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Alta demanda e falta de produtos fazem preços de materiais de construção subirem e afeta cronograma de obras

Alta demanda e falta de produtos fazem preços de materiais de construção subirem e afeta cronograma de obras

“Ao contrário do que se esperava o setor aqueceu, aumentou a demanda por materiais e com isso a falta dos mesmos começou a fazer parte no dia a dia do canteiro de obra”

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Durante a pandemia muitas pessoas decidiriam fazer uma reforma em casa ou até mesmo começar uma construção nova. Isso fez com que o segmento da construção tivesse um grande movimento. Porém, com a alta demanda nessa área, muitos depósitos de lojas acabaram tendo falta de produtos e muitos tendo suas obras paralisadas.

Em conversa com Fernando Pedroso proprietário da casa de materiais de construção Pedroso, ele explicou os principais fatores que influenciaram para essa falta no mercado e que o setor não esperava por esse crescimento repentino por isso o desabastecimento “esse problema é consequência de dois principais fatores: com o reflexo da  pandemia do Coronavírus muitas industrias pararam suas atividades por tempo indeterminado ou diminuíram o volume de produção e uma alta demanda na procura dos produtos”. Por isso ele ressalta que a junção desses dois fatores resultou agora na falta das mercadorias.

Além disso os valores dos produtos estão sofrendo. De acordo com Fernando “acabaram ficando desordenados e abusivos”, e para os engenheiros Saulo César de Morais Bernardi e Fabiola Miguel a diferença já é sentida em suas obras “O custo do material de construção em uma obra representa em torno de 60% a 70% do valor final, portanto este acréscimo será repassado ao valor final. O planejamento de um novo empreendimento também ficou afetado, pois há muita oscilação nos preços, e fica difícil calcular um orçamento, pois geralmente as obras tem um longo prazo” disse Saulo.

Para a engenheira Fabiola a percepção não é diferente “estamos tendo que lidar com o  aumento expressivo dos valores dos materiais de construção em decorrência da alta demanda, que afetou os estoques das lojas e os cronogramas das obras. Afeta o setor principalmente no custo, quando o mesmo já foi programado antes da pandemia e deve ser repassado para o cliente, causando um impacto no orçamento.”

Saulo ainda comenta que o aumento da demanda de materiais de construção além de ter acontecido pelas pessoas estarem em casa e terem mais tempo para realizar seus projetos que muitas vezes estavam parados “também houve um incremento na economia como os auxílios emergenciais, e uma desvalorização da poupança o que motiva as pessoas a investir em imóveis.”

O setor da construção está passando por um momento delicado explica Saulo “não conseguimos seguir um cronograma das etapas da construção, devido à falta de alguns materiais e o aumento no prazo para a entrega. Algumas obras até reduziram o número de funcionários.”

A engenheira Fabiola também comenta sobre como o desabastecimento tem afetado as obras e o dia a dia do seu trabalho “o desabastecimento de material influência no prazo de execução de cada etapa da obra e consequentemente no prazo de entrega”. Com isso é preciso se adaptar e procurar formas de amenizar o problema “para amenizar fazemos programação de entregas, algumas alterações no cronograma e estocagem do que é possível. Tudo para evitar atrasos e insatisfação do cliente”, complementou Fabiola.

Os materiais de mais destaque pela falta segundo Fernando, são o aço, tijolos e pvc, mas “a procura está sendo geral, desde o básico até o acabamento”.

Para amenizar o problema a venda dos produtos estão tendo que ser limitadas a cada cliente “buscamos atender todos de maneira racional, fazendo programação de pedidos com bastante antecedência. Em alguns casos demora até 90 dias para chegar a mercadoria” disse Fernando.

O proprietário da loja acredita que até o primeiro semestre de 2021 a situação esteja um pouco melhor, mas ainda é complicado. Saulo e Fabiola também esperam que no início do ano que vem a situação normalize.

“Esperamos que os preços retornem a valores próximos dos praticados anteriormente. Nem tudo terá redução de preço”, comenta o engenheiro. Ele ainda ressalta “isto também mostra que o setor imobiliário possui uma grande força, na economia e na geração de empregos, e ainda possui um grande potencial de aumento.”

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