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Alerta Vermelho: os desafios urgentes da ONG RioMafra Pelos Animais

Alerta Vermelho: os desafios urgentes da ONG RioMafra Pelos Animais

Data de Publicação: 19 de abril de 2024 10:30:00 Nesta conversa, Natali Grohs Grochoski, voluntária da ong RioMafra Pelos Animais, aborda os desafios enfrentados pela organização, desde a difícil situação financeira, até a triste realidade dos casos de maus tratos na região.

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1. Quantas pessoas são voluntárias atualmente na ONG RioMafra Pelos Animais?

Atualmente, os voluntários fixos são menos de 10. Nós temos um grupo no WhatsApp composto de 200 e poucas pessoas, mas voluntários que estão sempre nos eventos são menos de 10, talvez uns 5 ou 6.

 

2. Como as pessoas podem colaborar em eventos, sendo voluntários ou dando lar temporário aos animais?

No nosso grupo do WhatsApp a gente sempre faz a divulgação dos eventos que vão ser feitos e as pessoas são livres para participar. Quem quiser entrar em contato com a gente pelo Instagram ou pelo Facebook (@rm.pelosanimais) nós adicionamos no grupo.

 

3. Como está a atual situação financeira da ONG?

A situação atual não é muito boa, porque estamos com muitas dívidas. A princípio éramos uma ong de castração, mas como vemos que aqui no município tem muitos casos de animais que são atropelados, que sofrem maus tratos, então quando chega nessa situação não tem como darmos as costas. Nós precisamos da ajuda das pessoas para poder assumir esses casos, e geralmente as situações em que os animais se encontram são bem mais caros do que uma castração, e isso vai acumulando dívidas para a ong.

 

4. Quais as principais fontes de renda que vocês têm?

No momento, as nossas principais fontes de renda são vendas de adesivos, venda de camisetas, rifas, pix premiado, é assim que a gente vai se virando, não temos nenhuma ajuda das prefeituras, nem de empresas privadas. Para colaborar, as pessoas podem acessar nossas redes sociais e participar dessas ações.

 

5. Como você avalia a situação atual de RioMafra nessa questão dos maus tratos aos animais?

Nós fazemos algumas lives na terça-feira no Instagram, e um dos temas que sempre conversamos é esse. Numa das lives conversamos com o delegado Matheus Laiola, e nessa live falei para ele que aumentaram muito os casos de maus tratos, e ele me fez refletir, que não foram os casos que aumentaram, mas sim as denúncias. Agora as pessoas estão tendo uma brecha para denunciar, estão vendo que virou lei então é mais fácil de denunciar. Não é que antes não aconteciam casos de maus tratos, só que era muito abafado, as pessoas não denunciavam.

Para nós irmos em uma denúncia de maus tratos, não podemos ir só com voluntários, nós temos que contar com a polícia militar. E a maior dificuldade no momento é que esses animais desses casos não têm para onde ir. Nos casos mais graves que precisam de internamento, a ong que arca financeiramente, os tutores nunca arcam com isso, então isso é uma falha na lei, porque o mínimo seria o tutor arcar com todos os custos.

 

6. Recentemente vocês atenderam um caso de maus tratos em Mafra, no bairro Imbuial, onde o cachorrinho Pingo estava sendo mau tratado, estava bem debilitado e acabou falecendo. O que vai acontecer agora com os tutores do Pingo?

Os tutores dele chegaram a ir na delegacia prestar depoimento, mas já foram soltos, então agora nós dependemos da justiça, e nesse caso ainda tem o agravante por ele ter morrido.

A situação dele é mais triste porque além dele estar com fome, ele não tinha a possibilidade nem de tentar procurar comida sozinho, porque ele estava acorrentado. A gente levou ele para a clínica veterinária para fazer um exame de cinomose por ele não estar andando, e bem no fim era só desnutrição e fome.

 

7. Onde e como a ong deixa os animais resgatados que ainda não foram adotados?

Os nossos animais ficam em hotelzinhos ou lares temporários, então precisamos sempre doar um para pegar outro, e o custo do hotelzinho é alto para nós. Nós estamos com 3 que estão internados que também não sabemos para onde eles vão depois que saírem de lá, e assim dependemos da comunidade para ajudar a dar um lar temporário ou ajudar a manter os que estão em hotelzinho, que são em torno de 30 animais.

 

8. O que você aconselha que as pessoas façam quando encontram um animal que precisa de resgate, ou de internação, que está com bicheira e etc?

O que mais tem acontecido agora no verão devido ao calor acima da média na nossa cidade, foram os casos de miíase, que é a bicheira. Essa é uma condição muito fácil de tratar, você pode dar o Capstar, que é um medicamente que elimina a bicheira e custa em torno de R$20.

Essa semana resgatamos o Alfredo, que é um cachorro que foi abandonado no Colégio Agrícola de Rio Negro, e ele estava com a perna inteira comida por bicheira. Esse é um caso em que inicialmente poderia ter sido resolvido com R$20, e agora que se agravou, você vai pagar R$2.000 para manter ele internado, e ele ainda corre o risco de perder a perna.

Então são coisas bem simples que as pessoas podem fazer, mas não fazem por falta de conhecimento. Não precisa ter medo de mandar uma mensagem para nós se o teu bichinho tá machucado, alguma coisa entendemos, e assim podemos dar essa ajuda inicial ao teu animalzinho.

Quando o bichinho é de rua, avisa a gente também. A nossa maior dificuldade é que as pessoas as vezes passam na BR, falando que viram um cachorro machucado, mas não resgataram o animal. Aí depois de três horas eles nos avisam, e assim nós já não temos mais como encontrar o cachorro.

Às vezes não temos condições de ir buscar porque não temos aonde levar o animal, mas podemos divulgar e ajudar as pessoas a doar.

 

9. Para finalizar, pode deixar uma mensagem sobre o abril laranja!

Nós já começamos esse mês com muitos casos de maus tratos aqui na nossa cidade, e o que digo para a população é que o teu bichinho tem a mesma dor que você, ele sente as mesmas coisas que você, então tenham mais empatia com os animais, porque eles também sofrem, também ficam tristes em ser abandonados, então sempre se coloque no lugar dele. O teu animalzinho é como uma criança, ele não sabe se virar sozinho, não sabe andar sozinho, então não abandone ele, não deixe ele ficar passeando na rua sozinho.

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