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Cuidados básicos para uma boa higiene bucal

Cuidados básicos para uma boa higiene bucal

Data de Publicação: 6 de outubro de 2020 08:14:00

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Na coluna desta semana trouxemos uma convidada especial. A estudante de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ana Caroline Salvador. "Fui convidada pela professora Nilda para falar de saúde bucal neste espaço. Afinal, acredito que a ciência só tem seu valor concretizado quando alcança a comunidade. Mesmo que o cuidado com a higiene bucal não seja uma novidade, é sempre importante reiterá-lo, principalmente porque o problema vigente diz respeito a como as pessoas realizam essa higiene", falou a estudante. Confira! 

                                                                                                                     

Ana Caroline Salvador

Em um mundo cada vez mais influenciado por mídias sociais e “publis” do Instagram supostos produtos e técnicas milagrosas vêm ganhando espaço, pela facilidade e rapidez com que afirmam resolver problemas bucais. Mas com muito estudo e pesquisa, sabemos desde cedo na graduação que não existem milagres na Odontologia.

E, se não existem milagres, o que existem são fatos e boas práticas como a escovação adequada. Ela é o feijão com arroz da higiene bucal. Escovação adequada não se trata apenas de um processo chato e mecânico, mas um processo de cuidados necessários para manter os dentes e a cavidade oral longe de problemas. Ademais, quando falo de problemas, falo de algo que vai muito além da cárie.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em 2015 que apenas 53% dos brasileiros afirmavam escovar os dentes com os três itens fundamentais: escova de dente, pasta e fio dental. Ou seja, mesmo sendo o básico para uma boa higiene oral, quase a metade dos brasileiros não têm esse hábito.

Dessa forma, depois de fixada a relevância da escovação adequada para prevenir problemas e evidenciada a defasagem da sua execução em âmbito nacional, podemos partir para o segundo fato: escovação tem técnica. E, nesse caso, técnica e força não coexistem. Usar força e movimentos descontrolados na hora da escovação não são eficientes, mas sim deletérios. Na odontologia, o problema causado por essa força excessiva na hora da escovação é conhecido como abrasão - desgaste dental irreversível que pode ocasionar hipersensibilidade dentária.

Além da técnica, precisamos também focar nos instrumentos: escova, fio e creme dental. As escovas devem ser de cerdas extra macias, porque o objetivo é realizar a limpeza da região e não a eliminação de estruturas. Uma analogia para refletir sobre isso é questionar se qualquer tipo de bucha limparia o seu carro sem danificá-lo.

Entretanto, a escova não consegue chegar em todos os lugares. O nosso dente tem 5 dimensões visíveis na cavidade oral que precisam ser limpas, incluindo os espaços entre os dentes. Para isso usamos o fio dental. Assim como o uso da escova, o fio dental também precisa ser utilizado de forma correta, para não danificar estruturas adjacentes, como a gengiva. Outras dicas importantes são não utilizar a mesma porção do fio entre mais de dois dentes e prestar atenção na integridade do fio após o uso, pois regiões de cárie e de restaurações mal adaptadas podem provocar dilacerações no fio.

O último item da escovação adequada é o creme dental. Atualmente, encontram-se no mercado diversos tipos de creme dentais, porém, como já supracitado, na Odontologia não existem milagres. A presença de flúor é fundamental, pois, aliada a um acompanhamento regular com um profissional da área e uma boa higiene bucal, auxilia na prevenção de cáries. Assim, qualquer creme dental que mesmo contendo flúor prometa algo além de limpar os seus dentes, pode danificá-los permanentemente devido a presença de abrasivos.

Atenção: em momento algum citei o palito, justamente porque ele não deve ser utilizado. Durante o uso desse artefato, algum pedaço pode ficar preso e gerar um processo inflamatório na região. Seu uso frequente também provoca desgaste dental. Por isso, procure adquirir uma escova dental extra macia e uma pasta de dente contendo flúor e tenha sempre na sua bolsa ou no carro um fio dental. Isso irá evitar a tentação de “palitar” seus dentes.

Para finalizar, gostaria de agradecer o convite feito pela Terapeuta Nilda para repassar algumas orientações sobre higiene bucal neste espaço e acrescentar que nenhum conteúdo das redes sociais substitui a visita periódica ao cirurgião dentista. Somente ele está capacitado para detalhar as informações aqui apresentadas, bem como realizar qualquer procedimento de forma segura e saudável. Não acredite em promessas milagrosas, pois elas podem acabar trazendo danos irreversíveis.

 

Participação especial

Ana Caroline Salvador 

Nasci em Rio do Sul/SC e tenho 21 anos. Sou graduanda da quarta fase do curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e estudante do curso de Terapias Naturais de Presidente Getúlio coordenado pela terapeuta Nilda Marchi. Sou integrante da Liga Acadêmica de Dor Orofacial da UFSC, do Programa de Educação Tutorial em Odontologia e Fonoaudiologia (PET Odonto-Fono) e do Centro Multidisciplinar de Dor Orofacial da UFSC (CEMDOR).

Supervisionado pela professora Beatriz D. M. de Souza adjunta do Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista, Mestre e Doutora em Endodontia. Especialista em Prótese Dentária. Tutora do Programa de Educação Tutorial (PET) – Odontologia-Fonoaudiologia. Pesquisadora do Centro Brasileiro de Pesquisas Baseadas em Evidências (COBE). Coordenadora do Centro Multidisciplinar de Dor Orofacial (CEMDOR-UFSC): facebook.com/cemdorUFSC. Currículo: http://lattes.cnpq.br/7817859577162007.

Autora

Nilda é Naturopata e atua na área de tratamentos naturalista, especialista em alimentação sem glúten, mestre em Reiki, consteladora familiar, palestrante nacional e internacional.

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