Nesta semana a coluna Vida Fit convidou para dar entrevista a Lutadora de MMA Thalia Sampaio que com 23 anos, formada em Educação Física e professora de dança, participou pela primeira vez de uma luta MMA na categoria amadora. Ela esteve  presente para nos contar como foi essa experiência. Acompanhe em nossa coluna e em nossas redes sociais o vídeo da entrevista:

Conta como que foi isso para você, sobre o que é esse esporte, o que te levou a gostar e a querer praticar?

Thalia: Como você já disse, foi minha primeira luta de MMA, eu já venho me preparando há um bom tempo para essa luta. O MMA, para explicar um pouquinho a vocês, é uma luta que vale tudo, é um mix de artes marciais. Então eu pratico muay thai, jiu-jitsu, wrestling, boxe, para poder compor as lutas e fazer uma luta de MMA. Eu iniciei com o muay thai, lá em 2018. Na verdade, eu nunca tinha pensado em lutar. Nunca pensei, no início, em fazer uma luta, eu entrei por questão de emagrecer, fazer uma atividade física diferente. Eu estava passando por uma fase bem de ansiedade, que eu precisava fazer alguma coisa diferente, então eu fui atrás dessa arte marcial. Foi a melhor coisa que eu fiz na vida. Comecei a emagrecer, minha autoestima começou a melhorar, a questão da ansiedade. Não tem remédio melhor. Depois eu fui me interessando por outras artes marciais, eu vi o jiu-jitsu em 2019 e comecei. Logo, comecei a querer competir. Sempre fui competitiva, sempre fui ligada a esportes, então aí começou a mudar o rumo.

Taci: Em questão estética, porque a mulher tem cuidado com tudo, rosto, corpo. A luta em si agride muito essa parte. Conta para nós como foi essa questão da parte física. Foi um problema pra você?

Thalia: Claro que a gente tem uma preocupação. Querendo ou não muitas pessoas falam “mas o teu narizinho é tão bonito, você não tem medo de quebrar?” Eu falei não. Na verdade, o amor pelo esporte passa qualquer barreira. Na questão da saúde, até me trouxe muito mais benefícios. Se você pegar uma foto minha, antes de eu começar as artes mais marciais, eu me sinto muito melhor agora, do jeito que eu estou. Então, sobre a questão do rosto, não sei se vocês chegaram a ver fotos, mas eu machuquei bastante nessa última luta. Fiquei com o rosto bem machucado, e agora, basicamente duas semanas depois, estou nova.

Taci: Pelo o que você fala, as artes marciais exigem uma questão de tempo. Qual é a sua dedicação diária para isso? Quanto tempo você leva para fazer teus treinos? Como que é a tua rotina nesse sentido? 

Thalia: Eu treino todo dia. Às dez horas, que é o treino dos profissionais da luta. Então, tem alternado. Tem treinos de muay thai, tem treinos focados pro MMA, depois eu faço preparação física e à noite é para fazer jiu-jitsu. Normalmente são dois a três treinos por dia, eu cheguei a quatro. Tudo depende do cansaço. Exige uma energia muito grande e fora que não é só isso, eu tenho trabalhado com outras coisas e às vezes tem dias que estamos “só o pó da gaita.”

Taci: você foi professora de dança também. Foi um salto bem grande, sair da parte de dança para luta. Como foi isso para sua mãe, para tua família?

Thalia: Foi um susto porque a dança é algo bem delicado. E a luta é algo totalmente oposto da dança, algo bem agressivo. No início eu recebi bastante críticas, da minha mãe não, minha mãe sempre me apoia em tudo, mas eu recebi vários comentários como “você da dança o que vai fazer naquela luta, você vai ficar parecendo um homem, você é delicada”. Vários comentários desse tipo, mas eu nunca dei bola. Nunca liguei para esses comentários. Eu ainda sou professora de dança, trabalho com a dança e sou formada em Educação Física também. Eu sempre tô ligada a algo que movimenta o corpo então para mim não importa se estou na dança ou no esporte, preciso estar movimentando 24 horas por dia.

Taci: Hoje a qualidade de vida é essencial, o esporte é essencial. Realmente algumas pessoas acham que é um esporte muito masculino e que às vezes a mulher acaba não tendo participação, e você é a prova que não, que podemos contar com mulheres representando a nossa cidade e região.

Thalia: Hoje em dia já aumentou bastante o número de mulheres nesse esporte. Antes era realmente considerado um esporte muito masculino mesmo, tanto que tinha muito preconceito, muito machismo. E hoje em dia já mudou bastante.

Taci: Eu gostaria Muito de saber também um pouquinho sobre a alimentação. A gente sabe que muitos atletas tem que fazer uma alimentação mais rigorosa, principalmente para próximos campeonatos. Tem gente que fala que quem é lutador de MMA come X salada, come lanche, come tudo pela frente. Explica para gente como é isso.

Thalia: Então, a gente tem acompanhamento de um nutricionista, porque, por exemplo, eu tive que lutar numa categoria de sessenta e um quilos, eu tinha que bater sessenta e um quilos, mas eu pesava setenta. Então, eu tive que fazer uma dieta para baixar o peso.

Por que o lutador come tudo que vê pela frente? Porque ele fica muito tempo numa dieta restrita e às vezes depois da luta ele acaba comendo mais. Eu depois da minha luta comi bastante, meu treinador falou para não me preocupar na hora, semana que vem volto para dieta. Isso é mais perto dos campeonatos sabe? Normalmente a gente tem que manter uma alimentação saudável.

Taci: Já tem algum agendamento, já tem alguma luta marcada agora para os próximos dias pra você realizar?

Thalia: Pros próximos dias ainda não. Estamos analisando ainda, talvez pro final de outubro eu faço mais uma luta de MMA. Mas ainda nenhuma certeza.

Taci: Thalia eu te agradeço muito! Te dou parabéns, sou tua fã, geralmente o esporte é mais dominado pelos homens, mas da nossa parte não vai faltar apoio para você e espero que tenha grande sucesso para os próximos campeonatos e para liga profissional.

Thalia: É verdade, o atleta no início da carreira ou até bem para frente ele mais investe nele do que ele recebe, então cada apoio e alguma coisinha que a gente recebe ajuda muito sabe.

Taci: Agradeço sua presença e coloco nosso meio de comunicação a sua disposição após seu outro desafio.

Thalia: eu que agradeço pelo convite e por todos que torceram e ainda torcem por mim, foi uma honra estar aqui contando um pouquinho da minha história!