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Supertelescópio flagra novas imagens de 'galáxia fantasma'

Supertelescópio flagra novas imagens de 'galáxia fantasma'

Data de Publicação: 29 de agosto de 2022 13:43:00 Messier 74, também conhecida como NGC 628, é uma galáxia em espiral perfeitamente simétrica a 32 milhões de anos-luz de distância da Terra.

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O telescópio espacial internacional James Webb capturou novas fotos de uma galáxia curiosa, a Messier 74, também conhecida como NGC 628 ou "galáxia fantasma", apelido dado por causa do fato de que o sistema é bastante díficil de ser observado sem um equipamento profissional. As imagens foram divulgadas pela ESA, a agência espacial europeia, na manhã desta segunda-feira (29). Em julho, como mostrou o g1, os mistérios da galáxia em espiral já haviam sido divulgados por um astrônomo espanhol, mas desta vez, o enorme sistema estelar foi visto pelo Webb com uma riqueza ainda maior de detalhes (veja a foto acima).

E, desta vez, duas novas imagens foram reveladas: uma feita apenas com instrumentos do supertelescópio e uma composição de dados tanto do Webb como do seu "primo mais velho", o telescópio Hubble, que mostra a galáxia perfeitamente simétrica a 32 milhões de anos-luz de distância da Terra (veja abaixo a composição). Segundo a ESA, justamente por causa dessas suas características peculiares, como seus braços espirais bem definidos, a galáxia é um alvo favorito para os astrônomos que estudam a origem e a estrutura dessas formações galácticas. A agência explica ainda que, ao combinar dados de telescópios, os cientistas podem obter mais informações e detalhes nunca antes vistos sobre objetos astronômicos, aumentando o poder de observação de até mesmo um supertelescópio como o Webb.

Como a M74 é perfeitamente simétrica, estrelas, gases e toda a poeira que a formam estão alinhados em braços espirais que se espalham para fora desse sistema. Gabriel Brammer, astrônomo da Universidade de Copenhague, na Dinamarca que divulgou o primeiro flagra da galáxia fantasma com o Webb explicou ao g1 que se pudéssemos observar a nossa própria Via Láctea "de uma espaçonave a milhares de anos-luz da Terra", teríamos uma visão semelhante.

Cores são falsas, mas revelam estruturas nunca vistas

Como também explicou ao g1 o astrofísico brasileiro Rogemar Riffel, que não teve relação com esses trabalhos, todas as imagens astronômicas são de "cor falsa": uma vez que não conseguimos atribuir diretamente um cor para esse tipo de imagem, determinadas colorações são escolhidas para realçar as estruturas de uma foto astronômica. E são justamente esses gases e nuvens de poeiras que aparecem em roxo na imagem abaixo que dão uma característica singular a essa galáxia tão distante de nós.

Mas como toda essa poeira é um problema para telescópios que observam a luz visível [como na imagem do Hubble], a novidade que essas imagens do Webb trazem é que agora conseguimos observar regiões mais empoeiradas e todas as estruturas escondidas dentro dessas nuvens cósmicas. "A gente consegue ver uma riqueza de detalhes na imagem do Webb. Uma assinatura dos braços espirais muito bem definida. E são justamente nesses braços onde as estrelas se formam", diz Riffel.

Riffel explica ainda que embora o Webb não tenha sido o primeiro observatório espacial da Nasa que conseguiu enxergar em infravermelho essa galáxia em específico, visto que o Spitzer, aposentado em janeiro do ano passado também fez um registro, o supertelescópio vai ser muito útil para a ciência entender como as estrelas se formam em regiões do Universo escondidas por essas camadas de poeira. "E entender como as estrelas se formam, implica também em entender como o nosso próprio sistema planetário e o nosso próprio Sol se formou", diz.

Fonte: G1 / Fotos: Divulgação

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