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Honra e memória: uma entrevista com o comandante do 5ºRCC sobre os 80 anos do regimento

Honra e memória: uma entrevista com o comandante do 5ºRCC sobre os 80 anos do regimento

Data de Publicação: 12 de abril de 2024 10:36:00 Nesta entrevista, Daniel Longhi Canépelle, comandante do 5ºRCC, fala sobre o evento de comemoração dos 80 anos do regimento, além de reforçar os objetivos e deveres do exército e abordar a relação com a comunidade.

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1. Pode falar um pouco sobre você para os leitores te conhecerem melhor!

Eu sou o tenente-coronel de cavalaria, Daniel Longhi Canéppele. Fui nomeado em 2022 para ser o comandante do 5ºRCC pelo biênio 2023/2024, então estou no meu segundo ano de comando e no meu 4

 

2. No dia 3 de abril, o 5ºRCC completou seus 80 anos, e como que vocês comemoraram esse aniversário e qual foi a importância para os membros aqui do regimento?

O exército faz essas comemorações em datas cheias, como centenários, décadas, e gostamos de fazer umas formaturas mais caprichadas. Para nós, ter a oportunidade de comemorar 8 décadas de existência foi muito importante.

Nós fizemos algumas atividades internas, com almoço de confraternização, competições esportivas e fizemos no último sábado uma formatura com a presença da população da região, não só de Riomafra, mas das cidades vizinhas também.

Estamos programados para fazer uma corrida aqui na cidade no dia 21 de abril. As inscrições já estão abertas no nosso Instagram (@5rcc_oficial), todos estão convidados. Será um percurso de 10km e outro de 5km, com premiação, camisetas, vai ser uma competição bem bacana.

 

3. Quais seriam os principais objetivos e missões do regimento em termos de defesa nacional e operações militares?

O 5º Regimento de Carros de Combate faz parte da 5º Brigada de Cavalaria Blindada, e o Exército Brasileiro tem duas brigadas blindadas, uma delas é a nossa. A nossa vocação é para defesa externa em casos de guerras convencionais, na hipótese de algum país estrangeiro, com suas forças regulares querer fazer alguma ação contra a nossa soberania, porém não atuamos só na parte de guerras convencionais. Por exemplo, nós temos um efetivo grande em Foz do Iguaçu, atuando na segurança da fronteira, onde a gente trabalha em conjunto com os órgãos de segurança pública para inibir a entrada de armas, drogas, contrabando.

 

4. Além das responsabilidades militares, como o 5ºRCC se envolve com a comunidade local de Riomafra?

Nós atuamos bastante quando temos algumas chuvas mais expressivas, que causam inundações. No ano passado nós passamos quase dois meses atuando junto com a população, ajudando na retirada das famílias das áreas afetadas, e depois devolvendo as pessoas para suas casas. Nós também atuamos quando tem algumas campanhas de vacinação, como foi o caso da Covid-19, atuamos em campanhas de combate ao mosquito da Dengue, distribuição de agasalhos, e apoio em competições esportivas a gente sempre atua ali nos bastidores.

 

5. Assim como todo ano, esse ano também irão entrar novos soldados para o exército, certo?

Isso, todo ano o exército recebe o novo contingente, que são jovens que quando vão completar 18 anos fazem seu alistamento e depois passam pela seleção para o serviço militar. Todos os anos a gente incorpora cerca de 150 e 200 jovens de Rio Negro, de Mafra, das cidades vizinhas, e quando chegam, iniciam um ciclo de instrução militar, onde eles vão aprender a marchar, a atirar, empregar os armamentos, depois aprendem a manusear o carro de combate, que é o nosso principal material de emprego militar, e com isso eles prestam o serviço militar obrigatório deles aqui no 5ºRCC.

 

6. Para os novos militares que vão entrar, pode explicar como é a rotina diária de um soldado do 5ºRCC?

Normalmente a gente começa o dia com o pessoal que pernoita aqui tomando o café, e depois nós temos a educação física, onde a gente tem uma carga de exigência física bem grande, até porque as nossas atividades são fisicamente exigentes. Após o treinamento físico, ao longo do dia eles tem instruções com os oficiais e com os tenentes sobre manuseio do armamento, normas e regulamentos do exército, e existem também os serviços de escala, então os soldados concorrem a tirar serviço na guarda, e existe, as outras missões citadas anteriormente.

 

7. Você tem 45 anos, é bem novo e já é comandante. Então, a título de curiosidade, poderia nos explicar como funcionam as patentes do exército?

Existem vários caminhos de entrada no exército, o soldado entra com 18 anos numa situação temporária, e pode ascender até 3º sargento, então ele pode ser promovido a cabo e depois a 3º sargento, mas completando os oito anos, eles têm que dar baixa.

Existem também pessoas que entram por meio de concurso público, algumas são seleção para temporários de diversas áreas, como enfermagem, contabilidade, administração, direito, dentistas, médicos, então esses também ficam até 8 anos, mas já entram como sargentos ou como oficiais.

Tem os concursos públicos nacionais para ser militar de carreira, nós temos também diversas portas de entrada, como o concurso para a Escola de Sargento das Armas, que é a carreira do sargento, e assim ele vai trabalhar a vida inteira, até se aposentar e tem toda a progressão do sargento. Tem também a Academia Militar das Agulhas Negras, que daí é a carreira do oficial combatente, que foi a opção que eu fiz, onde se entra como aspirante a oficial e vai ascendendo de tenente, capitão, major, tenente-coronel, coronel e alguns são promovidos a general.

Existem outras escolas também, que são vocacionadas para a área técnica, vocacionadas para a saúde, onde a pessoa serve a vida inteira e a gente chama de militares de carreira.

 

8. Pode deixar uma mensagem aos leitores!

Eu gostaria de dizer a satisfação que é, para mim, poder estar comandando o regimento, e a satisfação do regimento em poder estar sediado em Rio Negro e contar com os nossos cabos, os nossos soldados, e militares aqui da região, que são uma tropa muito boa, profissionalmente muito competente, que já vem com valores caros para nós, arraigados no seu íntimo, porque foram transmitidos por suas famílias.

Quero dizer que o regimento vai estar sempre à disposição para apoiar a população da região em qualquer situação que for demandada. O regimento está de portas abertas, principalmente àqueles que já serviram aqui um dia, que se quiserem voltar nós fazemos questão de estarmos sempre convidando para as nossas formaturas, eventos, então ia ser uma satisfação para nós poder ver os nossos veteranos presentes aqui prestigiando as nossas atividades.

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