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Dia Internacional do Tradutor Intérprete de Libras!

Dia Internacional do Tradutor Intérprete de Libras!

Data de Publicação: 28 de setembro de 2022 14:51:00 Leislie Silva trabalha com a comunidade surda a 17 anos, atualmente é intérprete de Libras, e conta para gente nessa entrevista sobre sua formação, como se tornar um intérprete e muito mais!

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1. Pode começar nossa entrevista, com uma breve apresentação!

Eu sou intérprete de libras, me chamo Leslie Franciele. Já venho trabalhando com a comunidade surda a mais ou menos 17 anos.

 

2. Como surgiu o teu interesse pela língua de sinais?

Na minha família eu tenho 2 sobrinhos surdos e um primo que é surdo profundo também. E nesse caminhar profissional eu encontrei uma professora que serviu como inspiração, que é a professora Maria Romilda, ela trabalhava no Colégio Monteiro Lobato, e eu comecei a frequentar essa sala de recursos, e lá que surgiu esse interesse e envolvimento com a comunidade surda.

 

3. Qual seria a qualificação necessária para ser um intérprete de Libras?

Conforme está na nossa constituição, na Lei 12.319, ela explica o que? Que para ser um profissional em intérprete de Libras, primeiro você precisa ter a fluência comprovada pela prova de proficiência. No meu caso, eu tenho essa prova nível 1, que está aberto para vários campos diferentes para se trabalhar. Então, primeiro precisa de fluência, e depois, a formação acadêmica.

 

4. Aqui na nossa região, onde os interessados podem buscar aprender mais sobre Libras?

Hoje, tanto em Mafra, quanto em Rio Negro, nós temos escolas técnicas que ministram esses cursos. Aqui em Mafra, atualmente, está acontecendo esse curso de libras, o básico, intermediário e o avançado, onde as pessoas não vão ser intérpretes, porque para ser intérprete precisa a formação de tradução e interpretação, mas, as pessoas já começam a ter essa comunicação, essa acessibilidade. Quando a gente fala em acessibilidade, as vezes, as pessoas entendem como um mobiliário, uma rampa, mas não, a comunicação é uma acessibilidade também.

 

5. Qual você diria que é a importância dessa língua?

Nós, seres humanos, não podemos viver sós, então a importância das Libras é a comunicação. É você poder manifestar os teus sentimentos, a sua empatia, é valorizar a cultura do outro. Um exemplo muito claro, é como se eu entrasse em um avião agora e fosse para um outro país sem dominar a língua, então os surdos, dentro do Brasil são estrangeiros e cabe a nós, enquanto sociedade, estarmos nos adaptando, ou adquirindo a comunicação em Libras.

 

6. O que você gostaria que as pessoas soubessem sobre essa profissão?

O que eu gostaria de deixar para vocês, é que o intérprete de Libras é muita empatia. Temos que pensar “e se fosse eu? Como eu gostaria que fosse essa comunicação?”. Eu diria assim, todo o meu respeito a cultura e a comunidade surda sempre. Isso é muito importante, é valorizar, porque na verdade, o que acontece? O surdo nasce no Brasil, mas a primeira língua não é o Português, e sim a Libras.

 

7. Aqui no nosso município, você acha que existem pessoas suficientes para lidar com os indivíduos que fazem o uso das Libras?

Hoje, tanto em Rio Negro, quanto em Mafra, existe sim a procura. Alguns profissionais vêm procurando, vêm estudando e buscando essa fluência, essa comunicação. Então, eu acredito que estamos em um caminhar para que essa inclusão aconteça de verdade, e para que essa acessibilidade possa verdadeiramente acontecer com eficiência.

Então, fica aí a deixa, para os empresários, para a nossa universidade, que eu trabalhei lá tanto no curso de Pedagogia, quanto no de Arquitetura e Urbanismo, também trabalhei no curso de Administração, então fica aí a deixa, vamos capacitar os nossos profissionais, para que desde a educação infantil, até o nível superior, que a gente consiga ter profissionais de alta performance dentro das salas de aula.

 

8. Para finalizar a nossa entrevista, deixe uma mensagem ao público!

O que eu deixo para você, é que ainda que eu falasse a língua dos homens, ainda que eu falasse a língua dos anjos, se não tem amor e nem empatia, de nada me serviria. Então, estamos aqui para trabalhar e para servir o outro.

 

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