Eu trabalho desde os 13 anos. Quando cheguei em B. Camboriú, em 95, fomos morar em um prédio que tinha uma loja de aquários em baixo. Meus pais permitiram que eu ajudasse a alimentar os peixes, limpar os aquários, limpar a loja, separar os peixinhos nos plastiquinhos para vender… bons tempos. 
Depois, com 15 anos, eu queria tocar guitarra. Enchi tanto o saco do pai e da mãe que me deram de presente de aniversário. Só que a guitarra precisava de caixa para sair som (famoso cubo) e meu pai me disse que eu teria que comprar com meu próprio dinheiro. Fui trabalhar em um hotel como ascensorista, 8 horas por dia, de pé dentro do elevador. Com 17 anos já tinha varizes nas pernas (hoje é obrigatório ter banquinho). Mais tarde fui garçom de outro hotel. Acordava 5h da manhã para chegar cedo e espremer 2 sacos de laranja de 50kg, lavar a máquina de café e leite, que era enorme e o leite grudava ao redor. Me colocaram também para pintar as varandas do hotel junto com um colega, que dávamos risada o dia todo falando besteiras e trabalhando. Com 20 anos abri uma empresa de tele-entregas, com a ajuda da mãe e do meu irmão, e alguns amigos que vieram trabalhar comigo. Começamos com uma moto 125cc e em 1 ano tínhamos 6 motos trabalhando para nós. Nos divertíamos e trabalhava-mos muito para ganhar pouco. Vendi essa empresa para um picareta que até hoje não me pagou. 
Trabalhei também em um supermercado atacadista, fazendo 12 horas por dia (às vezes mais), sem ganhar hora extra (era banco de horas, que não recebi até hoje).
Reclamar??? Graças a Deus e a educação que tive da minha família, aos grandes amigos que fiz nesta caminhada, sempre fui feliz e busquei o lado positivo da vida e aprendi que ter uma missão é melhor que ser escravo de algo que não gosto de fazer. Tudo o que passamos é para nossa evolução é melhor se fizermos com alegria. 
Ótima semana e que você seja feliz e alegre e contagie a todos com quem se encontrar! 

Nobre abraço 

Rodrigo R. Valentini 
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