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Entrevista com o sobrevivente do deslizamento de Guaratuba

Entrevista com o sobrevivente do deslizamento de Guaratuba

Data de Publicação: 2 de dezembro de 2022 10:51:00 Neste relato, conversamos com o Oswaldo Paglici, que é Técnico no Moinho Catarinense desde 2008, e estava presente na hora do deslizamento na BR-367, em Guaratuba.

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1. O que aconteceu na hora do deslizamento?

Conforme o pessoal está acompanhando e vendo através das notícias, eu estava em deslocamento para a cidade de Joinville, sentido Curitiba-Joinville, no momento estava em fluxo normal de pista, anteriormente teve uma interrupção de uma hora mais ou menos, e depois teve a liberação da BR-376 em si. Feito isso, o fluxo seguia normal, e de repente, a pista de três virou em duas e de duas virou em uma e logo ficou lento o tráfico e o morro desmoronou.

 

2. O que o senhor sentiu na hora que você percebeu o que estava acontecendo?

Aquilo foi a questão do próprio impacto que deu, que foi praticamente uma avalanche, onde ela fez com que meu veículo levantasse, evitando de bater no guard rail e com outros veículos que estavam subindo do lado contrário. Tinha a situação possível de cair ribanceira abaixo também. O veículo não teve nenhum dano, a porta não foi enterrada, o cinto de segurança se soltou normalmente e que nem eu falo, foi a mãozinha de Deus que ajudou a levantar o veículo na hora certa.

 

3. Você chegou a ter algum ferimento dessa situação?

Como eu estava dentro do veículo com o cinto de segurança, e não teve nenhuma batida sobre o próprio veículo, nem vidro acabou quebrando, nem o airbag disparou, nesse impacto, com a graça de Deus, eu saí sem nenhuma marca.

 

4. Quanto tempo demorou para o senhor ser resgatado?

A partir do momento que você sai do carro, até achar um ponto seguro, o resgate da Autopista chegar, acredito que ficou em torno de mais de três horas.

 

5. Como a sua família ficou sabendo desse acidente?

Após ter saído do veículo, eu tentei achar um ponto seguro, na subida teve um rapaz da Ambev, ele estava no celular e eu falei “ó moço, acabei de sobreviver a isso aí e preciso comunicar minha família”. No momento eu lembrei do contato da empresa, do Moinho Catarinense, que já fez a chamada, e já caiu na mão do diretor e através dele já entraram em contato com a minha família. Aí foi questão de horas até eles saberem onde eu estava e saberem o meu estado de saúde.

 

6. Você já sofreu algum acidente dessa dimensão?

A gente só acompanhava pela TV esses grandes acidentes, com maiores números e proporção, mas a gente não tem a noção do que isso acaba sendo. Eu estou ileso, mas o próprio emocional acaba sendo algo que as pessoas não tem noção. A pista parecia que ia ceder e ao mesmo tempo parecia que os morros envolta iam vir terra abaixo, porque a chuva estava muito forte.

 

7. Após essa tragédia, o que você gostaria de dizer para as pessoas?

Eu falo que renasci, que a mão de Deus estava presente, e sempre que eu posto nas minhas redes sociais eu coloco a palavra “gratidão”, eu acredito que isso venha a se tornar um hábito de não reclamar da vida, mas sim ser grato pelas nossas vidas todo dia, e isso eu já fazia antes, mas agora irei fazer mais ainda. A vida está aí para ser vivida.

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