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Agosto Lilás: Pelo Fim da Violência Contra a Mulher

Agosto Lilás: Pelo Fim da Violência Contra a Mulher

Data de Publicação: 11 de agosto de 2023 16:10:00 Nesta entrevista, conversamos com a diretora do Departamento das Mulheres de Rio Negro, Eva Mariane L. de Oliveira, sobre o Agosto Lilás e seus significados, além de falar sobre as ações da prefeitura de Rio Negro na causa de combate à violência contra a mulher.

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1. Você poderia explicar qual o significado do Agosto Lilás?

O Agosto Lilás foi instituído por lei no ano passado, como o mês de proteção à mulher e foi escolhido esse mês por conta da Lei Maria da Penha, que foi sancionada no dia 7 de agosto de 2006.

 

2. Qual seria a função do Departamento das Mulheres?

O Departamento da Mulher foi instituído no município de Rio Negro com o intuito de fortalecer todas as políticas públicas voltadas à mulher. A gente sempre cita que nós vamos fortalecer a política contra a violência, com todo o respeito que essa política merece, mas nós vamos também fortalecer todas as outras políticas. A gente entende que se colocamos a mulher como protagonista da sua vida, já é um caminho para evitar que ela entre em um ciclo de violência, ou para facilitar que saia desse ciclo, então a gente quer trabalhar com o empreendedorismo feminino, com a saúde da mulher, para que ela realmente seja a protagonista da sua vida.

 

3. Rio Negro é uma cidade que está sempre promovendo essa causa, sempre evoluindo, tanto nos direitos das mulheres como na proteção e acolhimento das vítimas de violência. Quais foram as ações realizadas pela prefeitura recentemente nesse âmbito?

Além da criação do Departamento da Mulher, que já é uma atitude que são poucos os municípios que tem a secretária ou o departamento, ou um veículo voltado apenas para a mulher, o prefeito James assinou um decreto instituindo a Ouvidoria da Mulher Servidora, protegendo todas as nossas servidoras, seja ela estatutária, cargo de confiança, terceirizada, estagiárias, para que evite qualquer tipo de assédio no ambiente de trabalho e para que haja um ambiente sadio.

Também foi feita a abertura da semana contra o feminicídio, que é um projeto criado por lei, e a gente trabalhou esse tema nas escolas estaduais e municipais. Nas estaduais foram feitas palestras e nas municipais o Grupo de Teatro Municipal apresentou uma peça exclusiva para essa semana.

 

4. Nesta terça-feira (08), você esteve presente com a equipe da secretaria de Rio Negro em uma reunião com os deputados estaduais Thiago Bührer e Alisson Wandscheer, e com o secretário de educação do Paraná, Roni Miranda Vieira. O que foi feito e apresentado durante essa reunião?

O prefeito James pediu que eu acompanhasse e levasse a semana do combate ao feminicídio municipal, para que ele tomasse ciência dessa ação. Eu levei todos os dados que a gente alcançou com essa semana, para que o Estado fique por dentro do que ocorre no município.

 

5. No ano passado, o Paraná registrou 44 mil casos de violência doméstica, um número muito assustador. Caso alguma mulher esteja passando por dificuldades, o que deveria ser feito?

A primeira ação que a mulher deve tomar é denunciar. Na administração pública, nós temos na assistência social, o CREAS, que atende a mulher vítima de violência, e faz toda a parte de assistência, encaminhando para a delegacia. Na saúde nós temos o núcleo de violência que faz toda a parte de atendimento médico, mas se alguém estiver passando por uma dificuldade dessa, o que a gente orienta é a procurar o CREAS, pelo número 3642-0978. Também podem ser feitas denúncias de violência doméstica pelo 180 e no 190 para a Emergência.

 

6. Como o município faz esse acolhimento das vítimas de violência doméstica?

O CREAS faz esse atendimento e nós temos também a Casa Tambo, que recebe essas mulheres, que as vezes não tem para onde ir, não tem família, são sozinhas com o agressor no município. Então quando ela resolve denunciar, nós temos a Casa Tambo, onde elas podem ficar, e são acolhidas, juntamente com os filhos, se for o caso.

 

7. Deixe uma mensagem aos nossos leitores!

O que eu posso dizer é, primeiro, denuncie! Denunciar não é vergonhoso, não é a mulher que tem que ter vergonha, quem tem que ter vergonha é o agressor. A denuncia é um ato de coragem das mulheres.

O nosso departamento é composto por quatro pessoas, eu, a primeira dama do município, que faz um trabalho voluntário, a Andrieli que é assessora de comunicação, e temos a Dirlene que é assessora jurídica. Quando nós estávamos trabalhando na semana municipal contra o feminicídio, nós comentamos sobre uma série chamada “Coisa Mais Linda”, que todas nós assistimos e que inclusive colocamos na palestra um trecho dessa série, que ela fala muito sobre o amor. O amor pode vir de várias formas, ele é várias coisas. Existe o amor de pai, o amor de irmão, de namorado, de amigo, e o amor pode ser várias coisas, mas a única coisa que o amor não pode ser é violento, violência é crime, e crime deve ser denunciado.

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