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Fazendo a Diferença: A Luta Diária para Manter o Bem-Estar de 192 Cachorros no Abrigo Amigo Fiel

Fazendo a Diferença: A Luta Diária para Manter o Bem-Estar de 192 Cachorros no Abrigo Amigo Fiel

Data de Publicação: 1 de dezembro de 2023 14:23:00 Nesta entrevista, Miriam Clara Schloegl e Patricia Krzesinski explicam como está a luta para cuidar de 192 cachorros no Abrigo Amigo Fiel, além de falar sobre como mantêm a higiene e a saúde dos cães, e de onde vem sua renda

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1. Como foi a criação do abrigo e qual a principal missão de vocês?

Miriam: Tudo começou em setembro de 2009, porque o Clube Canforeira foi fundado no dia 06 de abril de 1993 e nossa preocupação sempre foi a questão ambiental e dentro disso sempre entravam os animais. Nós sempre pedíamos ao poder público para que fosse feita alguma coisa pelos animais abandonados e vítimas de maus tratos, porém, como isso não aconteceu, nós decidimos entrar com a cara e coragem e começamos a resgatar cachorros de rua em situação de abandono e maus tratos, em setembro de 2009.

Muito animais já passaram pelas nossas mãos, e o nosso abrigo já chegou a se chamar Abrigo de Animais São Francisco de Assis, mas por uma parte de turbulência em 2011, acabou que uma outra equipe assumiu o abrigo, fomos para a justiça, ganhamos e tivemos que rebatizar o abrigo, que agora se chama Abrigo de Cachorros Amigo Fiel.

Patrícia:  Desde aquela época nós ainda temos cachorros aqui com a gente, como o Branquinho e o Menino.

 

2. Vocês estão com uma superlotação, chegando a 192 cachorros abrigados. Como estão lidando com essa situação?

Miriam: A situação não está fácil. Nós temos dívidas de aproximadamente R$20mil e nós temos as despesas diárias normais. Esse ano nós recebemos 10 parcelas de R$11mil da prefeitura, ainda temos duas a receber, mas essas parcelas são apenas e somente para a ração, então todas as outras despesas nós temos que correr atrás.

Nós temos dois veículos ganhos por doação, e os dois estão velhinhos. A manutenção é frequente, os gastos com combustíveis são muito altos, porque o abrigo é longe, e eu tenho que pegar os ajudantes do dia e levar em casa, de tarde nós corremos atrás de dinheiro, atrás de mensalidade e recolhendo dinheiro de cofrinhos, então o empenho é muito grande, as dificuldades são muito grandes, mas a gente agradece a prefeitura pela ajuda que nos dá e agradecemos muito a consideração e o respeito que a comunidade tem com o nosso projeto.

Patrícia: Duas coisas que eu gostaria de ressaltar, é que muita gente acha que o valor de meio milhão de reais que veio para o município de Mafra veio para o nosso abrigo, mas não, esse dinheiro é para o abrigo municipal que ainda está em construção, a gente ainda não sabe quando que vai ficar pronto, então enquanto ainda não está pronto nós assumimos essa responsabilidade, no caso estamos há 14 anos com essa responsabilidade.

Com o valor mensal que a gente recebe da prefeitura, o valor de R$11mil, nós não conseguimos nem alimentar os cachorros, a gente precisa fazer rifas e vaquinhas para complementar o valor da ração, porque além dos 192 cachorros que estão aqui no abrigo, 56 estão em lares temporários, que a gente também faz essa doação mensal de ração para eles. Por isso que nós sempre pedimos a colaboração de todos com rifas e vaquinhas.

No dia 2 de dezembro nós estaremos na Praça Lauro Müller com as vendas de comida. No dia 09 e 10 nós teremos nosso bazar na escola Santo Antônio, e quem quiser doar tanto ração quanto produtos de limpeza, até itens para o bazar são bem vindos.

 

3. Como vocês mantém a questão da saúde e higiene dos animais?

Miriam: Graças a Deus nós conseguimos comprar vacinas Óctuplas direto de laboratório, que previnem da cinomose, leptospirose, parvovirose e outras “oses”, então diminuiu bastante os custos, apesar de que a gente ainda não conseguiu colocar a vacinação de todos em dia, porque sempre tem cachorros novos chegando e precisamos dar prioridade aos que chegam.

Na questão da higiene a gente consegue os materiais de limpeza sempre de doações, e as castrações nós temos conseguido realizar com a ajuda da comunidade.

 

4. Como a população pode ajudar vocês? Vocês aceitam voluntários?

Patrícia: Se você gosta de animais, tem vontade de conhecer o nosso abrigo, nós precisamos sim de voluntários, porque de segunda a sexta nós temos a Miriam que é voluntária e prestadoras de serviços que a gente tem que pagar. Voluntários mesmo nos finais de semana sou eu, a Luana e o esposo. Se você quer ser voluntário, entre em contato nas nossas redes sociais que nós estaremos respondendo. Se você quiser doar ração, produtos de limpeza, caminhas, potes de água, cobertinhas, tudo o que você tiver em casa nos ajuda e também juntando lixo reciclável, nós juntamos tampinhas, latinhas então um pouco de tudo já ajuda.

 

5. Em relação à adoção dos animais, como funciona essa parte?

Patrícia: Nós estamos aqui todos os dias, de domingo a domingo, na parte da manhã, então se quiser vir conhecer, ajudar ou adotar, é só vir no abrigo, geralmente das 08 às 11 horas sempre tem alguém aqui no abrigo.

 

6. Para finalizar, podem deixar uma mensagem aos nossos leitores!

Miriam: Nossa gratidão à prefeitura que nos ajuda na alimentação dos animais, e um agradecimento muito especial à comunidade riomafrense que sempre nos ajuda de alguma forma. O que a gente precisa mesmo é de políticas públicas em relação aos animais, então queremos fazer um apelo ao poder público mafrense: nós precisamos da implantação do programa de castração, e também precisamos de mais amor e empatia dos tutores com seus animais.

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