Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Política de Privacidade do jornal Diário de RioMafra
Para show mais sustentável, banda Coldplay usou biocombustíveis de Mafra
Data de Publicação: 27 de março de 2023 15:14:00
As chuvas e os alagamentos que marcaram os primeiros shows do Coldplay em São Paulo mostram que a banda acertou no tom ao estabelecer os princípios da turnê atual: o grupo só pegou a estrada para divulgar o álbum “Music Of The Spheres” depois de condicionar as apresentações a uma série de ações em prol do meio ambiente.
Com direito a onze shows no Brasil, a turnê foi pensada com três princípios como base. O primeiro impõe a diminuição das emissões de CO2 em 50% (em relação à última turnê) e estimula a redução de consumo e o aumento da reciclagem. O segundo pilar é o apoio a novas tecnologias ecológicas e métodos de turismo sustentáveis e com baixa emissão de carbono. Por fim, a turnê ainda deve compensar os impactos provocados pelas apresentações.
O Coldplay se alinhou à DHL, referência internacional no setor de transportes, para diminuir o impacto da logística dos shows, evitando o uso de combustíveis fósseis. A empresa dá preferência a voos abastecidos com biocombustíveis e, nos deslocamentos em terra, prioriza veículos elétricos.
Líder na produção de combustível de aviação sustentável, a Neste também embarcou na turnê. É quem está fornecendo o biocombustível do tipo HVO (óleo vegetal hidrotratado) que garante a ida e vinda dos músicos em diversas ocasiões.
Também chamado de diesel verde, o HVO é 100% produzido com matérias-primas renováveis, como óleo de cozinha. Em comparação ao combustível fóssil tradicional, essa alternativa reduz as emissões dos gases do efeito estufa das viagens aéreas em até 80%. E o diesel verde ainda está sendo utilizado pelos caminhões que carregam os equipamentos.
Em parceria com a BMW, a banda inglesa desenvolveu uma bateria móvel e recarregável que garante boa parte da energia necessária para os shows. Instalados em determinadas áreas de cada arena, pisos cinéticos fazem com que a movimentação e o sacolejar dos fãs sejam transformados em energia elétrica, consumida ao longo das apresentações.
Ainda há os painéis solares fotovoltaicos, que são instalados atrás do palco e ao redor dos estádios. A turnê começou na Costa Rica e não foi por acaso: 99% da energia elétrica disponível naquele país vêm de fontes renováveis.
Para os geradores que abastecem os equipamentos da turnê, a banda conseguiu reduzir em até 80% a emissão de CO2 adotando geradores que utilizam biodiesel produzido pela JBS Biodiesel. Para os concertos em São Paulo e Rio, o combustível vem da planta de Lins (SP), para Curitiba (PR), da unidade de Mafra (SC). São cerca de 30 mil litros por show.
Apesar dos esforços, a banda reconhece que a turnê deixará uma pegada de carbono significativa. O Coldplay assumiu o compromisso de apoiar, com 10% do faturamento, ONGs que militam em prol do meio ambiente. É o caso da ClientEarth, da Ocean Cleanup e da One Tree Planted, entre outras.
A cada ingresso vendido, a turnê promete ainda o plantio de uma árvore, além da proteção vitalícia de todas as mudas. A compensação das emissões registradas ao longo dos shows por meio de créditos de carbono também está prevista.
A banda prometeu ainda recorrer a equipamentos, materiais e recursos locais sempre que possível e montar palcos só com materiais leves, de baixo carbono e reutilizáveis. As pulseiras de LED usadas pelo público durante as apresentações são feitas de materiais 100% compostáveis, à base de plantas. A meta é reduzir a produção de novas pulseiras em 80%, o que está sendo feito com a coleta e a esterilização delas no final de cada show. Até o confete disparado para o alto foi alterado. Agora é 100% biodegradável e o acionamento exige consideravelmente menos gás comprimido.