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A entrevistada para o dia do Jornalismo, Priscila Fernandes, conta sobre sua trajetória e mudanças na profissão

A entrevistada para o dia do Jornalismo, Priscila Fernandes, conta sobre sua trajetória e mudanças na profissão

Data de Publicação: 8 de abril de 2022 15:31:00 Nesta entrevista, Priscila Fernandes, fala sobre sua carreira no jornalismo, as mudanças da profissão e deixa uma mensagem marcante para quem quer seguir nesta área.

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1. Quando despertou o interesse pelo jornalismo em você?

Priscila: Na verdade, foi uma coisa que foi ocorrendo, eu sempre gostei de escrever, de estar lendo, pesquisando desde a época da escola, no ensino fundamental, ali sétima e oitava série tive alguns professores que valorizavam essa questão, gostava muito de história e geografia na época e comecei a pesquisar e aprender um pouco mais. Eu acabei me interessando um pouco por política também e quando fui para o ensino médio, continuei gostando e lendo. Quando chegou a hora de fazer faculdade estava entre fazer história ou jornalismo, só que eu queria fazer história para trabalhar com fontes, ser meio que arqueóloga, e é uma coisa meio fora da nossa possibilidade real. Até fiz o vestibular para história, fiz o vestibular na federal e fiz o ProUni na época para Jornalismo, daí acabei passando e cursando jornalismo.

 

2. Como foi o início da sua carreira nessa área?

Priscila: Na época da faculdade a gente aprende muito, aprende sobre jornalismo impresso, sobre o rádio, que é onde trabalho atualmente, na Nova Era. E pude passar por vários lugares, aprender várias coisas. Por causa da faculdade, trabalhei com assessoria de comunicação, que é uma área do jornalismo também, porque a gente hoje, muitas vezes pensa mais em redação, mas, o jornalismo é muito amplo. Você pode trabalhar com várias coisas, pode trabalhar na área corporativa, como seria de comunicação ou na prefeitura por exemplo, pode trabalhar como jornalista de redação mesmo. Meu primeiro emprego como jornalista foi aqui no Diário, em 2011. Então trabalhei um tempo ali na Cinemateca, como assessora de comunicação, trabalhei com produção, e nesse mesmo período, apesar de estar morando em Curitiba, quando eu entrava em férias vinha fazer um estágio voluntário aqui, onde pude aprender muito, com o repórter daqui na época, com toda a equipe, com a Elisângela, aprendi sobre a função de jornalista. Na faculdade, aprendemos muita coisa, mas na hora da mão na massa, é diferente.

 

3. E o jornalismo hoje em dia, é uma área que passou por diversas mudanças, fazendo o uso das redes sociais, certo?

Priscila: Exatamente, vejo que a função de repórter em si mudou, por exemplo, quando trabalhava aqui, íamos para a rua, mas tinha que levar a câmera que era pesada, tinha que estar levando bloquinho, que na época eu sempre falava que o melhor amigo do jornalista era o papel e a caneta. Hoje brinco que é o papel, a caneta e o celular, que não dá para ficar sem. Hoje você está no seu celular, consegue fazer tudo com um único objeto.  O jornalista tem que ser multiplataforma, assim como o próprio Diário. Quando trabalhei aqui, era só impresso, hoje não, você tem também a questão das redes sociais, então ampliou muito. Acredito que o profissional de jornalismo, de comunicação, ele tem que estar aberto para isso, para as redes sociais, tem que gostar de falar, gostar de estar antenado, porque vejo que o mundo está mudando.

 

4. Essa é uma área que passou por diversas mudanças ao longo da história. Como era a feita a montagem de um jornal antigamente?

Priscila: Como estava comentando, eu peguei uma fase melhor, acho que quem trabalhou nos primórdios das redações era mais difícil. Quando trabalhei aqui, nós saíamos, fazíamos as reportagens, levava papel, caneta, a câmera para fazer a foto, mas já era digital, apesar de que as câmeras eram mais simples. Na época da faculdade ainda peguei o filme em rolo, que tínhamos de fazer a foto e revelar, para daí poder usar. Então mudou tudo, era mais demorado, hoje você vai fazer uma reportagem, já consegue ter uma internet boa, estar mandando as informações para o diagramador, ele já vai montando a reportagem, colocando a foto, então consegue fazer tudo fora da redação, e antes não, tinha que sair lá da onde você estava fazendo a matéria, ir para a redação, montar esse material. E mudou em todos os setores no jornalismo impresso, no rádio etc.

Quando comecei na rádio, usávamos gravadores como esse, existem alguns menores também. Hoje tudo é mais dinâmico, ao mesmo tempo que facilitou. Claro que vieram   prós disso, você tem uma informação mais rápida, mas ao mesmo tempo isso dificulta muitas vezes uma informação checada, uma informação de qualidade, que é um ponto importante do jornalismo.

 

5. Teve alguma reportagem, ou notícia dentro deste ramo que foi muito marcante para você?

Priscila: Tem várias, tem uma no Diário que me marcou muito. Foi na época que estavam querendo fechar o cinema, foi a primeira vez que foi fechado o Cine Emacite. E acompanhei bem de perto todo o processo, desde o tombamento enquanto patrimônio, pude acompanhar o movimento dos empresários, das entidades de classe lutando para que não fosse fechado, e tudo isso culminou com a questão de o cinema ser tombado, e mais tarde teve a boa notícia de que ele foi comprado, na verdade foi feito um termo, enfim, e hoje é da rede Cineplus, então é legal quando você conta uma história e ela termina bem. Também me marca muito matérias da área de saúde. É uma informaçãozinha que você conta ali, que às vezes faz a diferença na vida de uma pessoa.

Teve uma reportagem que fiz, sobre a questão do autismo com a Fernanda, e eu não tinha muito conhecimento do assunto, sobre os diversos tipos e pude aprender. Conversei com uma mãe, com o médico, com profissionais da área da educação, falando um pouco sobre a inclusão. Então ao mesmo tempo que você pesquisa para levar o melhor ao seu ouvinte, ao teu leitor, você também aprende. Essas histórias marcam muita gente, tanto quanto você contar uma história emocionante, uma história positiva, quanto você às vezes transformar a vida de alguém. Porque uma coisa que você faz, sem pensar que vai ter uma grande importância, às vezes, alguém vai chegar e vai falar “aquela reportagem que você fez, me chamou atenção. Não sabia que isso poderia ser legal para mim”, se for uma reportagem de saúde, “eu não sabia que isso era sintoma disso, e acabei procurando um médico”. Esse é um dos grandes papéis do jornalismo, é levar informação e tornar uma sociedade melhor.

 

6. Em comemoração ao dia do jornalismo, que foi comemorado no dia 7 de abril, o que você tem a dizer para os nossos leitores e para as pessoas que querem entrar nessa área?

Priscila: Em um ano como esse, ano de eleição, é muito importante quando falamos em jornalismo, do cuidado com as Fake News. Acredito que terão grandes campanhas, o Tribunal Superior Eleitoral está batendo bastante nessa tecla, até na questão com as redes sociais, como o Facebook, WhatsApp, o Telegram, mas é importante pensar sobre isso, estar buscando boas fontes que realmente levem a informação checada e qualificada.

O WhatsApp, o Facebook, são boas fontes para nós, mas também temos que pensar em quem estou seguindo no Facebook, de onde veio aquela informação para mim no WhatsApp, se essa fonte é confiável. Se tiver dúvida, vou de repente pesquisar em outros canais de informação, canais de comunicação para checar aquela determinada notícia, justamente para que eu também não repasse Fake News, para poder realmente estar informando as pessoas com qualidade, seja um profissional de comunicação ou não.

Todos nós, independente da profissão, temos essa responsabilidade de estar levando uma boa informação, para sermos divulgadores de notícias verídicas. Até porque com a transformação que a pandemia trouxe na comunicação, vimos a difusão das Fake News sobre a questão do Covid. Tudo isso faz com que possamos refletir sobre isso, e a grande mensagem que deixo para os leitores, no que diz respeito à questão do jornalismo, é isso, busquem boas fontes de informação, chequem aquilo que vocês estão recebendo vendo se a fonte é qualificada, se realmente é verídico.

E para quem está querendo seguir a área de jornalismo é isso também, busquem estar sempre lendo. É importante o jornalista buscar boas fontes de informação. Hoje não temos só a televisão ou o rádio, temos muito material legal também nas redes sociais, como bons podcasts. É importante para quem quer seguir na área da comunicação como um todo, estar informado, sabendo o que está acontecendo, porque é fundamental que estejamos antenado no mundo e na nossa cidade, para que realmente possamos levar uma informação de qualidade.

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