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Prefeito interino de Papanduva renuncia ao cargo

Prefeito interino de Papanduva renuncia ao cargo

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   O vice-prefeito de Papanduva, João Jaime Ianskoski (PSD) renunciou ao cargo nesta terça-feira, 25. Como Ianskoski exercia o cargo de prefeito desde a prisão de Luiz Henrique 
Saliba (PP), em dezembro de 2022, quem deve assumir o Executivo municipal é o presidente da Câmara Municipal, Jeferson Chupel (PSD).
    A reportagem entrou em contato com Ianskoski para saber o motivo da renúncia, mas o agora ex-vice-prefeito não atendeu o telefone e ainda não deu respondeu às mensagens enviadas. Extraoficialmente ele alegou foro íntimo para a tomada de decisão.Jeferson Chupel, que deve assumir o cargo de prefeito interino de Papanduva por ser o presidente da Câmara de Vereadores, também foi contatado, mas não deu retorno.

RÉU POR CORRUPÇÃO
    Mesmo sem exercer o cargo desde dezembro de 2022, Saliba segue como o atual prefeito de Papanduva. O prefeito está preso preventivamente para que não interfira nas investigações. Saliba se tornou réu no dia 13 de abril.
    De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Saliba é suspeito de receber propina para favorecer a empresa de saneamento Serrana Engenharia na prestação de serviços na cidade.

CASO DAS LICENÇAS
    Mesmo preso, Saliba requereu e ganhou duas licenças para que pudesse se manter afastado do município. Porém, as duas vereadoras da oposição a Saliba, Mariângela Senna e Jacqueline Balena – ambas do MDB – questionaram judicialmente as concessões das licenças.
Naquela ocasião, Chupel 
afirmou que não caberia aos vereadores decidir se o prefeito deveria ou não ser cassado pois não era réu nem condenado. Outra justificativa do vereador era que haveriam problemas com as contas da prefeitura, pois Ianskoski precisaria refazer as senhas dos cartões – mesmo que se saiba que o então vice já movimentava as contas bancárias desde que assumiu a prefeitura. Em primeiro momento, o juiz da comarca acatou o pedido das vereadoras e suspendeu as licenças concedidas ao prefeito por entender que seriam irregulares por ele não estar de férias, em tratamento médico ou em missão oficial. Mas, depois da mesa diretora da Câmara recorrer da decisão, o magistrado voltou atrás de sua decisão e observou que a Lei Orgânica do município permite que o mandatário permaneça afastado pelo tempo que for necessário caso possua autorização da Câmara.

RENÚNCIA
    Informações de bastidor da política papanduvense dão conta de que uma reunião ocorreu na prefeitura do município na segunda-feira, 24, e o prefeito interino João Jaime Ianskoski (PSD) teria sido forçado a renunciar. Fontes ouvidas pela coluna informaram que na reunião estiveram presentes vereadores e secretários municipais. O prefeito em exercício teria 
sido advertido a seguir as 
deliberações dos vereadores de situação, aliados ao prefeito preso Luiz Henrique Saliba (PP), pois seriam eles que teriam o verdadeiro poder. Caso se 
negasse a seguir ordens, deveria renunciar. Isso mostra que a renúncia de Ianskoski não teria ocorrido por motivos de foro íntimo, como diz a versão oficial, mas sim de foro político por não aguentar a pressão dos vereadores de situação.
    A resistência dos vereadores em abrir um processo de impeachment contra Saliba expressa uma possível tática dos legisladores aliados a Saliba para manter seu mandato. Duas licenças foram concedidas a Saliba para que sua ausência do município seja legal enquanto o vice-prefeito tinha seu capital político minado. Agora, os mesmos políticos que sustentam o mandato de Saliba no Legislativo assumem o poder Executivo.

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