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A Síndrome do Amor: conheça mais sobre a Síndrome de Down

A Síndrome do Amor: conheça mais sobre a Síndrome de Down

Data de Publicação: 24 de março de 2023 15:04:00

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Em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down, que foi no dia 21 de março, fomos até a Escola Municipal de Educação Especial Tia Apolônia, para trazer conhecimentos e relatos das pessoas que têm essa condição

A professora Emanuele Felix de Sousa Fuchs está trabalhando na escola a 12 anos e convive diariamente com os alunos com Síndrome de Down. Ela nos contou sobre a Síndrome e como é a educação dos alunos.

1. O que é a Síndrome de Down?

A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Nós chamamos de Síndrome do Amor, porque a gente percebe que as pessoas com Down têm muito amor, elas valorizam muito as coisas da vida. Então a gente vê que não é porque eles têm um cromossomo a mais que eles não podem ter a oportunidade de estudar, ser estimulado, de viver em sociedade, de entrar em campos de trabalho. Se estimulados, com apoio da família e da escola, eles vão muito longe, eles têm muito potencial.

 

2. Apesar de eles terem perfeita capacidade de fazer tudo o que nós fazemos, tem alguma dificuldade que a pessoa com essa condição enfrenta?

Alguns problemas de saúde são mais frequentes nessas pessoas, como as cardiopatias congênitas, alterações da tireoide e doenças autoimunes. Além disso, a inclusão social também é uma dificuldade muito grande que elas enfrentam.

Mas, se estimulados, as dificuldades viram um segundo plano, temos que focar sempre no potencial da criança, até porque dificuldades todos nós temos.

 

3 . Você já está trabalhando na Tia Apolônia a 12 anos, qual seria a maior dificuldade na parte da educação deles?

Cada criança com Síndrome de Down é diferente. Cada um deles têm uma particularidade, assim como nós. A maior dificuldade é entrar em um acordo com a família, de estimular a criança de tal maneira, ou de ensinar de tal maneira. Nós não podemos encontrar limites para uma criança Síndrome de Down, eles são como nós, eles têm o potencial deles, então tem que ser estimulados.

 

4. Qual é a melhor parte do seu trabalho?

É ver o desenvolvimento deles. Tudo o que a gente vê, desde pequenas tarefas, pequenos desafios superados, isso já é motivo de grande alegria. Trocando com a família e vendo o desenvolvimentos dele perante a sociedade, perante as suas dificuldades, esse é o maior presente para nós professores.

 

5. O que você gostaria de dizer às pessoas sobre esse assunto?

Eles são crianças amorosas, eles são crianças com vontade de aprender, eles têm potencialidade, então não vamos olhar com julgamentos, olhar menosprezando. Vamos respeitar, vamos dar chances, vamos dar vez para que eles possam estar se desenvolvendo. Aqui na escola nós temos muitos exemplos, que nos deixam tão felizes de crianças que são vencedoras, crianças que tem habilidades com dança que eu não tenho, habilidades com instrumentos musicais que eu não tenho, essa habilidade de amar, de abraçar, que muitas vezes a gente não tem. Então eu acho que nós temos que olhar sem julgamentos, e querendo aprender, porque eles nos ensinam muito e é um privilégio e uma satisfação poder conviver com uma criança com Síndrome de Down.

 

 

Conversamos também com 5 alunos da manhã que têm Síndrome de Down, e cada um deu seu relato sobre a escola e como é viver com essa condição.

  • O que vocês mais gostam na escola Tia Apolônia?

Jéssica Helen Rodrigues: Gosto de estudar, ler, escrever, fazer artes, educação física, fazer amigos, jogos, viagem, dança, tocar caixa na fanfarra.

Sidineia Novak Fernandes: Eu tenho 29 anos, faz anos que eu estou na Tia Apolônia. Eu gosto mais é do carinho da professora. Eu sou feliz. Gosto das professoras, da diretora, eu amo o carinho de cada uma.

Maria Fernanda Reitmeyer: Estou com 44 anos. O que eu mais gosto na escola é da fanfarra. Eu gosto da escola.

 

  • O que você acha mais difícil de aprender na escola?

Jéssica Helen Rodrigues: Fazer continhas.

Sidineia Novak Fernandes: Pra mim não é difícil, eu faço as coisas que a professora quer.

 

  • O que você gostaria que as pessoas soubessem sobre a Síndrome de Down?

Jéssica: Eu nasci assim, minha mãe quis ter uma filha com Síndrome de Down, porque a síndrome da amor, da carinho. Para mim, ter Síndrome de Down é muito bom, porque Deus quis, Deus deu olhos, deu carinho. Eu entrei na escola da Tia Apolônia, conheci a minha professora, ela para mim é tudo, porque ela deu amor, deu carinho.

Eu tenho muito orgulho de ter Síndrome de Down. Eu sou fã da Aline Barros, porque a música dela me da o amor de Deus no meu coração. Eu tenho um dom, que é jogar futsal, e ser goleira é o meu sonho.

Quem me ensinou a ler e escrever é a minha professora Jussimara Medeiros, porque ela quer que eu faça certo, ela corrige o que eu tenho que fazer e tem amor no coração, ela é carinhosa, amorzinho.

Tem o grupo de dança da escola municipal Tia Apolônia, nós estamos ensaiando bastante para dança, tem que acertar o passo. Nós vamos no apresentar no Festival de Dança de Joinville.

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