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Uma estrada de realizações: caminhoneiro conta sua trajetória na profissão

Uma estrada de realizações: caminhoneiro conta sua trajetória na profissão

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Seguindo nossa série de entrevistas do mês de maio em comemoração ao dia do trabalhador, o caminhoneiro aposentado Edgard Rodolfo Kundlatsch, conta sua trajetória de vida, suas conquistas e dá dicas para quem quer seguir nesta profissão.

 

 1.    Pode começar contando sobre a sua história?
Com 15 anos, eu fui trabalhar lá em Rio Negro e lá fiquei durante 18 anos. Era uma fábrica de santos, e em um belo dia quando eu estava saindo, às 18 horas, um senhor estava parado lá na frente e me parou, disse que queria conversar comigo. Ele me perguntou como que ia para Rio Negrinho, São Bento, esses lados aí, mas, na realidade ele queria saber qual era a minha função na fábrica. Nós conversamos por bastante tempo, e ele relatou que tinha uma fábrica de gesso em Piraju, São Paulo. Nisso, ele pediu para eu ir para lá explicar algumas técnicas que ele queria saber, ele pagou a viagem, me deu uma boa gratificação. 
Após voltar de viagem vi que lá o trabalho dele era bastante diferente do que eu fazia aqui, e foi onde comecei a ter a ideia de abrir uma fabriqueta. Eu toquei a fabriqueta por 10 anos, fazia a entrega da mercadoria, tanto no estado de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul com o caminhãozinho que eu tinha.
Com todo esse tempo, consegui comprar um caminhão para o transporte, e com isso eu tive a felicidade de me aposentar como motorista de caminhão. 
Mais tarde a gente optou por vender a fábrica, que existe até hoje, a Artesanato Pérola, e eu já tinha um bom começo com casas de aluguel, continuei nisso e com a idade avançada, hoje com 81 anos, fiquei muito feliz em poder realizar a minha vida durante todos esses anos. 

 2.    Ser caminhoneiro sempre foi uma profissão que você quis seguir?
Eu não esperava que um dia fosse trabalhar com transporte e ser motorista de caminhão, mas é muito interessante ser caminhoneiro. Você passa o dia viajando, conhece muitas cidades, muitos lugares, muitas pessoas, então foi uma coisa muita boa e que até hoje tenho saudades de passear e viajar pelos três estados que eu fazia as entregas.

 3.    Qual você diria que foi a melhor parte desta profissão?
A melhor parte foi que eu consegui viver por todo esse tempo, viver a vida, melhorar bem o estado de vida da minha família, para quem era um funcionário que andava de bicicleta, com o decorrer dos anos pude me estabelecer com o melhor da vida, e hoje em dia estou com a vida tranquila para sobreviver. Também agradeço muito a Deus, porque durante esses meus 81 anos sempre tive muita fé em Cristo, e até hoje sempre fui de igreja, rezo todas as noites o Santo Terço, assisto sempre a missa, então eu até aconselho que as pessoas hoje em dia rezem mais, porque o rezar que faz a pessoa ser feliz e vencer na vida.

 4.    Quais foram os maiores desafios que o senhor enfrentou?
No começo eu não tinha nenhuma experiência com o comércio, e o comércio é muito melindroso, a gente encontra muitas pessoas boas, mas também encontra pessoas que querem dar calote na gente, então tudo isso eu enfrentei. Até no banco, para conseguir crédito, graças a Deus a gente sempre teve pessoas boas que nos ajudaram e pudemos vencer todos esses obstáculos na vida. 

 5.    O que você gostaria de dizer para as pessoas que querem seguir nesta profissão?
Eu acredito que se a pessoa reza, acredita no poder de Deus, a profissão de motorista não é ruim, qualquer trabalho que a pessoa queira começar, não é ruim, toda profissão é boa, sendo ela pedreiro, carpinteiro, mecânico, o que for, toda profissão é válida. Que Deus abençoe a todos. 
 

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