A tarde de segunda-feira (14/11) em Mafra, no planalto norte catarinense, foi marcada por um crime que a muito tempo não se ouvia falar. Por volta das 14:30horas, uma agência bancária, foi alvo de assalto a mão armada, sendo que um vigilante ficou ferido, bem como, clientes e funcionários permaneceram reféns por algum tempo.  

A solução da crise envolveu a Polícia Militar de Santa Catarina; a Polícia Militar do Paraná; a Polícia Civil; o Corpo de Bombeiros, a Polícia Rodoviária Federal; o Instituto Geral de Perícias e a Polícia Penal.

Os profissionais envolvidos foram precisos na primeira abordagem policial ao banco; na obtenção de informações e isolamento das vias adjacentes; nos primeiros socorros à vítima ferida; na liberação e atendimento médico aos reféns; na garantia das provas, prisão e escolta dos autores, e noutras técnicas de inteligência policial.

Como resultado, os 3 autores do crime foram presos no banco; todos os reféns foram salvos sem lesões; o profissional da segurança privada foi socorrido e outros 4 envolvidos estão identificados, tudo sem que fosse necessário um único disparo de arma das forças de segurança.

O sucesso da operação, sem dúvida, não ocorreu por acaso.

Nos bancos dos cursos de formação e aperfeiçoamento esses profissionais são habilitados a operar nos mais diversos cenários, mas, sobretudo, são instigados a atuar de forma integrada no campo operacional. Afinal o crime não conhece fronteiras e nem distingue as competências constitucionais de cada órgão.

A rapidez, a técnica, a tranquilidade, a gestão e o senso de responsabilidade com a vida das vítimas, entre elas uma criança, permeou toda operação, que somente foi exitosa porque foi construída a várias mãos.

Além do treinamento constante, pode-se dizer que a inteligência policial, os equipamentos, veículos e tecnologias também contribuíram sobremaneira no apoio a todos os envolvidos.

Infelizmente muitas vezes tendemos a destacar apenas os aspectos negativos das forças de segurança e nos esquecemos que, enquanto todos fogem do perigo, os policiais correm na direção dele, colocando suas próprias vidas em risco para salvar o próximo.

Ficamos todos apreensivos acompanhando as notícias pelas redes sociais, enquanto homens e mulheres, que passaram a vestir o mesmo uniforme, sem distinguir a hierarquia e a corporação, resolveram o problema. Afinal somos uma comunidade pacata e fatos como este felizmente são raros.

A prisão dos assaltantes foi bem-sucedida porque as forças de segurança atuaram de forma única e organizada, sendo que esses valorosos profissionais merecem nosso reconhecimento público e apoio constante, para que se sintam amparados e motivados a sempre manter esse nível de eficiência.

A sensação de segurança foi retomada e o problema, sem dúvida, fortaleceu os laços das corporações, que agora pretendem estabelecer um gabinete de crise constante para enfrentar problemas dessa ordem. Mais um resultado positivo que merece aplausos.

Mafra, 16 de novembro de 2022

MARCELO PEREIRA

Coronel PM da Reserva

Advogado