1. Qual o principal objetivo da Black Friday?

A Black Friday foi criada por fornecedores estadunidenses e copiada pelo Brasil. As pessoas estão descrentes com esse tipo de promoção, porque as vezes não é o que aparenta. As vezes as empresas oferecem a metade do preço do que já foi aumentado, ou seja, a metade do dobro, então tem que tomar bastante cuidado e monitorar os produtos que você quer comprar através de sites, como o Já Cotei, que é um site onde é feita uma avaliação dos produtos nos últimos 6 meses, então você sabe se aumentou de preço, se diminuiu e se vale a pena comprar. Também existe o site Zoom, que as empresas fornecedoras estão sempre atualizando o valor dos produtos.

2. Quais os riscos que as pessoas sofrem na hora da compra?

Bom, a primeira coisa é comprar por impulso. As vezes as pessoas se empolgam, então tem que tomar bastante cuidado nesse quesito, se for comprar em loja física é bom analisar o valor, monitorar o preço, e tomar cuidado na hora de fazer o parcelamento com as taxas cobradas. Por incrível que pareça tem até empresas que cobram a taxa de abertura de crédito, isso é ilegal, então o consumidor tem que ficar bem atento. Não é porque a parcela cabe no bolso que você está fazendo um bom negócio.

É bom também prestar bastante atenção naquelas chamadas com parcelas de valores pequenos, porque na hora lá você vai somar, e vê que tem juros do cartão.

3.  Tem vários casos em que os consumidores acabaram se arrependendo depois de realizar uma compra. Qual o procedimento que deve ser feito nesses casos?

O consumidor tem consciência de que tem direito ao arrependimento da compra, segundo o artigo 49 do Código do Consumidor, mas é importante ressaltar que esse direito só vale para compras online. Se você foi na loja, viu o produto, você não tem o direito de se arrepender, agora na compra online, a partir do momento que você recebe essa mercadoria, você tem um prazo de 7 dias para se arrepender.

É muito importante prestar atenção nos valores muito baixos em lojas físicas, porque podem ser produtos que foram devolvidos por outros consumidores que se arrependeram ou que viram algum defeito, e as vezes a loja manda arrumar e vende o produto por um preço mais barato. Não tem nada de ilegal nisso, desde que o vendedor informe o cliente que ele está comprando um produto devolvido ou de mostruário.

4. Como os riscos, fraudes e golpes podem ser evitados?

Não só nesse período de Black Friday, mas o ano todo a gente tem relatos de boletos falsos, sites falsos, de empresas que clonam sites de empresas famosas e aí o consumidor compra e nunca mais vai conseguir reaver o seu dinheiro. Nesses casos, a orientação que a gente dá é que o consumidor procure a polícia civil e faça uma ocorrência, mas é muito difícil conseguir reaver o dinheiro. Existem sites onde o consumidor pode analisar a reputação dessas empresas, que é o consumidor.gov.br, e ali você vai pesquisar pelo CNPJ ou pelo nome da empresa e vai saber se a empresa é idônea, se ela presta assistência, se ela tem SAC, etc.

5. Quais seriam as recomendações do PROCON para que os consumidores possam aproveitar a Black Friday de maneira mais segura e responsável?

Primeiro, como eu falei, é monitorar o produto que você quer comprar. Se você vai na loja, não tenha vergonha de fazer as contas e ver se vale a pena parcelar. A compra à vista sempre consegue um desconto maior, mas se não conseguir, quando fizer um parcelamento, veja bem as taxas que você está pagando, porque normalmente você vai assinar um contrato. Se precisar, leva o contrato no PROCON, que nós analisamos, lemos e explicamos para o consumidor o que ele está contratando.

Nós ficamos localizados na Avenida Nereu Ramos, 169, sala 2, junto com a secretaria de agricultura. Por Facebook e Instagram a gente não faz os atendimentos, mas você pode ligar no (47) 3642-4378, (47) 3642-1880 ou (47) 3642-5822.