O governo de Santa Catarina aguarda o ofício da Federação Catarinense de Futebol (FCF) para analisar a chance de retomada do Campeonato Catarinense em maio. O presidente da entidade, Rubens Angelotti, deve encaminhar nesta semana um documento para viabilizar o retorno dos jogos, sem torcida nas arquibancadas, e com uma série de medidas para os jogadores entrarem em campo em segurança.

Por enquanto, a única certeza é que um eventual retorno terá portões fechados ao público para evitar aglomerações, uma das premissas para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus.

"Tudo que chegar terá que ser analisado de que forma isso vai acontecer. Pois o que não é permitido o evento com público. Então é essa dificuldade de terminar o campeonato sem público. Temos que ver a segurança e viabilidade e as possibilidades de fazê-la. Até porque os atletas estão acompanhados de médicos, treinam. Temos que ver o que está acontecendo de fato no mundo esportivo para tomarmos a decisão", explicou o governador Carlos Moisés.

A proposta da federação é reiniciar as partidas no dia 9 de maio, seguindo os protocolos médicos para evitar a pandemia. Rubens Angelotti chegou a falar na compra de testes rápidos, por exemplo, para identificar se algum atleta ou membro da comissão técnica possam estar contaminados com o novo coronavírus.

A entidade admite que ainda depende do aval de todos os envolvidos (clubes, sindicato dos atletas, etc), mas principalmente das autoridades médicas. Mas o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou nesta semana que o pico do coronavírus será em maio e junho e pediu que o Brasil não desista do isolamento.

O Campeonato Catarinense está paralisado desde o dia 16 de março, sem a realização da fase de mata-mata. Oito clubes disputam as quartas de final: Avaí, Brusque, Marcílio Dias, Figueirense, Juventus, Criciúma, Joinville e Chapecoense. Já Concórdia e Tubarão, nono e décimo colocados, respectivamente, lutam para se manter na Série A - um deles será rebaixado.

Futebol brasileiro

Nesta segunda-feira (13), em entrevista à agência de notícias Reuters, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, analisou apenas como "uma esperança" o retorno do jogos de futebol em maio. Além da federação catarienense, as federações paulista e carioca também se movimentam para marcar os jogos no próximo mês.

"Há esperanças, mas cada dia é um dia para essa doença. Maio é possível? Eu diria que é uma esperança, mas não dá para dizer que é uma expectativa", disse Feldman, à Reuters.

Futebol mundial

A Fifa, através do presidente Gianni Infantino, também falou com cautela sobre um retorno dos campeonatos a curto prazo.

"Nenhuma partida, nenhuma competição, nenhuma liga vale a pena arriscar uma única vida humana. Todos no mundo devem ter isso muito claro em mente. Seria mais do que irresponsável forçar a retomada das competições se as coisas não fossem 100% seguras. Se tivermos que esperar um pouco mais, devemos fazê-lo. É melhor esperar um pouco mais do que correr riscos", destacou Infantino.