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Páscoa católica: o verdadeiro significado do tempo pascal

Páscoa católica: o verdadeiro significado do tempo pascal

Data de Publicação: 1 de abril de 2021 11:24:00 Em entrevista padre da Nossa Senhora Aparecida de Mafra fala sobre o verdadeiro sentido da Páscoa. Confira!

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No catolicismo a Páscoa vai muito além do chocolate, é uma das comemorações mais importantes. Além do chocolate ser um atrativo muito grande para essa época do ano, foi uma das coisas criadas na atualidade para representar a data. Na religião vivemos essa semana a chamada Semana Santa para a chegada do domingo de Páscoa que celebra a Ressurreição de Jesus Cristo. Para entendermos um pouco mais sobre a história da Páscoa dentro da religião católica convidamos o Pe. Pedro Bastos, da paróquia Nossa Senhora Aparecida de Mafra. O padre exerce a função a 33 anos e recentemente chegou a cidade. Ele conta que apesar ser de Mafra somente agora pode exercer a função de padre aqui no município. Acompanhe a entrevista.

- Qual a origem da Semana Santa dentro da religião católica? Fale um pouco sobre isso.

A Semana Santa ela retrata o tempo logo após a ressureição de Jesus. Com a celebração do renascimento após a morte de Jesus, a igreja aos poucos foi tomando corpo e organizando a sua caminhada espiritual.

- Qual o verdadeiro significado da Páscoa?

A Páscoa foi a celebração do povo Judeu, que celebrava a saída da terra da escravidão, que era o Egito, e que levou mais ou menos uns 40 anos até a chegada a Palestina. A igreja foi lembrando aquele tempo de Jesus, a Páscoa do povo Judeu. Que celebrava a saída da escravidão para a libertação, do Egito para a terra prometida a Palestina. A partir da última páscoa de Jesus em Jerusalém que foi a sua entrega total a humanidade, a sua paixão, morte e ressurreição traz o significado de superação. O vencer da morte sobre a vida, que é a ressureição do próprio cristo.

- Cada dia da Semana Santa tem um significado, como podemos explicar brevemente aos leitores cada um deles?

A Semana Santa começa no chamado domingo de ramos que é essa recordação da última entrada de Jesus em Jerusalém com a sua família, suas caravanas e seus discípulos e que o povo com os ramos nas mãos saudava de Jesus em Jerusalém para os dias festivos da páscoa. Assim começa a semana santa, mas o contexto mesmo está no chamado Trido Pascal que é na quinta-feira santa onde se celebra a ceia do senhor como é chamada a última ceia com seus discípulos e ainda na quinta-feira se celebra a instituição da eucaristia e do sacerdócio. Também naquela ceia Jesus celebrou o serviço que é o lava pés, que nesse ano não poderemos realizar por conta da pandemia, mas não deixamos de recordar. Já na sexta-feira santa a gente celebra a paixão e a morte de Jesus que guardamos o silêncio e ficamos em vigília e no sábado a noite é celebrado a chamada vigília pascal em que já se aguarda a ressurreição de Jesus. Assim no domingo de páscoa é o dia ponto alto da ressurreição.

- A igreja católica recomenda o jejum como prática espiritual. O que significa esse hábito nos rituais pascais?

O jejum ele vem sendo recomendado em todo o tempo, mas de um modo especial durante a quaresma e durante a semana santa. Além dele ter esse contexto de jejum alimentício, do sentimento que está ligado ao estômago, que ao sentir um pouquinho de fome a gente vai entender, as dores e o sofrimento de tantas pessoas têm várias necessidades até mesmo a falta de alimento que nessa pandemia tem se agravado mais ainda. Outros jejuns também são recomendados, como aquilo que temos de exagero na minha vida, que eu posso então me sacrificar um pouco e assim renovando a condição espiritual, naquilo que eu preciso ter um auto controle, para perceber as necessidades e carências de outras pessoas.  

- Qual aprendizado os fieis podem levar do tempo quaresmal?

A cada ano, no início da quaresma é um convite a conversão. Diariamente todos temos algo que precisamos converter, mudar de vida, de atitude, de comportamento. E o que nós estamos aprendendo desde que surgiu a questão da pandemia, que está fazendo a humanidade sofrer muito, nós aprendemos que temos que valorizar cada vez mais a nossa vida e a dos outros, em todos os sentidos. E é claro, dentro desse contexto pascal, ajudar na vida espiritual das outras pessoas ajudando também a nos fortalecer ainda mais.

- Em meio a tantas notícias tristes que estamos vivenciando com a pandemia, violência, discriminação entre outras situações qual a reflexão que a Semana Santa traz as pessoas?

A pandemia está despertando na vida de todas as pessoas o sentido de mais valor pela vida ou o sentido de desvalor pela vida. A pandemia ela vem ser algo que faça com que eu entenda que a vida é um dom de Deus, que estamos emprestados nesse mundo, não somos donos de nada, nem da própria vida mas Deus quer que nossa vida seja preservada. Devemos então, continuar tomando todos os cuidados necessário para que essa vida seja por muitos e muitos anos. Não é porque surgiu a pandemia que que tudo está perdido, que Deus abandonou a humanidade, que as pessoas não tem mais caridade, não tem mais esperança. Não é esse o sentido. Temos que viver bem cada dia, o que passou, já foi. O amanhã são expectativas, devemos valorizar bem o hoje. Por isso que todo cuidado é necessário para ir passando.  

-  Gostaria de deixa alguma mensagem para finalizar?

Cheguei a dois meses na paróquia Nossa Senhora Aparecida e aqui em Mafra que também é minha cidade. Gostaria de dizer a cada um que irá ter a oportunidade de ler, assistir, escutar esse nosso momento gratificante, que Deus está no meio de nós. É isso que sempre rezamos, quando participamos de várias situações da nossa vida e das nossas celebrações eucarísticas. Quero que nós tenhamos uma páscoa tranquila, bem diferente do que foi no ano passado, com muita turbulência. Que seja uma páscoa de ressureição, de vida nova, de novos pensamentos, novos propósitos, novas realizações e nova prosperidade no sentido de crescimento humano, espiritual. Que faz com que a vida, queira cada vez mais avançar e naquilo que Deus está sempre aí para auxiliar, pois ele não nos abandona nunca, nós que as vezes o abandonamos. Precisamos sempre nos fortalecer com fé e oração, com as práticas espirituais.

Confira a entrevista em vídeo: 

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