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Malefícios do descarte de lixo irregular em Rio Negro

Malefícios do descarte de lixo irregular em Rio Negro

Data de Publicação: 23 de setembro de 2022 14:14:00 Nesta entrevista, a Bióloga Viviane, o Presidente do Comitê da Dengue, Josias, e o fiscal de posturas e obras, André Felipe, comentam sobre o porque do descarte irregular do lixo acontecer tanto, quais medidas podem ser tomadas e os malefícios dessa ação para a população.

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1. Para começar a entrevista, vocês poderiam fazer uma breve apresentação ao público?

André: Eu sou responsável pela fiscalização de posturas e obras do município de Rio Negro e trabalho lá a aproximadamente 4 anos.

Viviane: Eu sou bióloga na prefeitura, já faz 11 anos que eu trabalho lá e tenho trabalhado principalmente com a questão dos resíduos sólidos, com o levantamento das empresas, para saber o destino que está sendo dado para os resíduos gerados no município por essas atividades.

Josias: Além de presidente do comitê da dengue, também sou presidente da Associação de Moradores e também trabalho na prefeitura na área de agricultura e do meio ambiente.

 

2. Quão sério é o problema do descarte irregular do lixo em Rio Negro?

Viviane: O que tem acontecido muito no município de Rio Negro é que mesmo tendo o serviço sendo oferecido para a população, ainda assim, por uma questão de cultura, ou de costume, eles não fazem o uso desse tipo de serviço, que é a coleta de lixo. Então, as pessoas pagam a taxa de lixo, e muitas vezes acabam descartando o lixo de forma irregular, essa é uma questão que a própria prefeitura se questiona bastante do porque isso ocorre.

Um dos nossos maiores problemas no município é o acumulo de materiais de construção, o destino desses materiais, principalmente das pequenas reformas poque as pessoas não tem como pagar para fazer o destino de um resíduo tão pequeno. Isso acarreta as pessoas a fazerem o descarte desses resíduos no terreninho do lado, na beira do rio.

Josias: Eu acho um absurdo que a coleta de lixo passa várias vezes por semana, na casa de cada munícipe, e ainda tem pessoas que não dão o destino correto, pagam por esse serviço, e ainda jogam o lixo nos terrenos indevidos.

Temos a questão das agentes de endemias, que saem fazer vistorias nas casas. Algumas pessoas acham que o papel delas é ir lá pra colocar a mão no lixo, pra limpar o lixo, e não é isso, o papel delas é fiscalizar, ver se tem foco do mosquito da dengue.

André: Na nossa legislação, o código de posturas é bem direto na nossa região, diz que é proibido jogar qualquer resíduo sólido, lixo, pneumáticos inservíveis, tanto na rua, em logradouros públicos, quanto em terrenos baldios. O nosso código ali prevê infração nesses casos específicos, que vai até a 1000 UFM, que chega ao valor de R$ 4.120,00.

Hoje a prefeitura conta com o canal de ouvidoria, podem ser denúncias anônimas e se algum munícipe se sentir desconfortável com alguma situação que está ocorrendo próximo a sua residência, a gente pede para que entrem em contato com o município, acionem a nossa ouvidoria, pra gente tentar reverter essa situação.

 

3. Vocês poderiam reforçar quais são os malefícios dessa ação para a população e para o meio ambiente?

Viviane: Para o ser humano, esse lixo depositado em um local irregular, ou que até tem algumas pessoas que acumulam em casa, não simplesmente porque trabalham com material reciclável, mas porque algumas vezes a pessoa é acumuladora, então eles mantêm muito material em casa. Esse local, se torna propício para alguns animais se proliferarem, podemos encontrar várias espécies de aranhas, escorpiões, ratos, mosquito. Então principalmente para a saúde pública, o acumulo de lixo é um grande problema.

 

4. O que a Prefeitura planeja fazer para diminuir essas ocorrências no município?

Viviane: O município já tem tentado acompanhar principalmente as empresas. Todo mundo que tem um CNPJ, ou mesmo que seja através do CPF, que tenha atividade em Rio Negro, a gente já tem orientado as pessoas e feito uma fiscalização sobre o destino dos resíduos que eles dão em suas atividades.

A gente também tem tentado dar destinações específicas para alguns resíduos, tem a questão dos pneus inservíveis que já está sendo melhor destinado.

Josias: Eu reforço aqui, que lixo é dinheiro. Hoje a gente coleta cerca de 400 toneladas de lixo a cada 30 dias no município e se for fazer uma reciclagem correta, os rejeitos cairiam em torno de 30 a 40% e o resto seria material que poderia ser reaproveitado, vendido e ajudar no custeio das famílias.

André: A gente conta com o site, que é o https://rionegro.atende.net/cidadao, ali você pode fazer um cadastro e a partir dali iniciar os processos com a ouvidoria. Temos o nosso número de telefone, que é o (47) 3642-3280 e o WhatsApp, que é (47) 99174-4399.

 

5. Para finalizar a nossa entrevista, podem deixar uma mensagem ao público!

Viviane: A população com certeza tem algum conhecimento sobre a legislação ambiental, que fala sobre a logística reversa. A lei trata de como vai ser feito o destino desses resíduos, de que forma que isso deveria voltar para quem criou ele. Por exemplo, a lâmpada fluorescente é usada como um resíduo perigoso, então quem que deveria dar o destino para isso? O consumidor final ou aquele que produziu o resíduo perigoso? Seria quem produziu. Então qualquer ponto que comercializa lâmpadas tem que receber essa lâmpada, independente se ele foi ele que vendeu ou não, mesma coisa para baterias, pneus, pilhas.

Josias: Para concluir, gostaria de frisar essa questão de o lixo ser um dever de todos. Nos ajudem, enquanto prefeitura e órgãos que fiscalizam, a trabalhar essa questão do lixo, e um cobrar do outro.

André: Acredito que isso é uma responsabilidade de todo o município, não só da prefeitura, toda a população tem que se ajudar, denunciar e fazer a destinação dos resíduos. Agradecemos a todos que colaboram com a prefeitura, ajudam a gente a coibir essas atitudes e sempre estão tentando ajudar de alguma forma, porque o lixo é uma questão de qualidade de vida.

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