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Ataques de cães aos seres humanos
O cão é considerado o melhor amigo do homem e integrante de sua família, a sua companhia traz inúmeros benefícios, porém é o animal doméstico que mais ataca o ser humano.
Atualmente, os números de ataques por cães aumentaram, se tornando um grave problema de saúde pública mundial. As estatísticas mostram dados bem preocupantes, uma vez que em torno de 80% do total de ataques de cães envolvem crianças, que muitas das vezes vão a óbito.
O temperamento de um cão depende da raça e, principalmente, da maneira como foi educado, sendo que o cão baseia sua forma de se comportar no temperamento de seu tutor. Apesar da maioria dos ataques de cães ocorrer por raças consideradas perigosas como Pit bulls e Rottweilers, é importante destacar que cães de todas as raças podem morder e atacar o ser humano.
A agressividade canina é uma das principais causas de abandono e eutanásia de animais em alguns países. Na natureza, para a maioria das espécies, é um comportamento fundamental para sobrevivência, podendo aflorar em algumas situações ou período da vida, como é o caso dos cães, sobretudo, machos.
São muitos os fatores que contribuem para que os cães desenvolvam um comportamento agressivo, mas uma coisa é certa, eles jamais irão atacar se não se sentirem ameaçados, sendo que uma das motivações para o ataque é o medo que estes sentem frente a determinadas situações.
Dentre estes fatores desencadeadores pode-se citar o fato de que alguns cães podem ser territoriais e possessivos, ou seja, atacam para defender algo importante e valioso para eles como suas camas, seus potes de comidas, seus brinquedos, seus filhotes e até mesmo seus tutores, uma vez que eles também podem sentir “ciúmes” de alguma pessoa.
Cães com dor também tendem a ser agressivos, pois sentem medo de outro animal ou pessoa se aproveitar de sua vulnerabilidade. Por isso, cães atropelados ou em situação de rua e maus tratos podem atacar quem tentar socorrê-los.
Outros fatores desencadeadores de comportamento agressivo são a ausência de socialização, que é caracterizada como aqueles cães que possuem pouco contato com outros animais ou humanos; e as fobias ou traumas adquiridos quando filhotes, como condições precárias ao nascimento e abandono, que podem permanecer ao longo da vida do animal, tornando-os medrosos e ansiosos.
Além do mais, datas comemorativas em que as pessoas fazem uso de explosão de fogos também podem causar estresse aos cães, uma vez que estes são mais sensíveis ao barulho, e podem ficar confusos com a casa “repentinamente cheia” de pessoas estranhas ao seu convívio habitual.
Geralmente os cães usam a linguagem corporal para expressar quando estão se sentindo desconfortáveis e irão atacar. Demonstram sinais de ansiedade, podem lamber os lábios, manter o olhar fixo, puxar as orelhas para trás e/ou colocar o rabo entre as pernas, não respondem a comandos básicos, e começam a rosnar, mas muitas das vezes esses comportamentos não são percebidos por seus tutores, e muito menos ainda quando o indivíduo em questão é criança.
As crianças se comportam de maneira inusitada e invasiva, fazem barulhos, tentam apertá-los, o que é compreensível, visto que ainda não desenvolveram completamente suas habilidades de atenção, memória e percepção. No entanto, os cães não são capazes de entender estes comportamentos e por serem repreendidos ao rosnarem nestas situações, ficam com medo e associam a criança como algo desagradável e ruim aumentando seus níveis de estresse, o que pode levar a agressão.
Algumas medidas podem ser tomadas para evitar o ataque de cães aos seres humanos, e o treinamento de animais agressivos por especialistas para evitar futuras agressões é uma delas. Os cães devem receber uma boa socialização, respeitando seus limites a fim de torna-lo um cão amigável e seguro.
Não assustar, maltratar ou incomodar um cão em qualquer situação, mas principalmente, quando este estiver comendo, ou quando estiver com seus filhotes ou brinquedos. Mesmo o cão sendo dócil não deve ser permitido que brinque com crianças sem a supervisão de um adulto, e deve-se ensinar que ao se aproximar de um animal faça-o com cuidado, em silencio e ofereça suas mãos para cheirar para depois acaricia-lo gentilmente.
Se um cão chegar a morder, deve-se limpar a lesão com água e sabão e procurar o centro de saúde mais próximo, pois as mordidas podem transmitir o vírus da raiva, além de ser porta de entrada para outras infecções, portanto, deve ser tratado o mais breve possível.
Temos em nossas mãos alternativas seguras para evitar estes acidentes. Não é necessário abandonar ou realizar eutanásia. Aprender a entender os comportamentos apresentados por seu cão e ser um tutor responsável fará com que seu animal lhe retribua com muito companheirismo e amor.
Daniele de Cássia Karvat – Médica Veterinária, Mestranda no Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UnC). E-mail: daniele.karvat@gmail.com
Dra Daniela Pedrassani – Médica Veterinária, Docente do Curso de Medicina Veterinária e do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UnC). Email: daniela@unc