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Conhecendo a Delegada de Rio Negro: Uma Conversa Sobre Carreira e Igualdade de Gênero

Conhecendo a Delegada de Rio Negro: Uma Conversa Sobre Carreira e Igualdade de Gênero

Data de Publicação: 8 de março de 2024 11:03:00 Em comemoração ao dia da mulher, conversamos com a delegada de Rio Negro, Maiara Kasmirski, onde ela nos conta sua experiência na área de segurança pública, suas perspectivas sobre a atuação da mulher em cargos de liderança, e muito mais!

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1. Para começar, pode se apresentar para o público te conhecer um pouco melhor!

Meu nome é Maiara Kasmirski, sou natural da cidade de Massaranduba – SC, residi por 10 anos na cidade de Blumenau. Eu passei no concurso de delegada em 2022, onde passei por um curso de formação por um período de 6 meses na cidade de Curitiba, assumindo então, a minha primeira lotação na cidade de Tibagi – PR, onde eu permaneci por 1 ano, com inúmeros desafios, onde aprendi muito e vim muito mais preparada para assumir o cargo de delegada chefe da regional de Rio Negro. É importante mencionar que a regional de Rio Negro conta com quatro cidades, que seriam Rio Negro, Campo do Tenente, Quitandinha e Piên, cerca de 80 mil pessoas com a responsabilidade da nossa delegacia.

 

2. Como está sendo para você, como mulher, assumir esse posto como delegada?

Em 2001 teve uma mulher que ficou durante 2 anos como delegada, fazem 23 anos já, e agora depois de vários homens, porque tem muita rotatividade no cargo de delegado, eu assumi essa função com muita responsabilidade, tendo em vista que as mulheres esperam mais atenção quando é uma mulher que está desse lado, e pela sensibilidade também aos casos que chegam até nós.

 

3. Quais desafios você enfrentou como mulher nesse cargo?

Em relação a ser mulher ou homem, os desafios são os mesmos, ser delegado traz consigo muitas responsabilidades. Quando a gente estuda o cargo a gente já sabe do que precisa para atuar. Me sinto pronta, gosto muito da minha profissão, então estou atuando e dando o meu melhor, tanto eu, como a equipe da polícia civil de Rio Negro.

 

4. Como você acredita que a presença da mulher em cargos da polícia e segurança pública podem impactar a nossa cidade?

Cada vez mais as mulheres estão entrando no setor público da segurança pública, e isso se deve às oportunidades que o concurso mesmo promove, e acredito muito que as questões das mulheres no cargo trazem uma sensibilidade que as vezes os homens não teriam diante das situações, então todo apoio que tem aqui na cidade, nos órgãos, atendimentos por mulheres, são inegociáveis, e a gente sempre divulga para todas as mulheres se sentirem acolhidas ao vir na delegacia.

 

5. Quais são os programas de proteção às mulheres existentes em Rio Negro?

É bem importante mencionar isso, nós temos a Casa Tambo, ela foi construída pelo Clube Soroptimista Internacional e é custeado pela Prefeitura de Rio Negro, e abriga as mulheres dos municípios da região, como mulheres que têm algum problema familiar, que pediram medida protetiva, que não tem fonte de renda e tem filhos. Tem possibilidade de ficar até três meses nessa casa, com o apoio da prefeitura e dos órgãos públicos.

Quanto às denúncias, elas podem ser feitas pelo 181. O pontapé inicial para fazermos as investigações é ligando para a Polícia Militar. Elas podem vir sozinhas à delegacia de polícia que nós damos todo o atendimento necessário, explicamos todas as situações e medidas possíveis, mas o mais importante é que em momentos urgentes, liguem para a Polícia Militar e depois aqui, e assim é feito o encaminhamento para a Casa Tambo mediante prefeitura.

 

6. Quais medidas você acha importante implementar para garantir a igualdade de gênero e promover a segurança das mulheres do município?

O mais importante é que as mulheres tenham conhecimento dos direitos que elas têm, como saber o que elas podem pedir na delegacia, quais órgãos públicos estão disponíveis para ela, quais medidas que a Lei Maria da Penha traz, como afastamento do lar, afastamento de não entrar em contato, afastamento físico de determinados metros. Então todas essas medidas são divulgadas, tanto na delegacia quanto com entrevistas, palestras, e com isso nós esperamos que abranja o maior número de mulheres para elas terem ciência do que pode ser feito por elas.

É importante ressaltar que muitas mulheres não fazem a denúncia, muitas vezes por medo, então vizinhos, familiares, amigos, colegas do trabalho que tenham conhecimento, denunciem, liguem para a delegacia, liguem para o 181 que possui uma denúncia totalmente anônima, porque só dessa maneira que nós conseguimos cada vez mais implementar e garantir a segurança dessas mulheres.

 

7. Para finalizar, pode deixar uma mensagem às nossas leitoras!

Muitas mulheres que estejam lendo essa entrevista talvez estejam passando por algum problema conjugal, algum problema no lar e eu gostaria de reforçar que vocês podem contar com a Polícia Civil do Paraná, podem contar com a Delegacia de Rio Negro, que conta com 5 mulheres, 5 policiais femininas, então não se calem, denunciem, é muito importante que essa denúncia chegue para nós para a garantia da segurança.

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