, encerramentos, férias, festas de confraternizações, encontros interpessoais e a tradicional ceia e troca de presentes. O mês de dezembro chega com uma agenda de obrigações e muita agitação em todos os ambientes, além das muitas perspectivas, sobretudo para o novo ano que se aproxima. É naturalmente um momento de festa, esperança e alegria.
Contudo, para muitos não tem o mesmo significado. Para alguns é uma época cheia de vida, mas para outros pode vir acompanhada de stress, ansiedade, pânico ou depressão. A forma como vivenciamos o Natal também está relacionada com a nossa saúde mental ou como experienciamos esse tempo ao longo da vida. Ao fazer um balanço do ano, sobretudo de um ano em que passamos por uma pandemia, muitos podem não ter elaborado de forma satisfatória as perdas, ou mesmo pela necessidade de se haver com as dificuldades ou crises existenciais. Por essa razão, o Natal, os encontros, podem se tornarem tristes e difíceis de suportar.
Sendo assim, o Natal deve favorecer o surgimento do seu verdadeiro sentido, relacionado não apenas ao nascimento de uma nova vida, mas também, o nascimento do sentido para ela. Para tanto, independente de qualquer que seja a crença ou a religião, o Natal carece de ingredientes que tornem consistentes as relações humanas. Deve ser uma experiência de empatia, de relações mais justas, de amor.
Para tanto, se queremos um Natal Vida, precisamos ser menos selvagens e validarmos o sofrimento do outro, ao invés de simplesmente pedir para que mude, para que aprenda. Mostrar que se importa de forma respeitosa e acolhedora. Todos passamos por dias difíceis. Precisamos ser mais pacientes uns com os outros.
O fato é que, não importa quão difícil tenha sido nossos dias, o amor pode fazer ressurgir de volta os sonhos e trazer a paz. Porém, não aquele amor interesseiro, que quer tudo pronto, tudo fácil, que traz a vida resolvida de forma mágica. Amor sem sacrifícios, sem lealdade, sem compromisso não existe. Não teremos nada para celebrar se permanecermos levianos com as criaturas, apenas seguindo a lógica superficial do consumo desenfreado e dos excessos que tem marcado as festas de final de ano.
Nesta data natalícia, devemos sim celebrar, mas celebrar a empatia, a paz, e o amor. Para a psicanálise de Freud, a natureza amorosa e de vínculos sociais, fazem parte da pulsão de vida. Conforta saber que o Natal traz consigo a relação com o nascimento de algo alguém melhor, mais simples e mais humilde. Não podemos perder a esperança. Tenhamos um feliz Natal.
Fernando Pimentel, Psicólogo: CRP 08/27411- PR - 12/IS-19279-SC. Graduado em Psicologia pela faculdade Pitágoras de Londrina. Graduado em Filosofia e Teologia pela FAVI de Curitiba. Pós Graduado em Metodologia de Ensino de Filosofia e Sociologia pela Universidade do Contestado (UnC) de Mafra.