1. Vamos começar a entrevista contando a sua história, Jhon. Como que surgiu a sua paixão pelas artes marciais?

Jhon: Começou com meu pai, ele começou a treinar Muay Thai e pegou paixão pelo negócio e decidiu abrir uma academia no barracão que a gente tinha do lado de casa junto com o Cabo Rômulo, que é policial aqui na cidade agora, onde o Rômulo entrou com o caratê e meu pai com o Muay Thai. Aí eu comecei a treinar o caratê e depois de um tempo eu migrei para o Muay Thai, e ainda não satisfeito eu queria um negócio diferenciado e encontrei o boxe chinês, onde vale tudo. Comecei a treinar o boxe chinês, treino até hoje, já virei faixa preta, instrutor. Também sou professor de kickboxing pelo mestre Alfredo.

2. E como surgiu a ideia de montar o projeto #teamjhon?

Jhon: Começou a ir muita gente lá sem dinheiro, sem condições de treinar e a gente sempre foi dando abrigo, e daí a gente decidiu abrir um projeto por minha conta mesmo, antes da pandemia o projeto não tinha nenhum envolvimento com a prefeitura, era 100% meu. Aí agora, depois da pandemia eu decidi voltar com o projeto, foi onde eu conversei com o pessoal da associação, com os vereadores ali e a gente conseguiu ônibus e ajuda da prefeitura de Mafra. Então a prefeitura traz os alunos, eu passo o treino, eles trazem a merenda e assim o projeto está ganhando mais força, tá ficando bem melhor.

3. Você já tem em torno de quantos alunos?

Jhon: Assim, eu não sei o número exato, mas, ele passa de 110, a última contagem que eu fiz deu 110, junto com os alunos do particular, das turmas nas academias, e os alunos do projeto social.

4. Durante a criação desse projeto, qual você diria que foi a maior conquista e a maior dificuldade que você enfrentou?

Jhon: A maior dificuldade que eu tive e ainda estou tendo é o espaço né o meu espaço limitado e o material também. Os artigos de luta eles se tornam mais caros do que qualquer outro esporte que você vai fazer, porque digamos que ele é diferenciado, então a luva, o aparador, raquete, tudo é mais caro, e sai tudo do meu bolso. Essa seria a parte mais difícil, apesar de eu ter, para eu conseguir abraçar mais gente eu teria que ter mais material.

A maior conquista, além de ter conseguido criar o projeto, é poder ajudar os alunos, levar eles lutarem. O Vitor já lutou no Tropical Fight, que é um evento que eu já fui campeão também, que é um evento bem bacana, e recentemente o Vitor e o Ariel, que também é aluno que começou no projeto social e hoje em dia ele já é atleta profissional, ganha dinheiro em cima disso, e é muito gratificante ver a evolução deles.

5. Você citou que ensina o boxe chinês para os alunos, o que seria essa arte marcial?

Jhon: Ele é uma junção de todas as artes sociais, ele abrange todas as áreas das artes marciais, ele é uma das modalidades de luta mais completa que tem, da para você comparar com o MMA, por isso que eu gostei, porque pega um pouco de cada coisa. Aí fica a critério do aluno de ver o que ele quer treinar, se ele quer treinar só o boxe a gente faz só a trocação, se ele quer só chute, se que treinar tudo, por isso que é uma área boa de trabalhar, porque abrange várias outras áreas.

6. Qualquer pessoa pode ir fazer as aulas com você? Como os interessados podem entrar em contato com você?

Jhon: Qualquer pessoa, independente se ela tem algum problema ou não, a gente sempre da um jeito de adaptar. Eu tenho vários alunos que têm problema, mas a gente consegue sempre adaptar, não fica limitado.

As pessoas podem entrar em contato comigo pelo meu Instagram, que é @jhonnnjhonn, e lá no meu perfil também tem o meu número de WhatsApp. Ou podem ir até a academia Zeus, que é onde eu atendo, no bairro Vila Nova.

7. Como foi o processo de treinamento para o evento AFT que vocês foram?

Jhon: Para esse evento, o processo foi de treinamento todos os dias, treinamento rigoroso. É um treinamento diferenciado, que nem eu falo quando o aluno começa a treinar lá, se ele quer como hobby é um tipo de treinamento, mas, se ele quer ser atleta ele tem que estar disposto a pagar o custo que é ser um atleta tem que sair na mão, não tem outros caminhos.

8. Vitor, e para você, como foi o treinamento?

Vitor: Foi muito difícil, porque precisa ter bastante dedicação pro aluno e bastante tempo também.

9. E qual que foi a sensação de ter participado e ganhado um evento internacional?

Vitor: Eu sou muito grato ao meu professor JhonJhon, e antes da luta eu fiquei bem nervoso, depois da luta eu chorei de felicidade por ter ganhado o cinturão.

10. Você ainda está bem novo, ainda tem muito caminho pela frente, mas você já pensa em seguir uma carreira nas artes marciais?

Vitor: Penso sim, se Deus ajudar, um dia eu ainda quero ser um lutador profissional de UFC, de MMA.

11. Em breve vocês estarão indo a mais torneios?

Jhon: Final de semana passado a gente já foi em um torneio, na sexta-feira (22) levei um aluno meu de 15 anos para lutar de novo. E quero ver se levo o Vitor pra lutar num evento do Paraguai que vai ter em setembro.

Torneio sempre tem, a gente sempre está participando.

12. Para finalizar a entrevista, vocês têm alguma mensagem para deixar aos nossos leitores?

Jhon: A mensagem que eu deixo é que quem tem vontade, nunca praticou arte marcial, que procure fazer uma aula experimental. Muita gente tem receio, acha que vai chegar lá e eu vou começar a bater como se não houvesse amanhã, mas, não é assim não, tem toda uma técnica, tem toda uma preparação. Tem muito aluno meu que treina já há 1, 2 anos e nunca teve contato, nunca fez trocação, então não é só porrada. A arte marcial tem várias maneiras de ser trabalhada, então para quem tem curiosidade de aprender, ou queira assistir uma aula, compareça lá na Academia Zeus, no bairro Vila Nova, nós temos treinos nas terças e quinta-feira.

Vitor: Quem estiver na rua, usando drogas, vai lá no projeto social do professor Jhon treinar, é de graça né, para poder seguir uma nova vida.