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Experiência Traumatizante: Confira a entrevista do brasileiro que esteve em Israel durante os ataques terroristas

Experiência Traumatizante: Confira a entrevista do brasileiro que esteve em Israel durante os ataques terroristas

Data de Publicação: 20 de outubro de 2023 13:50:00 Neste relato, Ely Edson Silveira Melo Filho, morador de São Bento do Sul (SC) conta como sua viagem para visitar os parentes em Israel foi abalada pelos ataques terroristas do Hamas.

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1. Pode se apresentar e falar sobre o seu objetivo em Israel?

Eu sou advogado em São Bento do Sul, sou formado em jornalismo, mas atuo como advogado. Eu estava em Israel para visitar os meus tios que moram lá.

 

2. Como estão os seus familiares que moram em Israel?

Meus tios moram em Ashkelon, uma cidade no sul de Israel que não parou de ser atacada com mísseis desde o sábado (07) da semana passada, hoje já tiveram mais ataques também, mas apesar disso eles estão bem, estão em um lugar seguro, dentro do possível.

 

3. Você comentou que foi no dia 02 de outubro para Israel e os ataques começaram no sábado (07). Quando você foi para lá, essa era uma situação que você imaginava passar?

Não, a gente nunca imagina que vai acontecer justo quando a gente está lá. Esses ataques foram algo “inédito” na história de Israel, apesar de lá já ter tido várias guerras, esse ataque foi o dia em que mais se assassinaram judeus em um único dia desde o holocausto. Foi algo que ninguém em Israel esperava.

 

4. No momento em que você soube dos ataques, o que você sentiu?

Num primeiro momento foi preocupação com a família. Quando eu recebi essa notícia eu não tinha dimensão do que estava acontecendo, só fiquei sabendo que a cidade em que meus tios moram estava sendo atacada. Minha tia estava lá sozinha e meu tio tinha ido ao aeroporto me levar, então ele estava na estrada voltando para casa.

 

5. Durante o tempo que você ficou no aeroporto teve uma situação de pânico. O que aconteceu naquele momento?

Naquele momento que achei que ia morrer. Foi na segunda (09) de tarde, teve uma correria, o pessoal estava gritando e no fim não era nada, porém, a gente já imaginou que tinha tido invasão de terroristas e que ia ser igual àquela festa e que iam entrar metralhando.

Na hora do embarque teve essa correria de novo. Num primeiro momento eu vi as pessoas correndo e achei que era porque elas estavam atrasadas para o voo, mas daí eu vi os funcionários do aeroporto correndo também, e nisso me mandaram deitar no chão e ir para o abrigo. Quando eu cheguei no Brasil eu vi que essa situação toda foi porque um míssil havia caído na frente do aeroporto.

 

6. Para finalizar, pode deixar uma mensagem aos nossos leitores sobre essa situação!

Eu gostaria de dizer que não existem justificativas para um crime bárbaro, terrorismo é terrorismo, não tem “mas”, nem “se”. Uma parte da imprensa diz “ah teve terrorismo, mas”, não, o que existe é um antissemitismo de uma ala da sociedade. Quando teve o 11 de setembro, ninguém veio “ah eles derrubaram o World Trade Center, mas”, não tem justificativa, terrorismo é terrorismo, são vidas inocentes em jogo, então que as pessoas não relativizem esse crime bárbaro. Você não precisa gostar de Israel para ser humano, e defender a paz e pessoas inocentes.

Gostaria de pedir também que as pessoas orem pela paz de Israel. Essa é uma situação que para quem tem família lá é bem mais complicado. Se você prestar atenção nas outras notícias do mundo, você vê que parece que está acendendo um barril de pólvora. Tivemos atentado na Bélgica, nos Emirados Árabes, na China, na França, então isso começa a pipocar em todo lugar. A paz é urgente, é para o bem do mundo, não só de Israel.

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