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'Estarrecido', diz governador de SC sobre discurso de Bolsonaro

'Estarrecido', diz governador de SC sobre discurso de Bolsonaro

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O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), disse estar "estarrecido" com o pronunciamento do presidente da República Jair Bolsonaro em um vídeo divulgado na manhã desta quarta-feira (25), dia em que o Estado entra em nova quarentena de mais sete dias determinada por decreto. Moisés reforçou o pedido para que os catarinenses fiquem em casa para frear a contaminação pelo novo coronavírus. São 109 casos confirmados de pacientes infectados pela doença.

"Estarrecido com o pronunciamento da presidente República em relação às medidas de isolamento, medidas responsáveis adotadas por diversos governos dos estados e alguns governos municipais, venho a público informar à população de Santa Catarina que nesta quarta-feira, 25 de março, iniciamos mais uma quarentena de sete dias por determinação de decreto deste governador, mais sete dias para ficar em casa. [...] Ficar em casa, é o local mais seguro”, afirmou o governador.

Segundo ele, o governo estadual tem mantido conversas com diferentes categorias e setores produtivos para decidir qual melhor maneira de retomar as atividades que impactam na economia catarinense durante a quarentena.

"Sabemos que precisamos equilibrar as medidas de retomada da atividades econômicas com as medidas de restrição, de isolamento social para que a gente não tenha contaminação em massa porque não há sistema de saúde nenhum no mundo que tenha conseguido dar respostas. A determinação do Governo é que continue em casa, estamos avaliando cada setor", disse Carlos Moisés.

Durante a coletiva de imprensa no início da noite de terça-feira (24), por exemplo, ele mencionou sobre a flexibilização de alguns setores, como nas obras públicas, mas que a população fique em casa, pois o isolamento social tem melhorado os números em Santa Catarina em relação ao Covid-19. 

Casos suspeitos diminuíram

"É importante que nos mantenhamos firmes no isolamento social, pois mostrou resultados positivo aqui em Santa Catarina, já tivemos a curva de casos suspeitos diminuída. Esta semana vamos estudar os números, mas a posição do Governo é a mesma, ainda por quarentena. Fique em casa”, finalizou o governador. Nos dados divulgados na terça-feira, esse número caiu para 336. Até domingo (22) eram 410 casos suspeitos no estado. 

Outras manifestações

Por meio de nota, a Federação Catarinense de Municípios, Associações de Municípios e Consórcios (Fecam) também se disse preocupada com a fala do presidente Jair Bolsonaro. Saulo Sperotto, do Conselho Executivo e quem assina o posicionamento da entidade, pediu "ponderação e equilíbrio para as autoridades federais", disse que defenderá "'apoio financeiro aos municípios" e que a "missão central" deve ser "praticar o isolamento social".

"Estados e municípios tomam medidas, com coragem e protagonismo, na função de cumprir medidas estaduais e locais. Pelo mundo inteiro, exemplos demonstram que o enfrentamento determinado e o isolamento social representam o único caminho eficaz. [...] No Brasil, em posição inaceitável, o Presidente destoa, desinforma e deve ser ignorado. A gestão pública catarinense, unida, continua agindo determinada em proteção à população. A Fecam pede que o Estado de Santa Catarina se mantenha firme e reafirme sua posição de restrições", diz um trecho da nota da Fecam.

Já o secretário da Saúde de Santa Catarina, Helton Zeferino, se manifestou junto com outros secretários estaduais do país em uma carta do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A entidade diz que a fala de Bolsonaro dificulta o trabalho de todos e que é necessário "reparar o que parece ser um grave erro do presidente".

"É preciso demonstrar ao Brasil as suas consequências e a necessidade de que a população perceba a gravidade do momento que estamos vivendo.Temos, juntamente com o Ministério da Saúde, os municípios e a própria sociedade brasileira, empreendido uma intensa luta no enfrentamento da Covid-19.[...] Já temos dificuldades demais para enfrentar. Não podemos permitir o dissenso e a dubiedade de condução do enfrentamento à Covid-19", informou a carta.

Fonte: G1 SC

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