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Dengue: como a sua ação pode mudar o jogo e salvar vidas!
A Dengue não é apenas um problema de saúde pública; é um desafio que requer a mobilização de toda a comunidade. A prevenção começa com a eliminação dos criadouros do temido mosquito Aedes aegypti, popularmente conhecido como "Mosquito da Dengue".
O Aedes aegypti é um mero "mensageiro" e é cientificamente referido como vetor, "aquele que leva e trás". Ele se contamina ao picar uma pessoa infectada. O vírus se multiplica em seu intestino médio e infecta outros tecidos, chegando às glândulas salivares. O período de incubação (tempo entre a entrada do vírus para posterior replicação no mosquito e sua capacidade de transmissão) varia de 10 a 14 dias. Uma vez infectado, o mosquito pode transmitir o vírus durante sua vida (cerca de 6 a 8 semanas). Durante este período, ele busca água parada para depositar seus ovos, transformando qualquer recipiente descuidado em um potencial berçário. A vigilância deve ser constante e ações simples como manter caixas d'água fechadas e calhas limpas podem fazer uma grande diferença.
O microrganismo envolvido no dengue é o vírus do dengue, que pertence à família dos flavivírus. Ele é classificado no meio científico como um arbovírus, o que significa que é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti. Existem quatro sorotipos do vírus do dengue: 1, 2, 3 e 4.
Aqui estão alguns aspectos importantes relacionados ao dengue:
Gravidade na primeira infecção: Todos os quatro sorotipos podem levar ao dengue grave na primeira infecção, mas com maior frequência após a segunda ou terceira infecção. Não há diferença estatística comprovada entre a segunda e a terceira infecção nesse aspecto.
Infecção subclínica: Uma proporção de casos apresenta infecção subclínica, o que significa que as pessoas são expostas à picada infectante do mosquito Aedes aegypti, mas não desenvolvem a doença clinicamente. No entanto, elas ficam imunes ao sorotipo com o qual foram infectadas. Isso ocorre em 20% a 50% das pessoas infectadas.
Segunda infecção mais grave: A segunda infecção por qualquer sorotipo do dengue é predominantemente mais grave do que a primeira, independentemente dos sorotipos e de sua sequência. Os sorotipos 2 e 3 são considerados mais virulentos.
É importante lembrar que muitas vezes as pessoas não sabem se já tiveram dengue por duas razões: uma é que podem ter tido uma infecção subclínica (sem sinais e sintomas), e outra é porque o dengue, principalmente nas formas brandas, pode ser confundido com outras viroses febris agudas.
Embora as campanhas de saúde pública tenham se esforçado na educação sobre medidas preventivas, a persistência do problema indica que a mensagem ainda não alcançou a eficácia desejada. Portanto, cada cidadão precisa entender seu papel nessa luta.
Além da prevenção, a identificação precoce dos sintomas da Dengue é crucial para evitar complicações. Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e articulares, mal-estar, náuseas, vômitos e erupções cutâneas. Os sinais de alerta de dengue grave incluem dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, sonolência ou irritabilidade. Ao menor sinal desses sintomas, é essencial procurar orientação médica.
A febre hemorrágica por dengue é uma versão severa da doença, comum em crianças menores de 10 anos em áreas onde a dengue é prevalente. A condição pode surgir de uma segunda infecção pelo vírus da dengue, causando reações intensas do sistema imunológico, prejudicando os vasos sanguíneos e causando vazamentos de líquido e/ou sangue. Sem tratamento adequado, a doença pode levar a um choque, com uma taxa de mortalidade de até 30%. Com cuidado profissional, a taxa de mortalidade é inferior a 1%.
O tratamento se dá basicamente no foco de controle de sintomas e a hidratação sendo seu principal ponto a realizado. As infecções virais e bacterianas diferem em muitos aspectos, principalmente na forma como são tratadas. As infecções bacterianas são geralmente curadas com antibióticos que matam ou inibem o crescimento das bactérias. Por outro lado, as infecções virais, como a Dengue, não são afetadas por antibióticos e requerem um tipo de tratamento chamado suporte sintomático.
Saber a diferença entre infecções virais e bacterianas é crucial para a população, pois evita o uso desnecessário e potencialmente prejudicial de antibióticos em infecções virais. Além disso, ajuda a entender a importância de medidas preventivas, especialmente em doenças virais como a Dengue, onde a prevenção é a principal linha de defesa.
O tratamento sintomático é focado em aliviar os sintomas da doença, mas não combate diretamente o agente causador. No caso da Dengue, uma infecção viral, isso inclui além da hidratação e repouso, o uso medicamentos para febre e dor, sempre sob orientação médica.
A detecção precoce e o acesso a cuidados médicos adequados são cruciais para prevenir complicações graves e mortes relacionadas à dengue. O médico pode achar que é dengue se os sintomas aparecem em pessoas que moram ou viajaram para um lugar onde a dengue é comum. A doença é confirmada com um exame de sangue que procura proteínas, chamadas anticorpos, que o corpo faz para lutar contra o vírus da dengue.
A luta contra a Dengue é contínua e multifacetada, envolvendo desde ações individuais de prevenção até políticas públicas eficazes de controle do mosquito. Investimentos em pesquisa para o desenvolvimento de vacinas e métodos de controle mais eficazes são essenciais. No entanto, até que tais avanços estejam amplamente disponíveis, a responsabilidade recai sobre todos nós.
Em momentos críticos, é vital renovarmos nosso compromisso com a prevenção da Dengue. Através de uma responsabilidade compartilhada, podemos proteger nossas comunidades e reduzir o impacto desta doença. A união de esforços é nossa melhor defesa contra a Dengue, uma ameaça que não conhece fronteiras e não discrimina. Juntos, podemos combatê-la.
Quando digo juntos, refiro-me a todos nós. Buscar informação e levar ações como orientação são fundamentais para a saúde em nossa comunidade. E mais, ações que salvam vidas. Acabar com o mosquito vai além de verificar os possíveis focos em sua casa ou conscientizar seus vizinhos, amigos e familiares a fazerem o mesmo. É preciso uma ação comunitária, onde todos se envolvem, para eliminar a ameaça que este pequeno mosquito representa. A luta contra a Dengue é uma responsabilidade de todos nós.