Por Aline Cardoso

Iniciou o mês de outubro e com ele a campanha Outubro Rosa. O jornal Diário de RioMafra irá trazer até o fim deste mês, mulheres que tiveram a doença para contar um pouco da história e experiência que tiveram. O cancer de mama é a doença mais comum entre as mulheres por isso a importância do cuidado. O objetivo é conscientizar ainda mais todos a ficarem atentos. Nossa primeira entrevistada é a Marina, ela tem 31 anos de idade e descobriu o câncer de mama sub tiop Her 2 Positivo no ano de 2019. Ela por meio de sua redes social, intagram Diario da Mah, inspira e motiva outras mulheres. Confira a história dela! 

- Como e quando você descobriu o câncer de mama? Conte um pouco de sua história.
Eu senti no início apenas coceira na mama, na pele e mamilo, e o mamilo ficou um pouco enrugado. Depois sumiu. Fui no médico depois, sem ter sintoma algum, apenas para checar se estava tudo bem como uma rotina. Ele solicitou um exame, depois outro... e viu através do exame que havia nódulos na minha mama, porém não eram palpáveis.

- Qual foi o tipo do seu câncer? O que passou pela sua cabeça após o diagnóstico?
Fui diagnotiscada com câncer de mama, do sub tiop Her 2 Positivo.
No início foi um choque muito grande, tive a fase de negação, eu não aceitava que isso podia acontecer comigo, pois não me enquadrava em nenhum dos "pré requisitos", não era sedentária, obesa e não tinha nenhum caso na família. Depois eu fui aceitando e encarei de frente o "ridículo" (como eu chamo o câncer).

- O tratamento durou quanto tempo? Como você reagiu emocionalmente e fisicamente durante ele?
Iniciei pela quimioterapia em novembro, depois fiz a cirurgia (Mastectomia radical + Linfadenectomia axilar), após eu fiz radioterapia. Ainda faço Terapia Alvo que consiste em tomar um medicamento intravenoso a cada 21 dias no Hospital, esse medicamento vai até meados do primeiro semestre de 2021, esse medicamento é específico para o subtipo Her 2 positivo. Ainda preciso fazer uma cirurgia reparadora na outra mama apenas para igualá-las.
Eu não escolhi ter câncer, mas eu escolhi enfrentar ele com alegria, coragem e fé, de maneira que deixasse o tratamento de forma mais leve. Me deu muita força ver que eu estava ajudando outras pessoas também apenas com minhas palavras de carinho e dicas de como elas também podiam deixar o tratamento ser melhor.

- Em relação a sua família, como foi para eles?
Eu não sabia como contar para minha família a notícia, então eu contei por Whatsapp mesmo. Mas para meus pais foi muito difícil aceitar que a filha caçulinha estava enfrentando uma doença tão cruel.

- Você possui uma página em rede social com o nome Diario da Mah, você posta o seu dia a dia, dicas de beleza, alimentação e motivação para as mulheres. Como surgiu a ideia?
No início do tratamento eu estava assustada e não queria que ninguém soubesse pelo que eu estava passando, eu não queria postar nada, não queria que me vissem careca principalmente. Mas várias pessoas foram descobrindo e pediram para eu divulgar todo o tratamento, pois para muitos ainda é um tabu. Então fui postando, desmistificando o câncer, mostrando como é feita a quimioterapia, os efeitos colaterais, o que é a radioterapia e os efeitos colaterais também. Dou várias dicas positivas que funcionaram comigo, dicas que meus médicos e nutricionista me orientaram.

- Todos que te acompanham percebem a sua força e alegria em viver. O que mais te motiva em ajudar outras mulheres mostrando um pouco do seu dia a dia e suas experiências?
Me motiva saber que estou ajudando várias meninas do mundo todo, fazendo com que as meninas façam o preventivo, vão ao médico. Pois muitas esquecem de fazer auto exame, estão com os exames atrasados... Me deixa feliz ver que muitas meninas estavam iniciando o tratamento bem deprimidas e aos poucos começam se enchendo de vida, de brilho, encarando com a mesma alegria e força que eu.

- Como você está agora? O que mudou em sua vida?
Eu estou ótima, cheia de vida. Assim como algumas pessoas se afastam, o câncer traz tanta gente boa pra vida da gente. Passei a me cuidar mais ainda e dar mais valor para o que realmente importa.

- De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Avon e do Observatório de Oncologia infelizmente o número de mulheres que procuram o médico para fazer os exames de prevenção diminuiu 4%. Qual a sua dica para todas as mulheres sobre a importância de fazer o exame e ter atenção a doença?
Façam o auto exame sempre, toda semana, o ano inteiro. Fiquem atentas a qualquer sinal diferente. Quanto mais cedo for diagnosticado, maiores são as chances de cura.

- Gostaria de deixar alguma mensagem aos nossos leitores?

 Agradeço imensamente o convite de estar aqui conversando um pouquinho. Quero incentivar todos a fazerem o auto exame, mulheres, homens também, jovens... Qualquer sinal anormal procurem um médico, quanto mais precoce o diagnóstico maiores são as chances de cura. E se você um dia passar por isso também, tenha fé, coragem, encare com alegria, visualize a cura, mentalize sempre coisas positivas. E meu instagram Diario_damah está sempre de portas abertas para receber vocês e eu vou incentivar e apoiar sempre.